Eunício convoca líderes para decidir votação de isenção do diesel
Reunião com líderes partidários está marcada para a noite desta quinta
Em meio ao calendário complicado e com a continuidade da paralisação
dos caminhoneiros, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE),
convocou uma reuniao extraorinária de líderes para a noite dessa
quinta-feira (24) em Brasília.
Como reação às críticas de que os senadores votariam somente na semana que vem o projeto que isenta tributos que incidem sobre o óleo diesel, Eunício retornou à capital federal às pressas, após cancelar a participação em um evento em sua base eleitoral.
Como reação às críticas de que os senadores votariam somente na semana que vem o projeto que isenta tributos que incidem sobre o óleo diesel, Eunício retornou à capital federal às pressas, após cancelar a participação em um evento em sua base eleitoral.
A reunião de líderes foi convocada no início da tarde de hoje para as
19h. Além da Secretaria-Geral da Mesa, o próprio presidente do Senado
telefonou a alguns líderes comunicando-os da agenda.
A votação, porém, ainda não é consensual, porque as previsões financeiras feitas pelos deputados na noite de ontem no projeto aprovado estavam erradas.
Ao aprovarem o projeto da reoneração de 28 setores da economia, os deputados incluíram o fim da cobrança do PIS/Pasep e da Cofins incidente sobre o diesel até 31 de dezembro de 2018.
A votação, porém, ainda não é consensual, porque as previsões financeiras feitas pelos deputados na noite de ontem no projeto aprovado estavam erradas.
Ao aprovarem o projeto da reoneração de 28 setores da economia, os deputados incluíram o fim da cobrança do PIS/Pasep e da Cofins incidente sobre o diesel até 31 de dezembro de 2018.
A estimativa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e do
relator do projeto, Orlando Silva (PCdoB-SP), era de que o impacto nos
cofres da União seria de apenas R$ 3 bilhões neste ano. Já o ministro da
Secretaria de Governo, Carlos Marun, apresentou uma conta diferente, e nesta manhã veio a público repetir que as contas indicam uma perda próxima a R$ 10 bilhões.
Diante do impasse e da continuidade do movimento dos caminhoneiros,
que se reúnem neste momento com o governo pelo segundo dia consecutivo,
Eunício decidiu convocar os senadores para definirem um cronograma e
evitar o agravamento da crise, que já gera desabastecimento em algumas
regiões do país. As estratégias para a votação ainda estão indefinidas,
já que se os senadores decidirem atender o governo e retirar a isenção
do tributo pedida pelos caminhoneiros, a proposta pode ter que tramitar
novamente na Câmara.
Por meio de sua conta no Twitter, o
presidente do Senado disse que suspendeu uma agenda em Fortaleza ao lado
do governador do Ceará, Camilo Santana (PT). O anúncio da liberação de cisternas já estava previsto na agenda de Eunício há mais de uma semana.
"Decidi voltar a Brasília, suspendendo agenda em que anunciaríamos
investimentos para combater a seca no meu Ceará que já vive uma grave
crise de falta d’água há seis anos. Em Brasília, retomaremos as
negociações em torno das saídas possíveis para a greve dos
caminhoneiros", escreveu.
Greve dos caminhoneiros
Os caminhoneiros protestam há quatro dias contra
os seguidos aumentos do preço do diesel. O movimento tem fechado
algumas estradas, o que já impacta no abastecimento de combustível e
alimentos em algumas regiões do país. As principais reivindicações da
categoria são a redução de impostos sobre o preço do óleo diesel, como
PIS/Cofins e ICMS, e o fim da cobrança de pedágios dos caminhões que
trafegam vazios nas rodovias federais que estão concedidas à iniciativa
privada.
Hoje, o presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam),
José da Fonseca Lopes, disse que a mobilização só será encerrada quando
o presidente Michel Temer sancionar e publicar, no Diário Oficial da
União, a decisão de zerar a alíquota do PIS-Cofins incidente sobre o
diesel.
Edição: Amanda Cieglinski
Por Paulo Victor Chagas - Repórter da Agência Brasil
Por Paulo Victor Chagas - Repórter da Agência Brasil