Guardia diz que economia já se recuperou após greve dos caminhoneiros - Ministro disse que movimento deu prejuízo a vários setores da economia
O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, admitiu que a greve dos
caminhoneiros trouxe prejuízos para o país, mas avaliou que a economia
já voltou ao normal e retomou sua trajetória de crescimento.
A
declaração foi dada a jornalistas na tarde de hoje (11), na capital
paulista, após sua participação na 5ª Conferência Anual do Goldman Sachs
no Brasil.
“Não há dúvidas que a greve teve prejuízos para o país. A greve
paralisou o país durante 10 dias, tivemos desabastecimento, afetou
diversos setores da economia, inclusive a atividade dos próprios
caminhoneiros. O que a gente tem que discutir agora é qual o impacto
disso, e vi muitos números que me parecem excessivos”, disse.
Durante a
manhã, o ministro se reuniu com instituições financeiras.
No momento da greve, em que houve desabastecimento, os preços subiram
refletindo a falta da disponibilidade desses bens, segundo o ministro.
“Na medida em que a economia volta a funcionar, os preços voltam à
normalidade. Do ponto de vista do setor real, evidente que, durante o
período que a economia ficou quase que parada, você tem perdas, tem
prejuízo a diversos setores, e agora a economia retomou e volta à sua
trajetória de crescimento”.
Para Guardia, o movimento da greve foi
pontual.
Questionado sobre a possibilidade de um Produto Interno Bruto (PIB)
mais baixo e de uma inflação mais alta do que a prevista pelo governo,
ele disse que as estimativas de crescimento já tinham sido revistas
antes mesmo da greve e que havia a perspectiva de que o crescimento não
seria tão rápido.
“Um ponto a destacar é que a economia está crescendo
há cinco trimestres consecutivamente, então, o que a gente está
discutindo agora é a taxa de crescimento da economia. Mas a economia
está crescendo e retomou a sua trajetória de crescimento. A média hoje
dos analistas econômicos é de um crescimento em torno de 2%. No início
do ano era maior. Mas acho que não podemos perder a perspectiva de que a
economia está retomando, sim, o crescimento”, avaliou.
De acordo com o ministro, a previsão de crescimento é revista a cada
dois meses, quando há a divulgação da programação orçamentária e
financeira.
“Quando a gente faz a revisão, reprojeta receita e despesa
para o ano, nós sempre saímos com uma nova grade de parâmetro. Então,
faremos isso como a gente sempre fez. Esse processo de revisão é
contínuo. A cada dois meses, a gente tem uma grade de parâmetros
atualizada e, evidentemente, levamos em consideração as últimas
informações disponíveis”.
Sobre as próximas previsões, ele disse que
pode ser que sejam valores mais baixos.
Edição: Davi Oliveira
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Camila Boehm e Camila Maciel – Repórteres da Agência Brasil