Revelada primeira imagem real de um buraco negro na História
Pela primeira vez, cientistas conseguiram obter imagens reais de um buraco negro.
A foto foi divulgada nesta quarta-feira (10) pela Comissão Europeia, através de descoberta do telescópio Event Horizon, em uma colaboração entre mais de 200 pesquisadores. Oito telescópios foram interligados para que o feito fosse realizado.
Até então, buracos negros sempre foram retratados em desenhos conceituais ou animações, por isso a data de hoje entra para a História no mundo científico.
“A primeira imagem de um buraco negro”, anunciou o perfil oficial da Comissão Europeia ao divulgar a imagem.
O buraco negro fotografado foi encontrado no centro da galáxia batizada de Messier 87, ou M87, região a 53 milhões de anos-luz da Terra.
O parece ser uma luz avermelhada, na verdade, é a deformação criada no espaço-tempo pelo buraco negro e ondas de luz que não foram sugadas pelo interior formam essa “borda”.
De acordo com os cientistas, o primeiro buraco negro fotografado tem massa 6,5 bilhões de vezes superior ao Sol do nosso sistema solar e 40 bilhões de quilômetros de diâmetro – o que equivale a 3 milhões de vezes o tamanho da Terra.
“Estou muito feliz em informar que pela primeira vez nós vimos o que pensávamos ser invisível. Tiramos a primeira foto de um buraco negro”, anunciou Shep Doeleman, diretor responsável pelo telescópio Event Horizon.
Buracos negros são uma região do espaço-tempo com uma enorme massa de matéria concentrada em um volume reduzido. Os efeitos gravitacionais são tão fortes que nenhuma partícula é capaz de escapar dele, inclusive a luz. Por isso o nome: é uma região espacial que absorve tudo o que passa.
Albert Einsten previu em sua teoria da relatividade geral que uma massa compacta pode deformar o espaço-tempo para formar um buraco negro. Horizonte de eventos é o nome dado para o limite dentro do buraco negro do qual não é possível escapar – e é esse o nome do telescópio que fez a primeira imagem de um buraco negro.
Mais de 44 milhões de euros foram investidos no projeto ‘Event Horizon Telescope’ (EHT).
“O que tínhamos que fazer era construir um telescópio que fosse capaz de mostrar na Europa uma semente de mostarda que está em Nova York. Para isso, teríamos que construir um telescópio do tamanho do nosso planeta”, explicou Heino Falcke, cientista holandês que integra o grupo de pesquisadores.
A grandiosidade do projeto só foi possível graças a colaboração de diversos países, que sincronizaram telescópios em todo o mundo para formar um virtual.
“O que fizemos foi transformar telescópios ao redor do mundo em um único telescópio gigante, capaz de observar as maiores ondas de rádio frequência já vistas. Dessa forma foi possível observarmos a sombra de um buraco negro”, explicou Falcke.