Ministro da Cultura deverá pedir demissão
O ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, deverá colocar hoje (12) seu
 cargo à disposição.  
Sá Leitão cancelou o compromisso que teria no 
Rio de Janeiro. 
O ministro divulgou mais cedo uma nota oficial em que 
classificou como “equívoco” a decisão do governo, efetivada via medida 
provisória (MP), que transfere recursos da Cultura para o recém-criado 
Sistema Único de Segurança Pública (Susp).
A reação do ministro da Cultura pegou de surpresa seu colega de 
ministério Raul Jungmann (Segurança Pública). O Palácio do Planalto 
ainda não se manifestou sobre o episódio.
Em sua nota, Sá Leitão antecipa um breve balanço de sua 
administração. 
“Em quase um ano de trabalho, esta gestão revitalizou o 
MinC e implementou uma política pública de cultura eficiente e eficaz, 
de Estado e não apenas de governo, com resultados concretos para o setor
 e a sociedade, a despeito da exiguidade de recursos”, afirmou.
Segundo o ministro, a MP assinada ontem (11) pelo presidente Michel 
Temer “põe em risco esta política e penaliza injustamente o setor 
cultural”. 
Ele prometeu lutar contra a proposta do governo no Congresso. 
“Esperamos que o Congresso Nacional modifique a MP. Trabalharemos 
incansavelmente por isso. Trata-se de um imperativo ético”, acrescentou.
As críticas de Sérgio Sá Leitão focam a MP 841, que criou o Fundo 
Nacional de Segurança Pública. 
Segundo ele, a medida reduz 
“drasticamente” a participação do Fundo Nacional de Cultura na receita 
das loterias federais. 
Ainda de acordo com os dados do ministro, o 
percentual, que era de 3%, poderá cair a partir de 2019 para 1% e 0,5%, 
dependendo do caso.
“Trata-se de uma decisão equivocada, que não tem o apoio do 
Ministério da Cultura”, disse. 
“Reduzir os recursos da política cultural
 é na verdade um incentivo à criminalidade, não o oposto. Mais cultura 
significa menos violência e mais desenvolvimento.”
Sérgio Sá reconheceu que o investimento em segurança pública é 
“crucial neste momento crítico que o país vive”. Mas ressaltou que o 
“combate à violência urbana não deve se dar em detrimento da cultura”. 
                  Por
            
                Agência Brasil
Edição:   Juliana Andrade