Senado aprova MP dos fretes; texto prevê anistia a caminhoneiros - Medida provisória foi editada pelo governo após acordo com caminhoneiros para por fim à greve da categoria. Pelo texto, caberá à ANTT definir os preços; texto segue para sanção presidencial. - O texto aprovado nesta quarta concede anistia aos caminhoneiros que receberam multas de trânsito durante a greve.
O Senado
aprovou nesta quarta-feira (10) a medida provisória (MP) que criou a
Política Nacional de Pisos Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas,
conhecida como a MP dos fretes.
A MP foi editada em maio pelo presidente Michel Temer como parte do acordo com os caminhoneiros para por fim à greve da categoria.
Na ocasião, a greve durou 11 dias e gerou uma crise no abastecimento no país. Postos ficaram sem gasolina, aeroportos ficaram sem querosene de aviação e diversos produtos não chegaram aos supermercados, por exemplo.
A medida provisória
A votação da MP no Senado, nesta quarta, aconteceu por acordo e de forma relâmpago, sem debate entre os senadores.
O texto foi aprovado quatro horas após ter sido aprovado pela Câmara dos Deputados. Agora, segue para sanção presidencial.
Embora a MP crie a política de preços, a medida provisória define que
caberá à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) calcular os
preços, levando em consideração o tipo de carga, a distância, os custos
de pedágio e preço do diesel.
Atualmente, está em vigor uma tabela editada em 30 de maio. Setores do agronegócio acionaram o Supremo Tribunal Federal (STF) contra a tabela por considerarem os valores acimas dos preços de mercado.
Anistias
O texto aprovado nesta quarta concede anistia aos caminhoneiros que receberam multas de trânsito durante a greve.
Na Câmara, o relator da proposta, Osmar Terra (MDB-RS), afirmou que
existe a possibilidade de o presidente Michel Temer vetar a anistia.
O texto também dá anistia a quem não tiver respeitado os valores da
tabela de frete atualmente em vigor. A anistia vale para as infrações
entre 30 de maio e 19 de julho.
Possíveis vetos
Após a Câmara aprovar a MP, e antes de o Senado também aprovar o texto,
o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, informou que o
presidente Michel Temer pode vetar alguns trechos.
"Nós vamos receber o texto aprovado e podemos avaliar algum tipo de
veto. [...] As multas são inclusive as judiciais, que foram aplicadas em
transportadoras em relação as quais existe uma convicção de atitude
criminosa de locaute. Este é um processo que temos que avaliar com
cuidado", afirmou.
Por Gustavo Garcia, João Cláudio Netto e Roniara Castilhos, G1 e TV Globo, Brasília