Se Eduardo Bolsonaro já era o melhor cabo eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula dentro do Brasil, agora ajudou a transformá-lo no antagonista global de Donald Trump.


Lula chegou cheio de energia para seu discurso na
 Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) após as sanções aplicadas por Trump contra o Brasil no momento em que pisou em solo norte-americano.

Falou de democracia, regulação das redes, multilateralismo, Palestina, meio ambiente. 
Saiu de lá aplaudido ao menos cinco vezes.

“Não há pacificação com impunidade”, disse Lula. “Nossa democracia e soberania são inegociáveis”, completou.

Havia, claro, ali um recado para o Congresso brasileiro, que tenta uma redução de penas para Jair Bolsonaro.

Portanto, se a direita achava que conseguiria algo com as sanções norte-americanas contra o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, ou contra autoridades do governo brasileiro, deu um tiro no pé.
O presidente brasileiro foi seguido por discurso enfadonho de Trump, excessivamente focado no público interno.

Narcisista ao extremo, o líder republicano listava o que achava que são suas realizações e, indiretamente, reclamava de nunca ter ganhado o Nobel da paz.

“Muitas pessoas dizem que eu deveria receber o Prêmio Nobel da Paz, mas o que me importa é salvar vidas, são os filhos que crescem com pais e mães”, disse Trump.

Lula fez um discurso de estadista, onde não faltou até citações a Pepe Mujica e ao Papa Francisco, que nos deixaram neste ano e são praticamente unanimidades, enquanto Trump falava como um administrador, que diz estar preocupado com a inflação e empregos norte-americanos, mas que vira as costas para o mundo.

Ao final, Trump tentou fazer uma "pegadinha", elogiando Lula e revelando que pediu um encontro para a próxima semana. Parecia coisa de adolescente. 

O governo brasileiro confirmou a reunião. Afinal, é papel de quem preside um país conversar com outros líderes.

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