Moraes define multa a Silveira, manda Lira marcar instalação de tornozeleira e abre inquérito por desobediência - Ministro do STF também determinou que Banco Central bloqueie contas e Câmara desconte eventual multa dos vencimentos do parlamentar. Silveira dormiu em gabinete para evitar ação policial e retomada do monitoramento eletrônico.

 Por Marcos Losekann, Fernanda Vivas e Mateus Rodrigues, TV Globo e g1 — Brasília

 

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes definiu nesta quarta-feira (30) multa diária de R$ 15 mil caso o deputado Daniel Silveira (RJ) continue se recusando a ser monitorado por tornozeleira eletrônica. 

Moraes também ordenou que o Banco Central bloqueie as contas bancárias ligadas a Silveira para garantir o pagamento da multa, caso ela se materialize.

O ministro do STF determinou ainda que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), "indique dia, horário e local para a efetivação do monitoramento eletrônico do réu Daniel Silveira" e adote as providências para garantir o pagamento de eventual multa, descontando o valor diretamente nos vencimentos do parlamentar.

A decisão de Moraes inclui, ainda, outros três pontos:

ampliação da "zona de inclusão", ou seja, da área por onde Daniel Silveira poderá circular com a tornozeleira: além de Petrópolis e do Distrito Federal, que constavam na decisão anterior, o parlamentar poderá circular por todo o estado do Rio de Janeiro, onde exerce o mandato.
indeferimento da suspensão das medidas cautelares contra Silveira, que tinha sido solicitada pela defesa do deputado: segundo Moraes, há precedente no próprio STF indicando que as medidas não afetam o pleno exercício do mandato e, por isso, não precisam ser autorizadas pelo Parlamento.
abertura de inquérito, vinculado ao existente e sob relatoria de Moraes, para apurar a desobediência de Silveira à decisão judicial de instalação da tornozeleira e restrição de circulação.
Moraes critica, na sentença, a conduta de Daniel Silveira ao utilizar as dependências da Câmara para evitar o cumprimento da decisão judicial. O parlamentar passou a noite no gabinete e, ao longo desta quarta, ficou a maior parte do tempo em plenário – espaço considerado inviolável pela Mesa Diretora da Câmara. 
"Estranha e esdrúxula situação, onde o réu utiliza-se da Câmara dos Deputados para esconder-se da Polícia e da Justiça, ofendendo a própria dignidade do Parlamento, ao tratá-lo como covil de réus foragidos da Justiça", diz o ministro.

"Não só estranha e esdrúxula situação, mas também de duvidosa inteligência a opção do réu, pois o mesmo terminou por cercear sua liberdade aos limites arquitetônicos da Câmara dos Deputados, situação muito mais drástica do que àquela prevista em decisão judicial." 
https://g1.globo.com/politica/noticia/2022/03/30/moraes-define-multa-a-silveira-por-descumprimento-de-cautelares-e-manda-lira-indicar-data-e-local-para-instalacao-de-tornozeleira.ghtml

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