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sábado, 6 de setembro de 2025

Professor, quanto vale o seu trabalho?

 

Professor, quanto vale o seu trabalho?

No capitalismo, o trabalho docente é fetichizado, invisibilizado e desvalorizado
06/09/2025 | 11h03  

Por Valter Mattos da Costa*

Em primeiro lugar, para tentar responder a essa pergunta, é preciso lembrar que, na Economia Política, a tradição do “valor-trabalho” – de Adam Smith, David Ricardo e Karl Marx – distingue valor de preço. O valor de uma mercadoria não pode ser confundido com o seu preço nominal.

Alguns dirão que o valor de um produto está em seu uso; outros, como os que seguem a teoria do valor-trabalho, afirmarão que ele vem da quantidade de trabalho humano nele incorporado. Num livro, por exemplo, há o trabalho de quem extraiu o metal da máquina que o imprimiu, de quem derrubou as árvores para fabricar o papel, além do trabalho intelectual que lhe deu conteúdo etc.

Dito isso, a pergunta atravessa a sala e retorna: quanto vale o trabalho de quem ensina? A resposta não vem de imediato. Fica suspensa, como se encoberta pelo feitiço do capital, que insiste em invisibilizar o essencial.

No marxismo, o fetiche da mercadoria esconde que o valor nasce do trabalho humano. Parece que a mercadoria tem poder próprio, quando na verdade cristaliza um esforço invisível – esta é uma das “mágicas” ideológicas do capitalismo, e muito útil a quem detém os meios de produção (aquilo quer faz as coisas surgirem).

Hoje, por exemplo, algo semelhante ocorre com as inteligências artificiais. Muitos acreditam que funcionam sozinhas, esquecendo que máquinas, dados e linguagens foram produzidos por pessoas, com suor, tempo e energia acumulados. São valiosas justamente porque concentram uma quase infinidade de trabalho humano, físico e intelectual.

Contudo, como já lembrava Gramsci, todo trabalho é também intelectual. Quem limpa uma escola, por exemplo, não age como um robô: pensa, organiza, decide como realizar sua tarefa. Nenhuma atividade humana é destituída de pensamento.

Assim também acontece com a escola. Costuma-se acreditar que o conhecimento floresce naturalmente, mas sem professores a aprendizagem não se realiza plenamente – ou torna-se precária, “capenga”. Apesar disso, há quem defenda o “homeschooling”, como se a educação pudesse ser reduzida à transmissão de conteúdos em casa, geralmente sem mediação pedagógica qualificada e com forte viés ideológico.

No extremo, alguns chegam a propor a desescolarização (“deschooling”), ideia de que seria possível uma sociedade sem escolas e professores. Essa concepção, em vez de libertar, atende aos interesses neoliberais: desvaloriza o trabalho docente, transforma o conhecimento em mercadoria individual e enfraquece a função social da escola como espaço coletivo de formação, convivência, socialização, emancipação e o surgimento de sentimentos como o da empatia entre o público discente.

No caso da Internet, a ilusão se repete. Plataformas de busca, como o Google, alimentam a crença de que é possível aprender tudo sozinho, dispensando o professor e a escola. Mas, por trás dessa aparência de autonomia, o que ocorre é a captura sistemática de nossa atenção pelas big techs. Cada clique, cada dado, é transformado em mercadoria, empacotado e vendido a empresas interessadas em nossos interesses.
Pensamos estar consumindo conhecimento livremente, quando na verdade somos nós os
produtos negociados.

Da mesma forma, professores e alunos são tratados como números, indicadores, estatísticas. O valor do trabalho docente se reduz a métricas vazias, como se fosse uma engrenagem descartável em planilhas.
O capital financeiro, internacionalmente hegemônico no acúmulo de riqueza e poder político, controla os fluxos globais de quase tudo, mas precisa das big techs para extrair mais-valor da atenção e da cultura. É um poder amalgamado, sustentado pela captura digital e ideológica. Transformando os proprietários destas empresas em “gurus popstar” da sabedoria mundial contemporânea.

Enquanto isso, professores seguem trabalhando sem apoio e reconhecimento em seu “chão de fábrica” – a escola e suas salas de aula. Gasta-se voz, energia e paciência diante da indisciplina, do desinteresse e da precariedade. O esforço invisível não aparece nos relatórios, nem nos discursos oficiais – isto é, há extração de “mais valor” docente que, quando bem-sucedido, é capital simbólico acumulado pelos dirigentes
governamentais.

É preciso romper com esse fetiche — o feitiço de que o trabalho docente não tem valor. Cada aula noturna, cada explicação paciente, cada texto corrigido é trabalho vivo, insubstituível. Não se trata de algo que possa ser feito de qualquer maneira, “nas areias da praia”, como já chegou a afirmar um prefeito, mas de uma atividade complexa, que exige dedicação, preparo e responsabilidade. É um trabalho que nenhuma máquina,
algoritmo ou métrica consegue replicar.

Professor, quanto vale o seu trabalho? Vale mais que qualquer algoritmo, mais que qualquer índice financeiro. Vale porque é humano, resultado de anos de estudos que nunca terminam, dedicação cotidiana e consciência de classe construída na prática.

Hoje, porém, esse valor tem sido pago com suor, tempo e saúde não reconhecidos. O trabalho docente sustenta o futuro, mas continua invisibilizado por métricas que jamais conseguirão traduzi-lo.

*Professor de História, especialista em História Moderna e Contemporânea e mestre em História social, todos pela UFF, doutor em História Econômica pela USP e editor da Dissemelhanças Editora. 

https://iclnoticias.com.br/professor-quanto-vale-o-seu-trabalho/

Alckmin diz que ‘indulto é golpismo de marcha ré’ após evento com Tarcísio em SP

 

Alckmin diz que ‘indulto é golpismo de marcha ré’ após evento com Tarcísio em SP

Alckmin esteve ao lado de Tarcísio durante o leilão do túnel que ligará as cidades de Santos e Guarujá, no litoral paulista, na Bolsa de Valores, no centro de São Paulo
06/09/2025 | 09h18 

Por Juliana Arreguy 

(Folhapress) – O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) declarou que “indulto é golpismo de marcha à ré” após participar nesta sexta-feira (5) de um evento junto do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que passou a última semana em Brasília negociando o projeto de anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional.

“Sobre essa questão de não respeitar o Judiciário, o indulto e tal, o indulto é golpismo de marcha à ré. Isso é inadmissível”, disse Alckmin.

Alckmin esteve ao lado de Tarcísio na Bolsa de Valores, em SP

O vice de Lula (PT) esteve ao lado de Tarcísio durante o leilão do túnel que ligará as cidades de Santos e Guarujá, no litoral paulista, na Bolsa de Valores, no centro de São Paulo. O projeto é feito em parceria entre os governos federal e estadual e o leilão teve a presença de outros três ministros do governo petista: Fernando Haddad (Fazenda), Márcio França (Empreendedorismo) e Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos).

Alckmin diz que 'indulto é golpismo de marcha ré' após evento com Tarcísio em SP

Alckmin diz que ‘indulto é golpismo de marcha ré’ após evento com Tarcísio em SP

Durante os discursos, os ministros de Lula deram alfinetadas em Tarcísio, à exceção de Costa Filho, que é do partido do governador e pregou a união em sua fala. Quando foi chamado a bater o martelo da privatização, Costa Filho convidou Alckmin e Tarcísio para que os três pudessem fazer isso juntos.

“Nós temos que dialogar com a necessidade de dialogar com o pacto federativo”, disse ele à imprensa. “Esse simbolismo é muito importante para o país”.

Antes, em seu discurso, o ministro pregou ser um momento de fortalecer o diálogo “independentemente de ser de esquerda, direita ou centro.”

Questionado sobre o projeto de anistia, ele disse que votaria contra caso ainda estivesse na Câmara -ele se licenciou do cargo de deputado federal para assumir o ministério-, mas que defende a revisão da dosimetria das penas.

Haddad iniciou sua fala também pregando o trabalho em conjunto, ressaltando que não houve disputa por protagonismo nas negociações entre os governos federal e estadual. Os bastidores indicaram o contrário -Lula chegou a cogitar federalizar a construção do túnel.

Haddad saiu em defesa do governo federal ao dizer que Lula dialoga com “a situação e a oposição” e fez menção ao plano Punhal Verde-Amarelo, que tinha por objetivo matar o presidente, Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), episódio que consta no julgamento da trama golpista na corte.

“Sabemos que estamos num mundo um pouco conflagrado. As pessoas falam um pouco de polarização, mas a democracia envolve polarização de ideias, de bons argumentos, de visão de mundo. Mas quando a polarização é do tipo autoritário, em que se quer eliminar o adversário, essa é a polarização que ninguém quer. Aqui estamos dando mostra da volta do espírito republicano no Brasil”, disse Haddad.

O governador citou nominalmente os ministros de Lula e disse que o projeto será feito em conjunto. No entanto, após o evento, ele se recusou a comentar os dias passados em Brasília negociando a anistia de Bolsonaro.

“Hoje o assunto aqui é o túnel”, respondeu quando questionado pela imprensa. 

https://iclnoticias.com.br/alckmin-diz-que-indulto-e-golpismo/

sexta-feira, 5 de setembro de 2025

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará um pronunciamento neste sábado com críticas aos "traidores da pátria"

 O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará um pronunciamento neste sábado com críticas aos "traidores da pátria", em referência à atuação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, que defende a aplicação de sanções a autoridades e instituições brasileiras pelo governo dos Estados Unidos, de Donald Trump. 

Ao longo de quase seis minutos, o presidente vai destacar a soberania nacional, que já vem sendo o mote principal das peças publicitárias da Secretaria de Comunicação Social (Secom). 

No pronunciamento, Lula também irá fazer uma nova defesa do Pix.




STF terá sessão extra do julgamento de Bolsonaro

 O ministro Cristiano Zanin do Supremo Tribunal Federal (STF), acatou o pedido feito por Alexandre de Moraes para a realização de uma sessão extra da Primeira Turma da Corte para julgar o núcleo 1 da trama golpista, formado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete aliados.


No pedido enviado ao presidente do colegiado, Moraes pediu o agendamento de uma sessão extraordinária para a próxima quinta-feira (11)

Já estavam agendadas sessões para os dias 9, 10 e 12 de setembro.

O julgamento começou nesta semana, quando foram ouvidas as sustentações das defesas do ex-presidente e dos demais acusados, além da manifestação do procurador-geral da República, Paulo Gonet, favorável à condenação de todos os réus.

📸 Lula Marques/ Agência Brasil 

"Liberou Geral" dos Criminosos

Projeto de lei da anistia para Bolsonaro e outros futuros condenados é o "liberou geral" dos criminosos

Coluna do Xico Sá 
Xico Sá

Escritor e jornalista, faz parte da equipe de apresentadores do ICL Notícias. Com passagem por diversas redações e emissoras de tv, ganhou os prêmios Esso, Folha, Abril e Comunique-se. Participou de programas como Notícias MTV, Cartão Verde (Cultura), Redação Sportv, Papo de Segunda (GNT) e Amor & Sexo (Globo). É autor de Big Jato (Companhia das Letras) e A Falta (Planeta), entre outros livros. O colunista nasceu no Crato, na região do Cariri cearense, e iniciou sua trajetória profissional no Recife.

Colunistas ICL

Onde se lê anistia, leia-se arrastão da impunidade

Projeto de lei da anistia para Bolsonaro e outros futuros condenados é o "liberou geral" dos criminosos
05/09/2025 | 16h14 

O professor João Cézar de Castro Rocha tem alertado, nos seus comentários nos programas do ICL Notícias, sobre a malandragem usada pela extrema direita brasileira ao nomear seus projetos. 

Repare, por exemplo, como a bancada bolsonarista chama de anistia o que, na prática, pode representar um arrastão da impunidade em todo o país.

A turma do “bandido bom é bandido morto”, com o governador Tarcísio de Freitas no comando, tenta emplacar um perdão que escancara as portas dos presídios não apenas para o ex-presidente — na véspera da condenação no STF —, mas pode beneficiar até mesmo integrantes de facções criminosas e milicianas.

O risco decorre, conforme alertou a jurista Damares Medina em conversa com o ICL, por causa da redação vaga incluída no artigo 1º do projeto, que não estabelece qualquer limite objetivo para diferenciar condutas meramente opinativas de crimes graves.

Lembre-se que este mesmo grupo de parlamentares tentou aprovar a tal da PEC da Blindagem, conhecida vulgarmente como PEC da bandidagem, que livrava os políticos criminosos de eventuais processos e penas.

No momento em que o PCC está infiltrado no mercado financeiro paulista, como se revelou no escândalo da Faria Lima, há um temor no Congresso que as investigações alcancem deputados e senadores associados ao esquema. Daí a corrida maluca por leis que o protejam.

A picaretagem no uso das palavras é o forte da extrema direita nesse momento. Tudo para evitar a cadeia ou abrir as portas dos presídios para criminosos e futuros condenados, caso do ex-presidente e do núcleo crucial do golpe sob julgamento no Supremo.

A esperteza para dar o truque da anistia no Congresso, repare bem, conta com o auxílio manipulador de advogados e influenciadores bolsonaristas, como Tiago Pavinatto e Flavia Ferronato — autores da minuta do projeto de lei do PL.

É o bonde do arrastão da impunidade na avenida. O bando do “liberou geral” pede passagem. Há algo no ar além dos aviões de carreira e dos jatinhos das organizações criminosas, diria um Barão de Itararé em versão 2025.

https://iclnoticias.com.br/onde-se-le-anistia-leia-se-arrastao-da-impunidade/


SEM ANISTIA PARA GOLPISTAS!

 O líder da Bancada do PT na Câmara, deputado federal Lindbergh Farias (RJ), denunciou nesta quinta-feira (4) o conteúdo de uma nova versão do projeto de lei da anistia – divulgada pelo líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante.


A proposta vem sendo articulada por setores da extrema direita no Congresso Nacional. Segundo o líder petista, trata-se de uma manobra para blindar juridicamente os responsáveis pelos atos golpistas de 8 de janeiro e por outras ações contra a democracia brasileira. Além disso, abre espaço para a impunidade, chegando ao absurdo de prever anistia até para crimes futuros.

SEM ANISTIA PARA GOLPISTAS! 

Assine petição contra o projeto que quer perdoar os golpistas por seus crimes contra o Brasil! - Vamos ocupar as ruas e redes contra essa nova tentativa de golpe: SEM ANISTIA!

 Manifeste sua indignação e pressione o 

Congresso contra esse absurdo.

https://samiabomfim.com.br/semanistia/#assinar 


contato@samiabomfim.com.br
Câmara dos Deputados
Gabinete 642 – Anexo 4
CEP 70160-900 – Brasília/DF
FONE (61) 3215-5642

Enquanto o Brasil de Lula tem batido recordes históricos na queda do desemprego e no aumento de trabalhadores com carteira assinada......................

 senadorhumberto

Estados Unidos de Trump amargam um desastre no mercado de trabalho. As vagas por lá caíram ao menor nível em 10 meses. Trump já demitiu o responsável pelas estatísticas de trabalho tentando brigar com a realidade e ataca o FED, o banco central americano. Mas o fato é que seu governo caótico tem levado os EUA à debacle, com tarifaço e tudo.



Projeto de Novo Golpe - Pec do liberou geral! Traidores da Pátria

 
























ALIADOS DE JAIR APOSTAM TODAS AS FICHAS EM PROJETO DA IMPUNIDADE - ICL NOTÍCIAS

 


 


Texto em discussão no Congresso inclui até milícias e organizações criminosas no rol de beneficiados, ampliando riscos de impunidade e instabilidade jurídica

 


https://detudo-altotiet-luizavine.blogspot.com/2025/09/anistia-pode-beneficiar-criminosos-de.html

NOVO GOLPE!



NOVO GOLPE ✖️ O deputado estadual Paulo Fiorilo (PT-SP) protocolou uma representação junto ao Ministério Público de São Paulo solicitando investigação do governador Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), acusado de usar recursos públicos para atuar em Brasília a favor da anistia de Jair Bolsonaro (PL). 

Segundo Fiorilo, o governador deixou o Estado à deriva para pressionar deputados da Câmara sobre o tema, em meio ao julgamento da tentativa de golpe de Estado promovida por Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF).


De acordo com a ação, Tarcísio teria mobilizado aeronave, veículos oficiais, combustível, diárias de deslocamento, seguranças e assessores, sem qualquer benefício concreto para a população paulista, enquanto cumpria agenda pessoal de interesses políticos e eleitorais. 

O deputado afirma que tais condutas configuram crimes no uso do cargo e improbidade administrativa.
jornaldiariocarioca

Anistia pode beneficiar criminosos de facções como o PCC, alerta jurista

 Texto em discussão no Congresso inclui até milícias e organizações criminosas no rol de beneficiados, ampliando riscos de impunidade e instabilidade jurídica

05/09/2025 | 13h17 

Por Cleber Lourenço

A jurista Damares Medina alerta que o projeto de lei de anistia em discussão no Congresso pode abrir espaço para que integrantes de facções criminosas, como o PCC, ou de milícias sejam beneficiados. 

O risco decorre da redação vaga incluída no artigo 1º, que prevê o perdão a delitos “associados de qualquer modo” a manifestações políticas.

Essa formulação, segundo ela, não estabelece qualquer limite objetivo para diferenciar condutas meramente opinativas de crimes graves, o que compromete a finalidade original da anistia, que deveria se restringir a atos de natureza política ou de opinião.

O texto do projeto é explícito ao listar como passíveis de anistia condutas que envolvam apoio administrativo, logístico ou financeiro, além de qualquer forma de incentivo a manifestações. Inclui também: “dano contra o patrimônio da União, deterioração de patrimônio tombado, incitação ao crime, apologia de crime ou criminoso, organização criminosa, associação criminosa ou constituição de milícia privada”.

Ao inserir esse rol de crimes, o projeto vai além do perdão a manifestações políticas e alcança práticas ligadas diretamente a facções e milícias, o que amplia o risco de anistia a delitos graves. Para Medina, essa abertura é perigosa porque permite que réus de delitos graves aleguem participação política e sejam automaticamente perdoados, criando um incentivo perverso.

anistia

Damares Medina

Segundo Medina, essa abertura permite que até crimes de alta gravidade, como os previstos na Lei de Organizações Criminosas, sejam anistiados, mesmo quando o vínculo com atos de natureza política seja apenas tangencial. Ela é categórica:

“A fórmula ‘associadas de qualquer modo’ abre espaço para que delitos graves de organização criminosa sejam anistiados, ainda que tangenciais a manifestações políticas”.

O receio é de que se crie um precedente perigoso em que qualquer réu envolvido em crimes comuns tente alegar motivação política para se beneficiar da anistia. Para a jurista, a proposta desvirtua o sentido histórico da anistia, que no Brasil sempre teve caráter político e buscava encerrar períodos de exceção e perseguição ideológica, não blindar práticas criminosas de alta periculosidade.

O alerta chama atenção porque a proposta não se limita a manifestações de opinião em redes sociais, discursos em vias públicas ou críticas a instituições. O texto também alcança danos contra patrimônio público, deterioração de bens tombados, incitação ao crime, apologia de criminosos e até a constituição de milícia privada. Ao estender a anistia a tais condutas, o projeto pode oferecer um salvo-conduto a criminosos comuns e a grupos organizados, enfraquecendo instrumentos de combate ao crime e abrindo espaço para que estruturas como facções e milícias se escudem sob o argumento de participação em atos políticos.

Além da questão penal, Medina também aponta inconstitucionalidades no campo eleitoral. O projeto prevê o afastamento automático de todas as inelegibilidades já declaradas pela Justiça Eleitoral, o que, segundo a jurista, viola a Constituição por tratar de matéria que exige lei complementar e não lei ordinária. A proposta também afronta o princípio da anualidade eleitoral, que impede mudanças nas regras do processo a menos de um ano das eleições, e contraria a garantia da coisa julgada, ao pretender derrubar decisões já transitadas em julgado.

“Ao pretender reverter inelegibilidades e decisões da Justiça Eleitoral por meio de lei ordinária, o projeto viola cláusulas pétreas e fragiliza ainda mais a segurança jurídica”, afirma Medina.

Medina reforça que a anistia é um instrumento legítimo, mas deve ter contornos claros e respeitar limites constitucionais. O problema, segundo ela, é que o texto atual mistura crimes de opinião com delitos que atacam diretamente o Estado e a sociedade, criando uma espécie de anistia geral e irrestrita. “Isso não é pacificação, é impunidade institucionalizada”, observa.

Especialistas ouvidos ressaltam que a amplitude do texto é inédita e rompe com a tradição das anistias concedidas no Brasil, que costumavam se limitar à esfera penal. Ao determinar o afastamento automático de multas, indenizações e restrições de direitos impostas judicial ou administrativamente, o projeto invade a competência do Judiciário e fragiliza a separação de poderes. A avaliação é de que, caso aprovado, o texto será alvo imediato de ações diretas de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal, com pedidos de suspensão liminar de trechos considerados mais graves.

Esse risco ganha força diante de um problema estrutural criticado por juristas: a falta de padrões consistentes do Supremo Tribunal Federal em sua jurisprudência. Medina recorda:

“O cerne da questão reside no caráter paradoxal do Brasil. Embora a competência penal do Supremo Tribunal Federal seja notória, há outros casos relevantes, como os relacionados a planos econômicos, questões tributárias e de segurança jurídica, nos quais o Supremo demonstrou instabilidade em suas decisões”.

Ela lembra que, em quase três décadas de atuação no contencioso constitucional, acompanhou exemplos concretos de como essa oscilação tem marcado a trajetória do Supremo. Durante o julgamento do mensalão, por exemplo, o STF firmou o entendimento de que até réus sem foro privilegiado deveriam ser julgados pela Corte. Anos depois, em casos da Lava Jato, a mesma Corte reviu a posição, permitindo que Lula fosse processado por Sérgio Moro na primeira instância. Pouco tempo depois, voltou atrás novamente e ampliou o alcance do foro privilegiado. Para Medina, essa mudança constante revela a ausência de critérios claros.

“Diante desse cenário, a situação é, de fato, preocupante”, resume.

Ela também citou exemplos na esfera tributária, como o caso dos expurgos inflacionários do FGTS e a chamada “tese do século” envolvendo ICMS. O Supremo, segundo ela, manteve durante anos o entendimento de que eram questões infraconstitucionais, até decidir, de forma abrupta, que eram constitucionais, modulando efeitos e impactando bilhões em arrecadação e contribuintes. “São decisões que não apenas mudam a jurisprudência, mas desestabilizam a economia e corroem a confiança no sistema judicial”, destaca.

Outro exemplo mencionado foi a mudança de entendimento sobre a competência da Justiça do Trabalho para julgar casos de danos morais decorrentes de contrato laboral. “Em três meses, o plenário mudou completamente sua posição sem qualquer alteração na composição do tribunal. Esse tipo de oscilação alimenta a percepção de insegurança jurídica e fragiliza a confiança da sociedade”, afirma Medina.

A jurista também chama atenção para a necessidade de lidar com a tramitação legislativa de forma pragmática:

“É um projeto em lei em tramitação, precisamos lidar com cenários… O mínimo seria uma emenda supressiva desse trecho”.

Para Medina, ao menos a exclusão da anistia a crimes de organização criminosa seria um passo para reduzir o impacto negativo da proposta. No entanto, mesmo com alterações, ela ressalta que o projeto continuará sendo alvo de judicialização e disputas políticas, dada a sua natureza casuística e a conexão direta com investigações que atingem lideranças políticas relevantes.

Assim, a aprovação de uma anistia ampla e mal delimitada não apenas ameaça beneficiar criminosos de facções e milícias, mas também pode intensificar a instabilidade institucional e aprofundar disputas judiciais. Para Medina, não há razões para otimismo: sem critérios claros e objetivos, a anistia pode se transformar em mais um capítulo de insegurança jurídica e fragilidade democrática no país.

“Sem parâmetros consistentes, a anistia corre o risco de se tornar um salvo-conduto para criminosos e um novo campo de incertezas para o sistema democrático”, conclui a jurista.

https://iclnoticias.com.br/anistia-pode-beneficiar-criminosos/

“Quanto mais abelha, mais mel!”

  “Quanto mais abelha, mais mel!” 

O cooperativismo é essencial para unir forças, melhorar a renda e servir melhor à sociedade. 

Com a liderança do Presidente @LulaOficial, vamos fortalecer as cooperativas e garantir que ninguém fique para trás. 

No evento, entregamos 10 caminhões de coleta seletiva para a Central de Cooperativas de Trabalho de Materiais Recicláveis do DF, aumentando em 15% o volume de recicláveis coletados!

 👏 Parabéns à @abdi.digital e ao @cappelli.ricardo pelo suporte com novos equipamentos! 💪



Reconhecimento do Brasil como país livre de gripe aviária pela União Europeia

 Excelente notícia vindo do ministro da Agricultura e Pecuária, @carloshbfavaro, informando do reconhecimento do Brasil como país livre de gripe aviária pela União Europeia. Com isso, brevemente os embarques de aves brasileiras para o bloco europeu deve ser retomado. Por aqui, sob a orientação do presidente @LulaOficial, estamos trabalhando, em todas as frentes possíveis, para defender os brasileiros, nossas empresas e nossa economia.

geraldoalckmin



Acordo União Europeia 🇪🇺 e Mercosul avança!

 A Comissão Europeia apresentou hoje o texto final do Acordo Mercosul-União Europeia. Mais um passo decisivo para nossa integração, aumentando o comércio, os investimentos e os empregos em nossas regiões!



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