Manifestações de caminhoneiros entram no quarto dia em todo o país
Os caminhoneiros entraram hoje (24) no quarto dia de manifestações
contra o preço elevado dos combustíveis. No Rio de Janeiro, a categoria
faz atos de protestos em 14 pontos em cinco rodovias federais que cortam
o estado.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, a maioria das
manifestações ocorre nos acostamentos, onde os caminhoneiros param os
veículos em fila.
Mas, a Via Dutra (BR-116), no km 204, em Seropédica, está apenas com
uma faixa liberada, a da esquerda.
O tráfego é lento nesse trecho, assim
como em Barra Mansa, na altura dos km 267, 269, 274 e 276.
Outros pontos de manifestação são: BR-101 Norte (em Campos, no km
75); BR-101 Niterói-Manilha (Itaboraí, entre kms 296 e 297); BR-493
(Itaboraí, próximo a Trevo da Manilha); BR-393 (em Paraíba do Sul, no km
182; em Volta Redonda, no km 281; e em Barra do Piraí, no km 247);
BR-465 (em Nova Iguaçu, no km 17) e BR-116 Rio-Teresópolis (em
Guapimirim, no km 104, e, em Teresópolis, no km 54).
A PRF informou que multará qualquer veículo que, deliberadamente, restringir o tráfego. A multa chega a R$ 5.689,40.
Consequências
A paralisação dos caminhoneiros tem provocado desabastecimento de
combustíveis e de alimentos em diversos estados. De acordo com o
Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis do Município do Rio de
Janeiro (Sindcomb), ao menos metade dos postos da capital estará hoje
(24) sem algum dos três combustíveis: gasolina, diesel ou etanol. Em
alguns postos de Brasília já falta álcool.
O problema afeta também a operação dos ônibus. Um levantamento da
Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio
(Fetranspor), por exemplo, calculou que 40% da frota de ônibus não
circularam na manhã de ontem por indisponibilidade de combustível.
A
previsão é que hoje até 70% dos ônibus fiquem na garagem.
Já o Sindicato das Empresas de Ônibus da Cidade do Rio de Janeiro
(Rio Ônibus) afirmou que, na capital, quase 30% da frota não circularam
ontem. A BRT Rio, que usa os corredores exclusivos de ônibus, informou
que hoje haverá redução da frota, por causa do problema de abastecimento
de combustível. Com isso, os intervalos vão ter grandes alterações.
Algumas estações estão fechadas.
Os produtos comercializados nas Centrais de Abastecimento do Estado
do Rio de Janeiro (Ceasa), principal centro de distribuição de
hortifrutigranjeiros no estado, tiveram uma grande alta de preços.
A
batata-inglesa foi o produto com o maior aumento, assim como a
batata-doce, cenoura e morango. Nessa quarta-feira, por exemplo, o preço
da batata-inglesa lisa (saco de 50 Kg), que custava na média de R$ 74
na semana passada, aumentou para R$ 350 – alta de 373%.
Já a
batata-inglesa comum (Saco 50 Kg) passou de R$ 64 para R$ 300 (variação
de 369%).
Edição: Talita Cavalcante
Por
Vitor Abdala - Repórter da Agência Brasil