Depósitos em poupança crescem, mesmo com rentabilidade menor


Faz um ano que a regra de cálculo mudou e ela passou a render menos. Mesmo assim, a caderneta de poupança continua nadando de braçada.


O volume de depósitos na poupança tem surpreendido muita gente que previu uma redução do volume de depósitos por causa da queda da rentabilidade. Mas aconteceu o contrário.

Faz um ano que a regra de cálculo mudou e ela passou a render menos. Mesmo assim, a caderneta de poupança continua nadando de braçada.
Em março deste ano, o volume de depósitos superou o de retiradas em quase R$ 6 bilhões. Isso é mais que o dobro do saldo de março do ano passado.
No acumulado do trimestre, o número impressiona ainda mais: o saldo de depósitos foi quatro vezes maior.
Para permitir o corte da taxa de juros que serve de referência para a economia, a Selic, o governo estabeleceu que quando ela atingir 8,5% ao ano ou menos, a poupança passa pagar 70% da taxa básica.
O rendimento menor não assustou o poupador. “Você deixa lá e rende um dinheirinho todo mês”, comenta um homem.
Esse movimento todo na caderneta de poupança surpreendeu até mesmo os economistas. Com a mudança no cálculo determinada pelo governo no ano passado, muitos achavam que os poupadores iriam passar a gastar mais do que poupar.
Até porque com a taxa de juros mais baixa, as aplicações não rendem tanto. Mas aconteceu justamente o contrário. Muita gente, agora, está mais preocupada em preservar seu dinheiro, poupar, do que se arriscar para ganhar mais.
“Poupança, embora renda menos, é mais segura”, diz uma mulher.
Um economista lembra que a chamada poupança antiga, aquela que já tinha depósitos antes de o governo mudar a regra, rende 6,17% ao ano + tr. 
Um rendimento muito bom, diz ele. E para não haver confusão entre depósitos antigos e os novos, que têm rendimentos diferentes, o especialista dá uma dica:
“Abrir um caderneta nova, para deixar bastante separado. 
De forma bem clara, o que é aquela poupança antiga, que não deve mexer, deve preservar porque tem um rendimento espetacular. Com relação a essa nova poupança, ele pode eventualmente tirar, mais tarde recompor, colocar mais um dinheirinho, movimentar um pouco mais”, afirma Andrew Storfer, economista.
“Ainda tenho aquela poupança antiga. Essa está valendo.
 Está melhor que o tomate”, diz Christian Marcelo de Moraes, consultor.

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