Vice de Bolsonaro, Braga Netto exalta golpe e ditadura militar de 1964
247 - O Ministério da Defesa, chefiado pelo pré-candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro, publicou uma nota oficial nesta quarta-feira (30) exaltando o golpe militar que implantou uma ditadura no país por 21 anos, entre 1964 e 1985.
“O Movimento de 31 de março de 1964 é um marco histórico da evolução política brasileira, pois refletiu os anseios e as aspirações da população da época”, diz a nota, elogiando um regime que torturou e assassinou presos políticos, fechou o Congresso, impôs atos e leis de exceção, exilou democratas e patriotas, cassou mandatos eletivos, perseguiu acadêmicos e artistas, personalidades destacadas da ciência e da cultura. A ditadura militar celebrada no dia em que sua instauração completa 58 anos, foi também um regime que mergulhou o país na corrupção, fez uma gestão econômica desastrosa, levando o povo a viver uma vida calamitosa, foi entreguista e alinhado ao imperialismo estadunidense.
A ordem do dia do candidato a vice de Bolsonaro critica, sem citar nomes, o pensamento consensual entre democratas e patriotas sobre o caráter da ditadura como regime antipopular, antinacional e antidemocrático. Segundo o general, "a história não pode ser reescrita, em mero ato de revisionismo, sem a devida contextualização”.
O texto também é assinado pelos comandantes da Marinha, almirante Almir Garnier Santos, pelo comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira, e pelo comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Almeida Baptista Junior, informa o Congresso em Foco.
A Ditadura Militar iniciada no ano de 1964 foi um regime marcado pela violência e repressão. Segundo a Comissão Nacional da Verdade, 434 brasileiros foram mortos ou “desaparecidos” durante a ditadura militar entre os anos de 1964 e 1985. A comissão também concluiu que mais de 8,3 mil indígenas perderam a vida naquele período em razão de ações praticadas ou toleradas pelo regime então em vigor. Estima-se que 50 mil pessoas tenham sido presas por razões políticas, tendo cerca de 20 mil delas submetidas a torturas.
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