Depósitos superam saques da poupança em R$ 1,23 bilhão em abril Resultado positivo é o maior para meses de abril desde 2013. No acumulado do ano, porém, retiradas da poupança superam depósitos em R$ 694 milhões.
Os depósitos na caderneta de poupança superaram as retiradas em R$ 1,237 bilhão em abril, informou o Banco Central nesta segunda-feira (7).
Por Alexandro Martello, G1, Brasília
Esse resultado positivo foi o maior para meses de abril desde 2013,
quando R$ 2,616 bilhões ingressaram na aplicação. Além disso, é a
primeira vez, também desde 2013, que os depósitos superam os saques em
um mês de abril.
Se considerados os quatro primeiros meses deste ano, entretanto, as
retiradas superaram os depósitos em R$ 694 milhões. Mesmo assim, foi o
melhor resultado para este período desde 2014.
Melhora na economia
Segundo o administrador de investimentos, Fabio Colombo, a melhora da
economia, com o retorno do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no
ano passado e continuidade em 2018, tem contribuído para esse quadro.
Ele aponta que "a diferença do rendimento da poupança para outras
aplicações ficou muito pequena" com o processo de redução da taxa de
juros pelo Banco Central nos últimos meses.
"Então, para o pessoal de mais baixa renda, não tem tanta diferença
aplicar nos outros produtos. Está sobrando um pouquinho mais de recursos
e eles estão destinando para a poupança", avaliou ele.
Colombo observou, porém, que os investidores "de maior vulto", ou seja,
que dispõem de mais recursos, preferem outros tipos de aplicações como
os fundos de investimentos, onde o retorno é maior.
Como aplicam um
valor mais alto, esses investidores acabam conseguindo uma taxa de
administração, cobrada pela instituição financeira, menor.
Em todo o ano passado, os depósitos superaram os saques em R$ 17,12 bilhões na tradicional modalidade de investimentos.
Poupança
Diferença entre os saques e depósitos, para meses de abril, em R$ bilhões
Fonte: Banco Central
Saldo é de R$ 735 bilhões
Com a entrada de recursos na poupança em abril, o estoque dos valores
depositados, ou seja, o volume total aplicado, registrou aumento no mês
passado.
No fim de março de 2018, o saldo da poupança estava em R$ 731,408 bilhões. Já ao final de abril, somava R$ 735,432 bilhões.
Além dos depósitos e das retiradas, os rendimentos creditados nas
contas dos poupadores também são contabilizados no estoque. Em abril
deste ano, os rendimentos somaram R$ 2,787 bilhões.
Atratividade da poupança
Com a queda dos juros básicos da economia em 2017 e nos primeiros meses
deste ano, a caderneta de poupança passou a render menos.
Pela norma em vigor, há corte no rendimento da poupança sempre que a
taxa Selic estiver abaixo de 8,5% ao ano. Nessa situação, a correção
anual das cadernetas fica limitada a 70% da Selic, mais a Taxa
Referencial, calculada pelo BC.
Hoje a Selic está em 6,50% ao ano. Como a regra prevê que a correção da
poupança seja de 70% dessa taxa, ela está hoje em 4,55% ao ano, mais
Taxa Referencial.
Mas a queda de rendimento afeta também as aplicações conhecidas como prefixadas, ou seja, que têm por base a Selic.
Mesmo assim, segundo cálculos da Associação Nacional de Executivos de
Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), a poupança continuará
sendo uma "excelente opção de investimento, principalmente sobre os
fundos cujas taxas de administração sejam superiores a 1% ao ano".
Analistas avaliam que o Tesouro Direto, programa que permite que
pessoas físicas comprem títulos públicos pela internet, via banco ou
corretora, sem necessidade de aplicar em um fundo de investimentos,
também pode ser uma boa opção para os investidores.
O programa tem
atraído a atenção de aplicadores nos últimos anos.