Lula critica militares na política: 'Exército deve servir ao Brasil e não puxar saco de Bolsonaro'
247 - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta quarta-feira (30) a atuação política de militares. Durante discurso em evento na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), Lula atacou Jair Bolsonaro, afirmou a esquerda voltará a que as eleições.
"O papel dos militares não é saco de Bolsonaro nem de Lula. Eles têm que ficar acima das disputas políticas. Exército não serve para política, ele deve servir para proteger a fronteira e os países de ameaças externas", afirmou o ex-presidente.
"Ele é tão frágil e boçal que, como não tem partido político, pegou a camisa da seleção e a bandeira dizendo que é o partido dele. Vamos mostrra que as cores da bandeira brasileira não são desse fascista. Essa bandeira é nossa", acrescentou Lula.
Destacando a situação da fome, o ex-presidente lembrou que “o Brasil é o terceiro maior produtor de alimento do planeta terra, e o maior produtor de proteína animal do mundo. Então não é possível a gente ver as pessoas correndo atrás de um caminhão que tombou com carcaças de frango, ou uma pessoa pegando no almoço osso para ferver na água e tentar fazer um caldo para colocar na água. É falta de vergonha na cara das pessoas que governam esse país”
Ele ainda denunciou a privatização das estatais brasileiras.
“Como não sabem governar, só querem vender o que está pronto. Não têm coragem de fazer economia pensando no povo”, disse.
Lula disse que “esse país andou para trás”, justificando com a situação de estagnação do salário mínimo e do aumento dos preços dos combustíveis.
Após lembrar que o brasileiro pagava R$ 2,60 no litro da gasolina, apesar da crise de 2008, denunciou a venda da BR Distribuidora e a dolarização dos combustíveis no Brasil. “Hoje, depois que venderam a BR, tem 392 empresas importando gasolina dos EUA. Se importam pagando em dólar, têm que desembolsar em dólar do bolso de vocês, e muita gente não consegue sair de casa”, destacou. “Esperem que nós vamos voltar. E quando voltarmos, vamos abrasileirar o preço das coisas”, afirmou. “Obama disse ‘nós podemos’, a Dilma disse ‘nós queremos’ e eu vou dizer ‘nós venceremos’”, completou.
Lula também destacou a situação da fome e dos ataques aos direitos trabalhistas. “Não é normal em pleno século XXI” a fome no Brasil e no mundo, afirmou. “Não é por falta de alimento, é por falta de dinheiro”, disse o ex-presidente, denunciando a desigualdade.
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