Segundo a presidente do PT, o ex-juiz suspeito vive da mentira e não seria diferente nessa ocasião
Gleisi Hoffmann e Sergio Moro (Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados | GUSTAVO BEZERRA)
247 - O ex-juiz suspeito Sergio Moro volta a delinquir ao associar, sem provas, o PT ao PCC, afirmou a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann.
Segundo a deputada, o agora senador "vive da mentira desde o tempo em que foi juiz", e não seria diferente agora que ele tenta armar contra o presidente Lula mais uma vez.
Moro teria sido jurado de morte pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) por conta de suas ações contra o grupo criminoso durante o período em que esteve à frente do ministério da Justiça.
No entanto, o presidente Lula disse que o caso coberto de mentiras parece "armação" do ex-juiz suspeito.
Segundo Gleisi, "não foi Moro o responsável pela transferência do chefe do PCC para presídio federal. Foi a Justiça de São Paulo, a pedido do promotor Lincoln Gakiya, que comandou toda a operação em 2018".
"Moro também é falso quando tenta associar o crime ao PT. Na campanha eleitoral o TSE proibiu a divulgação dessa mentira, mas o agora senador não se emenda e volta a delinquir", prosseguiu a presidente do PT.
"O juiz parcial e suspeito, desmascarado e desmoralizado pelo STF, não tem autoridade para acusar ninguém. Como disse Pedro Cardoso, é um se desprezível".
Veja o fio completo de Gleisi abaixo:
2) Não foi Moro o responsável pela transferência do chefe do PCC para presídio federal. Foi a Justiça de São Paulo, a pedido do promotor Lincoln Gakiya, que comandou toda a operação em 2018
4) O juiz parcial e suspeito, desmascarado e desmoralizado pelo STF, não tem autoridade para acusar ninguém. Como disse Pedro Cardoso, é um se desprezível
"Não há imunidade parlamentar para canalhice", disse o ministro Flávio Dino, referindo-se ao ex-juiz suspeito Sergio Moro
Sergio Moro e Flávio Dino (Foto: ABr | Felipe L. Gonçalves/Brasil247)
247 - O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, chamou as ações recentes do ex-juiz suspeito e agora senador, Sergio Moro, de "canalhice", após o parlamentar associar, sem provas, um suposto juramento de morte que teria recebido do PCC com o Partido dos Trabalhadores.
Moro investe em uma acusação sem fundamento algum, reverberando a narrativa que já foi até mesmo considerada ilegal pelo Tribunal Superior Eleitoral no ano passado.
"Não há indício, prova, nada; só canalhice mesmo. Lembro que não há imunidade parlamentar para proteger canalhice", escreveu o ministro em seu Twitter.
O comparsa de Moro nos crimes da Lava Jato, o ex-procurador e agora deputado, Deltan Dallagnol, também fez a mesma associação, em uma articulação coordenada de difamação contra o PT.
Tudo veio à tona depois da entrevista do presidente Lula à TV 247, na qual ele disse querer "foder com" Moro no contexto do sofrimento que passou durante os 580 dias em que ficou preso injustamente.
Posteriormente, o presidente Lula disse que o suposto plano do PCC de matar Moro seria uma armação do ex-juiz suspeito, levando a imprensa corporativa a requentar a fake news de que o PT estaria ligado ao grupo criminoso.
No entanto, grandes juristas já endossaram a tese de que tudo não passa de uma armação de Moro. 'Sabemos o que ele fez no verão passado', dizem eles.
Jornalista apontou para uma mensagem estranha no diálogo vazado dos suspeitos de envolvimento no plano para matar Moro
Reinaldo Azevedo e Sergio Moro (Foto: Reprodução/Youtube | Reuters)
247 - A troca de mensagens entre suspeitos de planejar um atentado contra a vida do ex-juiz suspeito e agora senador, Sergio Moro, divulgada pela CNN Brasil, possui alguns furos, apontou o jornalista Reinaldo Azevedo, em seu Twitter.
Referindo-se a um diálogo em que são apresentados codinomes para a suposta ação do PCC contra Moro, Reinaldo apontou para a estranha mensagem que vem logo em seguida: "Amei tira print é guarda".
"O PCC é perigoso. Mas restam traços de, sei lá, ingenuidade (?). Bandido manda zap para a amada com os códigos traduzidos de uma ação que seria formidável. E ainda pede para tirar print e não apagar. Nunca se viu nada igual. Leiam esta forma de 'produção antecipada de provas' contra si", escreveu o jornalista na rede social.
A juíza responsável pelo processo que pediu a prisão dos suspeitos é Gabriela Hardt, da 9ª Vara Federal de Curitiba. Ela substituiu Moro no cargo quando ele pediu exoneração em 2018.
Hardté amiga de Moro e vem agindo de forma questionávelno caso, com a própria PF apontado para uma tentativa de blindar o aliado enquanto crescem os indícios de que o plano seria, na realidade, uma armação.
A decisão de cancelar a viagem de Lula à China foi tomada, no fim da manhã deste sábado (25), em conversa do médico de confiança do presidente, Roberto Kallil, a médica da Presidência Ana Helena Germoglio, a primeira-dama, Janja Silva, e o próprio Lula.
“Ele está com pneumonia viral e bacteriana, está tomando antibiótico na veia, passando por tratamento. Pegar voo de quase 30 horas, ir para mil compromissos, seria correr risco desnecessário”, afirmou Kallil à CNN.
De acordo com o médico, Lula está melhor. Porém, o fim do tratamento irá levar de uma semana a 10 dias. Foi prescrito uso de antibiótico, corticóide e antiviral.
Os primeiros sintomas gripais foram registrados na tarde de quinta-feira. Ao tratar do cancelamento da viagem, de acordo com o médico, Lula disse que “pensou bem e concordou plenamente”.
A primeira-dama teve papel fundamental na defesa de que Lula seguisse a orientação médica. “Ele termina o tratamento e depois segue a vida, já está bem melhor”, enfatizou.
A conversa ocorreu, neste sábado, por volta de 11h30. Cerca de uma hora depois, o Planalto divulgou comunicado oficial sobre a mudança na viagem.
Timing da juíza Gabriela Hardt e e-mail falso com o nome de Lula são alguns dos pontos que levantam suspeição
8 pontos que colocam em dúvida a operação Moro/PCC; entenda. Créditos: Agência Brasil
Por Marcelo Hailer
POLÍTICA25/3/2023 · 17:49
Nesta quarta-feira (22) teve ampla repercussão uma operação da Polícia Federal (PF) que desbaratou um plano do PCC que tinha por objetivo matar autoridades públicas, entre elas, o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) e o vice-presidente Geraldo Alckmin.
Um dia depois da operação, o presidente Lula, durante conversa com a imprensa, declarou que o plano do PCC para matar o ex-juiz da Lava Jato era uma "armação" de Sergio Moro.
Caso de Moro com PCC não deveria estar na Vara Federal em Curitiba, dizem juristas
“Olha, eu não vou falar por que... Eu acho que é mais uma armação do Moro... Mas eu vou ser cauteloso, eu vou descobrir o que aconteceu... É visível que é uma armação do Moro... Mas eu vou pesquisar, eu saber o porquê da sentença, até porque a juíza nem estava em atividade quando deu o parecer pra ele... Mas isso a gente vai esperar, eu não vou ficar atacando ninguém sem ter provas... Eu acho que é mais uma armação e se for uma armação, ele vai ficar mais desmascarado ainda, sabe? E eu não sei o que ele vai fazer da vida se ele continuar mentindo do jeito que tá mentindo”, declarou Lula.
A declaração de Lula foi o suficiente para reanimar os setores lava jatistas. Atiçada, a imprensa tradicional correu para dar horas e horas de espaço para Sergio Moro para que desferisse uma série de ataques contra o presidente e, dessa maneira, desgastar a imagem do mandatário.
Lula tem razão? Advogado do PCC diz que pode ter sido armação o nome de Moro ter entrado como alvo do grupo
Porém, com o passar das horas, uma série de questões em torno da operação da PF foram surgindo e mostrando que o presidente Lula não estava enganado em desconfiar sobre o suposto "plano do PCC para matar Moro".
Listamos 8 pontos que colocam em dúvida a operação Moro/PCC. Confira:
Ainda na Lava Jato, foi Hardt quem assinou a sentença do presidente Lula (PT) sobre o processo do sítio de Atibaia (SP). Ela chegou a ser acusada de plagiar uma decisão de Moro sobre o suposto apartamento do Guarujá, mas depois explicou que seria comum usar decisões de colegas como base em processos semelhantes. Dessa vez, foi a magistrada quem assinou os mandados de busca e apreensão cumpridos na Operação Sequaz. Ela assumiu o caso, que está na 9ª Vara Criminal de Curitiba, após a magistrada titular sair de férias.
O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência, Paulo Pimenta afirmou que decisão da juiza Gabriela Hardt, que substituiu a titular do caso que estava em férias, foi tomada 34 minutos após a declaração do presidente que, em entrevista ao Brasil 247.
O processo que investiga um suposto plano de ação do PCC contra Moro está na 9ª Vara Federal de Curitiba, que alega que o caso é de sua competência - e não da Justiça Estadual - por se tratar de um senador.
No entanto, os juristas apontam que a lei estabelece que "compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes praticados contra funcionário público federal, quando relacionados com o exercício da função".
O documento foi analisado pela equipe de Mario Gazziro, professor de computação forense da Universidade Federal do ABC e no MBA na USP, que comprovou que há 95% de chances de que houve adulteração digital.
5 - E-mail falso com @ de Lula Livre, caso que remete ao sequestro de Abilio Diniz, na eleição de 1989, quando um dos envolvidos é fotografado com a camisa do Lula. Posteriormente se descobriu que foi obrigado pelos PMs a vesti-la.
O advogado Juan Felipe Souza, que faz a defesa de dois dos presos da facção, afirmou em nota que o nome de Sergio Moro (União-PR) não aparece em relatórios da Polícia Federal e teria surgido na investigação via delação premiada ilegal.
Logo após a fala de Lula a citando e dizendo que o caso pode ser uma "armação", Gabriela Hardt resolveu, na tarde desta quinta-feira (23), retirar o sigilo da operação e da decisão que levou os membros do PCC à cadeia, divulgando prints de conversas entre os suspeitos e detalhes das investigações. Essa atitude da juíza irritou membros do alto escalão da Polícia Federal.
8 – Moro e Deltan Dallagnol espalham fake news que associa Lula e PT ao PCC.
Brasil perde para o Marrocos em primeiro teste após Copa do Mundo
Placar final foi de 2 a 1 para a equipe africana
(Foto: Reprodução)
247 - Em seu primeiro jogo após o Mundial da Fifa, o Brasil perdeu por 2 a 1 para o Marrocos neste sábado (25), em Tânger. A equipe do interino Ramon Menezes teve muita dificuldade diante do time que surpreendeu e foi quarto lugar na Copa do Catar.
O Marrocos começou pior, equilibrou o jogo e abriu o placar aos 28 minutos do primeiro tempo, com gol de Boufal. O Brasil melhorou no segundo tempo e empatou com Casemiro contando com um franganço do goleiro marroquino. A Canarinho parecia perto de virar, mas desperdiçou chances. Os donos da casa então desempataram na parte final do amistoso, com bonita finalização de Sabiri. (Com UOL).
Repórter afirma que as provas da corrupção da Lava Jato serão apresentadas nesta segunda-feira
Joaquim de Carvalho, Sérgio Moro e Rodrigo Tacla Duran (Foto: Brasil247 | ABR | Reprodução)
247 – O jornalista Joaquim de Carvalho, repórter investigativo do Brasil 247 e um dos mais respeitados do Brasil, afirmou, no programa Bom Dia 247 deste sábado, que o advogado Rodrigo Tacla Duran, que será interrogado nesta segunda-feira pelo juiz Eduardo Appio, o novo magistrado da Lava Jato, tem provas da extorsão que sofreu da Lava Jato.
Segundo Joaquim de Carvalho, Tacla Duran periciou mensagens de celular que recebeu do advogado Carlos Zucolotto, provável operador do casal Moro, sobre um pedido de propina de R$ 5 milhões para não ser preso. Segundo Joaquim de Carvalho, Tacla Duran teria até pago US$ 612 mil ao advogado Marlus Arns, também ligado ao casal Moro, para ser protegido. "Moro tem muito medo do que vai dizer o advogado Tacla Duran", afirma Joaquim de Carvalho. "E o dever do juiz Appio será encaminhar tudo à Polícia Federal.
Neste sábado, o advogado Tacla Duran postou uma mensagem ameaçadora a Moro. "A lei do retorno é infalível", postou, num retuíte de uma mensagem de um juiz e defensor público.
O adiamento da viagem do presidente Lula (PT) à China pode acabar afetando a definição sobre a nova regra fiscal. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também confirmou o adiamento de sua viagem.
Representantes do governo do Brasil tentarão remarcar a visita para "o mais brevemente possível", mas data final depende da agenda de Xi Jinping
Lula e Xi Jinping (Foto: Ricardo Stuckert/PR | Reuters)
247 - Uma nova data para a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China será determinada com base na disponibilidade das autoridades chinesas, especialmente do presidente do país, Xi Jinping. Embora não haja uma confirmação oficial, o governo brasileiro prefere que a visita de Estado ocorra em abril. A informação é d'O Globo.
A partir de segunda-feira, representantes do governo do Brasil tentarão remarcar a visita para "o mais brevemente possível", segundo o jornal, que cita uma fonte envolvida no assunto.
A conselho de sua equipe médica, o presidente Lula cancelou sua ida à China, prevista para a madrugada de domingo, devido a um quadro de pneumonia e diagnóstico de influenza.
As críticas à atuação de Roberto Campos Neto e sua equipe no Banco Central vêm de variados setores da sociedade. Além do presidente Lula, do prêmio Nobel de Economia Joseph Stiglitz, do presidente da Federação das indústrias de São Paulo, Josué Gomes, e até mesmo de alguns analistas do mercado financeiro, a manutenção da taxa básica de juros em 13,75% é alvo de reclamações por parte do setor de varejo.
Uma das empresárias que verbaliza esse inconformismo, especialmente depois da reunião de quarta-feira (22) do Conselho de Política Monetária (Copom), que manteve inalterada a taxa selic, é Luiza Trajano, presidente do conselho do Magazine Luiza.
"Não existe justificativa para termos a taxa de juros mais alta do mundo em um momento em que a inflação está controlada e a economia do país precisa crescer", disse ela à coluna.
Luiza teme as consequências da manutenção da política monetária: "Essa postura só faz diminuir o crédito e inibir o consumo, o que só gera mais desemprego em todos os setores da economia".
A empresária participou na sexta-feira (24) do 11º Fórum de Varejo, em São Paulo. Em entrevista à Globonews durante o evento, ela reforçou a crítica.
"Um país como nosso vive de renda e de crédito, a renda vem do emprego e o emprego vem da venda. O crédito com 13,75% não tem cabimento, ninguém pode comprar produto a prazo", reclamou Luiza. "Se sabe que o brasileiro, a maioria dele, para poder ter o produto tem que comprar a prazo. Tem que baixar".
Após o presidente Lula cancelar sua viagem à China por questões de saúde, o governo chinês lamentou a situação vivida pelo brasileiro e destacou que os acordos que foram negociados nos últimos meses continuarão a ser tratados para que possam ser assinados, em uma nova ocasião.
Mas o Itamaraty e o Palácio do Planalto já tinham sido alertados por diplomatas chineses que a presença de uma pessoa doente ao lado do presidente Xi Jinping estava deixando Pequim preocupada. Lula está com pneumonia leve.
A China adota algumas das condições mais estritas de segurança e sanitária no contato de sua cúpula com outras delegações. Xi ainda foi acusado de exagerar nos protocolos contra a covid-19 em sua população e, para fontes na capital do país, um encontro dele com um presidente doente poderia desgastar sua própria imagem no país.
Para pessoas próximas ao Planalto, a viagem de Lula para a China cumpria diversas funções, tanto de política externa como doméstica:
Visita sinalizaria influência. O encontro com Xi e os mais de 20 acordos assinados seriam usados para demonstrar aos americanos que o Brasil poderia buscar alianças mais equilibradas com outras potências
Viagem seria marco para o início do governo. A visita faria parte da estratégia de Lula de conseguir restabelecer relações com seus quatro maiores parceiros no mundo - América Latina, EUA, Europa e China - antes de completar cem dias no cargo.
Na China, Lula se afastaria das polêmicas com o senador Sérgio Moro e o debate fiscal. A agenda negativa seria trocada por fotos ao lado de um dos principais líderes mundiais, assinatura de acordos e a repetição de lemas como "O Brasil voltou".
Para Lula, Moro está armando alguma narrativa para se beneficiar: o presidente trouxe o ex-juiz de volta às manchetes Imagem: Fotos: José Cruz/Agência Brasil e Saulo Rolim/Podemos
só para assinantes
"Para mim, coincidências não existem. Não há coincidência intranscendente, e repito: qualquer coincidência tem o dedo de Deus ou do diabo".
(Nelson Rodrigues, genial dramaturgo e filósofo popular).
***
Em futebolês, "jogar contra o patrimônio" é marcar gol contra. É o que Lula mais tem feito nos últimos dias, o último deles ao afirmar: "Eu acho que é mais uma armação de Moro", comentando a volta do ex-juiz à ribalta, depois de ver o nome dele envolvido nas investigações sobre um plano de vingança do PCC para sequestrar e matar várias autoridades.
Com direito a teleprompter e fundo todo branco no Jornal Nacional, Sergio Moro aproveitou a oportunidade da sua reentrada em cena para se fazer de vítima de uma conspiração do governo e acusar Lula de colocar em risco a sua vida e a da sua família.
Até aquele dia, ele estava esquecido, vivendo o ostracismo numa solitária cadeira no Senado.
Que Lula anda falando demais, sem freios e sem provas, estamos todos de acordo, mas fiquei com várias pulgas atrás da orelha com essa história.
"Fiquei sabendo que a juíza não estava nem em atividade quando deu o parecer para ele. Não vou ficar atacando ninguém sem ter provas e, se for mais uma armação, ele vai ficar mais desmascarado ainda", disse Lula, em Itaguaí, no Rio de Janeiro, numa solenidade na Marinha, em meio a um dia carregado de compromissos.
A juíza a que o presidente se refere é Gabriela Hardt, da hoje famosa 13ª Vara Federal de Curitiba, a mesma que ajudou Moro a mandar Lula para a prisão, em 2018, tirando-o da campanha presidencial, quando era franco favorito, e abrindo caminho para a chegada da extrema-direita ao poder, numa grande operação que envolveu políticos de oposição ao PT e militares, como o general Villas Bôas. Depois, como sabemos, Moro viraria ministro da Justiça de Bolsonaro. Tudo coincidência?
Quem, afinal, disse para Lula "ficar sabendo" que a inclusão do nome do ex-juiz nas investigações da Polícia Federal era uma "armação" do próprio Moro?
Seria uma "inside information" dos órgãos de segurança para o presidente?
Neste caso, Lula deveria dizer a fonte e mostrar as provas.
Do jeito que falou, apenas desmereceu o republicano trabalho da Polícia Federal e do seu ministro da Justiça, o competente Flávio Dino, que salvaram a vida de um inimigo juramentado do presidente e do seu governo.
Ou foi apenas uma ilação de Lula diante dos antecedentes da dupla de magistrados de Curitiba?
Só o próprio presidente poderá responder a essas dúvidas.
Em outra coincidência, no mesmo dia, Hardt tirou o sigilo das investigações sobre o PCC, o que municiou Moro no seu contra-ataque a Lula.
Assim como a 13ª Vara de Curitiba não tinha competência para julgar os processos de Lula na Lava Jato, segundo decisão do Supremo Tribunal Federal, agora também é questionada a entrada de Gabriela Hardt no caso do PCC.
A dúvida foi levantada pelo Conjur, o mais conceituado site de consultoria jurídica do país, que ouviu juristas para chegar à conclusão de que "a Justiça Federal do Paraná não é competente para conduzir a investigação sobre o suposto plano para sequestrar o senador Sergio Moro (União Brasil/PR).
Como os delitos em averiguação não seriam praticados devido ao fato de ele ser parlamentar, nem em detrimento de bens, serviços ou interesse da União, o processo caberia à "Justiça estadual".
E, nesse caso, como as investigações sobre o PCC foram abertas em São Paulo, o processo deveria ficar com a Justiça paulista, afirma o Conjur, que ouviu, entre outros, Afrânio da Silva Jardim, professor aposentado de Direito Processual Penal da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e Ruy Lopes Junior, professor de Direito Processual Penal da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.
O novo imbroglio entre Lula e Moro, que só interessa ao ex-juiz, começou com uma entrevista do presidente à TV 247, na véspera da operação da PF, em que o presidente falou que se vingaria do seu algoz provando sua inocência, e o chamou de "merda". Foi o que bastou para misturar tudo no mesmo balaio e transformar Lula de vítima em algoz de Moro nas redes bolsonaristas.
A lição que fica de tudo isso para o governo é que o presidente Lula deveria parar de falar em fatos e personagens do passado para centrar seus discursos e entrevistas em projetos e programas de seu terceiro governo, que está prestes a completar 100 dias, e ainda está atolado em disputas internas na base aliada sobre os rumos da economia e nas relações com o Congresso.
Na volta da viagem à China, Lula precisa arrumar a cozinha palaciana e botar ordem na articulação política e na comunicação social do governo, não podendo ser ele o único porta-voz, até para não perder a voz, como aconteceu esta semana
A suspensão da viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China foi a anunciada neste sábado (25) por motivos médicos mais do que justos: uma pneumonia.
É claro que tal doença num homem de 77 anos inspira cuidados redobrados.
Mas é inevitável concluir que o adiamento vem a calhar num momento de crise institucional no Congresso brasileiro quando o governo tanto precisa da aprovação de medidas complexas como o novo arcabouço fiscal e a reforma tributária.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não aceita proposta de acordo com o Senado para o rito de tramitação de medidas provisórias no Congresso.
A proposta foi apresentada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) em encontro dos dois no dia 22.
Diante disso, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) — desafeto de Lira na política alagoana —, apresentou questão de ordem a Pacheco, que acumula a presidência do Congresso Nacional.
O requerimento cobrava instauração de comissões mistas para votar as MPs seguindo o rito constitucional anterior à pandemia da Covid-19, quando foi estabelecido um rito extraordinário para votações on-line.
Com o apoio de todos os líderes do Senado, Pacheco acolheu a proposta do senador.
Lira insiste que, agora nas votações presenciais, se mantenha o rito extraordinário.
Assim a Câmara manteria o direito de iniciar e terminar a votação das MPs, com a última palavra sobre os textos.
Nesta sexta-feira, 24, o presidente da Câmara esteve com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio da Alvorada.
Cobrou a interferência do governo para pressionar Rodrigo Pacheco a voltar atrás.
Instaurada a crise institucional, tanto as MPs como os demais projetos de interesse do Planalto estão paralisados no Congresso.
Após a reunião com Lula, Arthur Lira passou a cobrar publicamente do presidente do Senado que submeta ao plenário do Congresso o requerimento de Renan Calheiros.
Segundo ele, "por uma questão de coerência" o assunto tem que ser não só aos senadores, como também aos deputados, em sessão plenária.
À coluna, Renan Calheiros afirma:
"Imagina o que seria o plenário decidir que não é para cumprir a Constituição. Isso já foi decidido pelo constituinte originário. Lira está ameaçando não pautar na Câmara a votação das MPs. Se fizer isso estará cometendo crime de responsabilidade, impedindo o funcionamento do Poder. Neste caso, certamente o STF autorizaria reeditar. As medidas quantas vezes necessário. O que o Lira faz é uma tentativa inútil de continuar o negacionismo. Ele quer porque quer dizer que a pandemia não acabou."
Sem perspectiva de acordo no curto prazo para a tramitação das MPs, instalou-se a primeira crise institucional do governo Lula. Estão paralisadas, sob risco de caducar, medidas como a que altera o organograma da máquina pública e a das novas regras para o Bolsa Família, assim como os programas Mais Médicos e Minha Casa, Minha Vida.
Lula pensava em viajar com Pacheco e Lira para a China, acompanhados de líderes da Câmara e do Senado para dar início à nova fase de projetos prioritários do governo, como a tramitação do arcabouço fiscal que substituirá o teto de gastos e a reforma tributária. Mas Lira se negou a viajar.
Ou seja, a viagem de Lula para fora do Brasil e das conversas serviria agora mais como um novo empecilho ao cordo do que qualquer outra coisa.
Não é que a doença de Lula seja proposital. Ninguém inventa uma pneumonia. Mas o adiamento da viagem à China, neste momento de crise institucional, veio a calhar.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL