Indústria da região responde por 30% do PIB no Alto Tietê - Cerca 70 mil trabalhadores estão empregados no setor de transformação; só neste ano foram 3,4 mil vagas criadas
O Alto Tietê conta
com cerca de duas mil indústrias que são responsáveis por 30% do Produto
Interno Bruto (PIB) da região.
O setor também emprega 70 mil
trabalhadores.
Nos últimos anos, a área cresceu e ganhou novas unidades,
apenas entre 2010 e 2016, um período de crise e redução da atividade
econômica, o Alto Tietê conquistou 200 novas indústrias.
Para o Centro
das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) da região, no Dia da
Indústria, que é comemorado hoje, existem motivos para celebrar.
O
Ciesp do Alto Tietê é responsável pelos municípios de Biritiba Mirim,
Ferraz de Vasconcelos, Guararema, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Poá,
Salesópolis e Suzano, e comemora os bons resultados alcançados nos
últimos anos.
"O parque industrial do Alto Tietê tem um grande
diferencial em relação a outras regiões do Estado, que é a sua
diversidade. Nós temos mais de 30 segmentos de atuação da indústria de
transformação, o que vale ressaltar é uma das razões para a boa
recuperação na geração de empregos neste pós-crise", avaliou o diretor
da entidade José Francisco Caseiro.
Para Caseiro, no Dia da
Indústria o setor tem motivos para comemorar, mas ainda existem pontos
para serem melhorados.
Ele defende ainda, que as prefeituras adotem
medidas que possibilitem novos investimentos e que tenham atenção na
infraestrutura dos distritos industriais.
"A indústria responde por 55%
das exportações, 60% dos investimentos privados em pesquisa e
desenvolvimento e 30% da arrecadação de tributos federais. Mais do que
isso, a indústria tem uma grande capacidade de impulsionar outros
setores. Se sua produção está em alta, ela movimenta outras cadeias
produtivas. Se contrata 10 trabalhadores, gera pelo menos outros 20
empregos indiretos", ressaltou.
No momento em que o Brasil
passa por um período de greve por causa na alta do preço dos
combustíveis, Caseiro avaliou que a política adotada atualmente na área é
um dos gargalos de custo do setor.
O diretor ressaltou que outros
desafios são a redução de juros e as reformas tributárias e
trabalhistas.
"Agora, além de se recuperar da crise e crescer, um dos
grandes desafios é a incorporação da Indústria 4.0 nas fábricas. É um
processo sem volta e que implica em um novo modelo fabril para todas as
empresas. Independente de ser grande ou pequena, é preciso investir em
sistemas de rede, Internet das coisas e uso de materiais inteligentes,
entre outros importantes aspectos que já começam a fazer parte da nova
realidade industrial", finalizou.
Geração de novos postos de trabalho é bom sinal
Um dos sinais da recuperação econômica é a geração de empregos, pois mostra que a indústria está produzindo e vendendo mais
Um dos sinais da recuperação econômica é a geração de
empregos, pois mostra que a indústria está produzindo e vendendo mais.
Apenas neste ano, segundo, o Centro das Indústrias do Estado de São
Paulo (Ciesp) do Alto Tietê, a região foi responsável por criar mais de
3,4 mil vagas de emprego.
Para o diretor da Ciesp na região,
José Francisco Caseiro, o ritmo de contratação deve seguir aquecido,
mas pode sofrer impacto por causa da Copa do Mundo e das eleições.
No
entanto, ele avalia que a pior fase foi superada.
"No ano, o Alto Tietê
contabiliza uma alta de 5,58% no nível de emprego industrial, o que
significa a geração de 3.450 postos de trabalho nas indústrias entre
janeiro e abril e um grande resultado para a região, que contabilizou
cerca de 15 mil demissões entre os anos de 2014 e 2016", destacou.
Em Itaquaquecetuba, uma das cidades com o maior volume de indústrias,
são 750, nas quais 120 de grande e médio porte, o número de empregos
aumentou.
De acordo com o presidente da Associação Comercial e
Industrial de Itaquaquecetuba (Acidi), Luciano Dávila, a entidade tem
buscado atrair novas empresas, mas também conta com a ação da
Prefeitura.
"Caminhamos em uma boa recuperação, isso já pode ser
percebido pela quantidade de empregos gerada pelo setor nos últimos 15
meses, são 1.080. Mas, apesar dos bons resultados, o setor precisa de
apoio do setor público e conta com obras de infraestrutura e logística
para ganhar mais competitividade", informou. (L.N.)
Mogi quer trazer novas indústrias ao município
Mogi das Cruzes conta com 1.052 empresas instaladas de acordo com a Secretaria de Desenvolvimento. Parte delas está nos distritos industriais do Taboão, Vila São Francisco e em Cezar de Souza.
O secretário de Desenvolvimento, Clodoaldo de Moraes, afirmou que a
cidade trabalha para trazer novas indústrias.
Para o presidente da
Associação Gestora do Distrito Industrial do Taboão (Agestab), Osvaldo
Baradel, a falta de infraestrutura ainda é um obstáculo para a
instalação de novas empresas.
Moraes informou que o prefeito
Marcus Melo (PSDB) se reunirá em julho com a Câmara Brasil-Japão para
apresentar a cidade.
Ele ressaltou que há empresas interessadas em se
instalar na cidade.
"Tem uma do ramo de trator que tem interesse. Ela é
da Índia". O secretário informou que um grande investimento privado será
feito na Chácara Guanabara por uma empresa de galpões industriais.
De acordo com Moraes, Mogi está trabalhando em uma legislação de
incentivo fiscal e que o anúncio do governador Márcio França (PSB) para a
implantação de um acesso da rodovia Ayrton Senna (SP-70) para o Taboão
atrairá investimentos.
Segundo a Agestab, hoje, 40 empresas
são associadas e o Taboão conta 60 empresas instaladas, além de 15 em
processo de implantação.
Para Baradel, o problema ainda é a falta de
estrutura básica.
Ele destacou que a falta de acesso fez com que muitas
desistissem de se instalar.
"Todas as autoridades e a população de
maneira geral entendem que o Taboão é o futuro do Alto Tietê, no que diz
respeito a geração de emprego, renda e impostos, no entanto, precisa de
atenção e investimentos", concluiu. (L.N.)
Luana Nogueira - http://www.portalnews.com.br