Governo de SP promete revitalizar escola do massacre de Suzano - Secretário de Educação, Rossieli Soares, disse que governo busca parceria com a iniciativa privada, mas caso não consiga, vai utilizar o orçamento da pasta porque intervenção é "necessária".

Um mês após o massacre na Escola Estadual Professor Raul Brasil, o secretário de Estado de Educação, Rossieli Soares, anunciou que a unidade passará por uma revitalização orçada em R$ 2,5 milhões.
Por G1 Mogi das Cruzes e Suzano
"Repaginar totalmente as salas de aulas e os ambientes para que a Raul Brasil se identifique como uma escola voltada às competências do século XXI", divulgou. Em entrevista na sede da pasta, o secretário comentou ainda sobre segurança e a situação dos alunos e professores após o atentado que terminou com 10 mortos e 11 feridos.
A escola já recebeu uma reforma depois do atentado. No entanto, segundo o secretário, o novo projeto tem sido desenhado olhando para as características daquela comunidade, com a reconstrução do Centro de Estudos de Línguas (CEL), mas trazendo ambientes que hoje não existem, como um auditório, espaço com tatame para artes marciais, que é uma característica de esporte na cidade, e sala maker para os alunos desenvolverem projetos em 3D.
Estado divulga projeto de revitalização da Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano. — Foto: Reprodução/TV Diário
"Nós estamos buscando financiamento junto à iniciativa privada para fazer essas intervenções. O projeto deverá custar em torno de R$ 2,5 milhões. A intervenção será realizada, é necessária, importante, e um belo projeto. Se necessário, faremos com o nosso recurso", explicou Rossieli. Contudo, ainda não há data para início da intervenção.
Escola Professor Raul Brasil ganhará arborização e revitalização dos espaços. — Foto: Reprodução/TV Diário


O titular da pasta ressaltou ainda que a Raul Brasil tem uma história dentro de Suzano e é importante que ela continue sendo uma referência aberta a receber mais jovens. "É essa a construção que a gente tem que fazer para o futuro, respeitando o tempo de cada um, mas sem esquecer que ela é uma referência e continuará sendo", destaca.

Segurança

Durante a entrevista, Rossieli comentou que está revisando todos os procedimentos de segurança, inclusive para atender às reivindicações de pais, que desejam um portão eletrônico com interfone para que nem todas as pessoas tenham acesso ao prédio a qualquer momento.
"E também pensando em procedimentos de como a gente tira dessa e de outras escolas o atendimento de pessoas que querem buscar algum documento. Uma via eletrônica é muito eficiente e diminui o trânsito de pessoas dentro da escola", exemplificou.
Ainda nesta área, a pasta discute com a prefeitura de Suzano uma parceria para instalar o "botão do pânico", novas câmeras de segurança, a fim de criar um processo de controle de entrada ainda maior.

A vida na escola

Passados 30 dias do massacre, apenas dois dos 11sobreviventes voltaram para a escola. Para o secretário, isso faz parte de um processo de reconstrução em que deve-se respeitar o tempo dos estudantes, professores e funcionários.
Segundo o secretário, há alunos que ainda estão com atestados médicos, outros pediram atestado médico, e professores que pediram afastamento.
"Em todos esses processos nós estamos respeitando o tempo e o direito das pessoas e dando suporte. Se um professor não desejar ficar, nós dar o suporte e a escola terá outro professor. Aliás, estamos colocando mais professores do que é exigido, justamente para ter o suporte maior e as substituições eventuais acontecerem muito mais rapidamente", destacou.

Investigação

Desde o início das investigações, quatro pessoas foram detidas. Um menor de idade, de 17 anos, acusado pela Polícia Civil e o Ministério Público como mentor intelectual do crime, está em uma unidade da Fundação Casa desde o dia 19 de março. O advogado de defesa dele, Marcelo Feller, afirma que o cliente "fantasiou", mas não executou o crime.
O mecânico foi preso na noite desta quarta-feira na zona rural de Suzano. Para a Polícia Civil, ele participou da negociação da arma e da munição que, possivelmente, foram utilizados no massacre. Segundo informações iniciais da investigação, rastros deixados pelos dois assassinos em redes sociais, nos celulares e em suas casas permitiram que a polícia chegasse ao homem.
Na manhã desta quinta-feira (11), outros dois homens foram presostambém sob suspeita de negociar arma e munição aos assassinos. Em entrevista coletiva, o delegado responsável pelo caso, Alexandre Dias disse que a negociação foi feita por meio de redes sociais.

Postagens mais visitadas deste blog