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sábado, 30 de agosto de 2025

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal, deputado Reimont (PT-RJ), pediu na quinta-feira (28) ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, a abertura de investigação contra o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) e a prisão preventiva do parlamentar bolsonarista.


O pedido foi motivado pelas suspeitas de que, ao divulgar informações falsas sobre o PIX, Nikolas contribuiu para a revogação de norma da Receita Federal voltada a ampliar a fiscalização de fintechs, mecanismo hoje explorado por facções criminosas em esquemas de lavagem de dinheiro.

Na quinta-feira, a Receita apontou que as fake news sobre uma suposta taxação do PIX levou à suspensão da norma, o que teria ajudado o PCC a manter esse esquema, revelado pela “Carbono Oculto” – maior operação da história do Brasil contra o crime organizado.

Reimont também relembra fatos recentes envolvendo o primo de Nikolas, Glaycon Raniere de Oliveira Fernandes, preso em flagrante em Uberlândia (MG) transportando 30,2 kg de maconha.

O episódio, segundo o ofício, levanta a necessidade de verificar eventuais vínculos familiares, políticos e financeiros entre o parlamentar e a estrutura criminosa.

PEC da Blindagem é esvaziada e perde importância na Câmara dos Deputados; Julia Duailibi comenta

 


Moraes amplia monitoramento na área externa da casa de Bolsonaro

 


O PCC na Faria Lima | O ASSUNTO

 



Charges do fredyvarela

 fredyvarela



Aos 88 anos morre o escritor Luis Fernando Verissimo. Ele estava internado em estado grave no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre.

 Luis Fernando Verissimo - 1936/2025



QUE PENA!

Aos 88 anos morre o escritor Luis Fernando Verissimo. Ele estava internado em estado grave no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre.

Estava hospitalizado desde 11 de agosto, após um quadro de pneumonia que se agravou nos últimos dias.

Segundo boletim, recebeu cuidados no Centro de Terapia Intensiva Adulto.

Verissimo já enfrentou câncer, um AVC em 2021, além de conviver com Parkinson e problemas cardíacos.

Sua comunicação já estava bastante limitada.
Uma perda irreparável para a literatura e o humor.

“A morte é uma sacanagem. Sou cada vez mais contra” - Luis Fernando Verissimo

 Os bons não deveriam ir nunca. Uma tremenda sacanagem!

Que sua passagem seja em paz e com sua leveza e humor de sempre, Verissimo.
Charges do Nando Motta


Luis Fernando Veríssimo foi um dos mais brilhantes e queridos escritores brasileiros. Com humor fino e sempre lúcido, nos ajudou a resistir aos tempos sombrios da ditadura e a refletir sobre os caminhos da sociedade e da política no país. Fará muita falta. Solidariedade à família e aos incontáveis admiradores que deixou.

 Luis Fernando Veríssimo foi um dos mais brilhantes e queridos escritores brasileiros. Com humor fino e sempre lúcido, nos ajudou a resistir aos tempos sombrios da ditadura e a refletir sobre os caminhos da sociedade e da política no país. Fará muita falta. Solidariedade à família e aos incontáveis admiradores que deixou. 


Charges do Nando Motta

PF indicia Marcos do Val, Allan dos Santos e Eustáquio por ameaças a delegado da PF

 


 Atualizado em 29 de agosto de 2025 às 23:23

PF indicia Marcos do Val, Allan dos Santos e Eustáquio por ameaças a delegado da PF 


A Polícia Federal (PF) indiciou o senador Marcos do Val (Podemos-ES) e os influenciadores bolsonaristas Allan dos Santos, Oswaldo Eustáquio e Ednardo Raposo em inquérito sobre ameaças ao delegado Fabio Shor. Os quatro foram acusados de crimes relacionados à intimidação do policial.

Shor apurava casos envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) quando passou a sofrer ataques. Seus dados, assim como os da esposa e do filho, foram expostos na internet. Postagens falsas o acusavam de apontar armas contra crianças, aumentando os riscos à família.

As ameaças começaram logo após o indiciamento de Bolsonaro no caso das joias, em julho de 2024. Uma pelúcia foi deixada no limpador traseiro de seu carro, em Brasília, e documentos pessoais do delegado foram divulgados nas redes da filha de Eustáquio.

O delegado Fábio Shor. Foto: Reprodução

Do Val também coletou informações sobre operações policiais em planilhas e publicou postagens detalhando a atuação de agentes. Em uma delas, compartilhou vídeo de uma criança de seis anos relatando medo durante uma ação, pedindo que seus seguidores criticassem o delegado. 

Do Val foi indiciado por embaraço a investigação de organização criminosa e corrupção de menor, previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Allan dos Santos responde por embaraço e incitação ao crime. Eustáquio é acusado de embaraço, divulgação de dados sigilosos e corrupção de menor. Já Ednardo Raposo foi indiciado por embaraço de investigação.

De acordo com a PF, os ataques eram articulados por Allan dos Santos, foragido nos Estados Unidos desde 2021. Eustáquio está na Espanha desde 2023. O grupo divulgava informações privadas e estimulava ataques a delegados federais para atrapalhar apurações.

As ameaças a Shor resultaram na suspensão da rede social X no Brasil, em 30 de agosto de 2024. A plataforma descumpriu decisões judiciais que ordenavam a remoção de conteúdos ligados aos investigados, incluindo postagens de Marcos do Val.

A antecessora de Shor, delegada Denisse Ribeiro Dias, também foi alvo de intimidações. Ela recebeu e-mails ameaçadores e ofertas de até US$ 5 milhões em troca de informações de operações que poderiam influenciar decisões do ministro Alexandre de Moraes.

https://www.diariodocentrodomundo.com.br/pf-indicia-marcos-do-val-allan-dos-santos-e-eustaquio-por-ameacas-a-delegado-da-pf/

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), registrou a compra de um apartamento de luxo avaliado em R$ 5 milhões por apenas R$ 125 mil.

 jornaldiariocarioca

OBSCURO 🧐 O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), registrou a compra de um apartamento de luxo avaliado em R$ 5 milhões por apenas R$ 125 mil

O negócio, feito pela empresa familiar Medeiros & Medeiros Ltda, ocorreu em janeiro, dias antes de o deputado assumir a presidência da Casa. 

A matrícula aponta valor fiscal de R$ 3,8 milhões, discrepância que especialistas classificam como indício de irregularidade.


💲Negócio milionário a preço simbólico


O imóvel, localizado em área nobre de João Pessoa, foi adquirido da Construtora Massai, que declarou ter vendido apenas “fração de terreno”. Documentos mostram que a mesma construtora havia comprado o apartamento em 2024 por R$ 1,4 milhão, meses após a inauguração do edifício.

Quem diria? A Faria Lima com conexões com o PCC.

 Quem diria? A Faria Lima com conexões com o PCC.

➡️ 40 fundos de investimento ligados à organização criminosa foram desmantelados pelo governo @lulaoficial
Enquanto a extrema direita acusa a esquerda, a verdade aparece: as ligações são deles.

A hora da verdade: fake news blindaram o crime

 


A hora da verdade: 

fake news blindaram o crime

Os políticos da extrema direita, seus influenciadores digitais e seus veículos de propaganda são cúmplices objetivos do fortalecimento do crime

Por Elvino Bohn Gass

Escrito  DEBATES 30/8/2025 · 12:26 hs

Por Elvino Bohn Gass*

A megaoperação que expôs a movimentação de quase 50 bilhões de reais do PCC por meio de fintechs, fundos de fachada e empresas infiltradas escancara uma verdade: o governo Lula estava certo ao propor a regulação das fintechs

Essa regulação nunca foi “taxação do pix”, como espalharam os desonestos. Era, sim, a tentativa responsável de garantir transparência, rastreabilidade e proteção contra o uso do sistema financeiro por criminosos.

Mas a extrema direita brasileira, em sua guerra permanente contra o Estado e a democracia, produziu uma enxurrada criminosa de fake news. Mentiu dizendo que o governo queria “cobrar imposto do Pix”. E, de forma vil, colou no ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o apelido grotesco de “taxad”, numa campanha de linchamento político cujo único resultado prático foi blindar o crime organizado. 

Hoje, está evidente os que venceram naquele momento: os bandidos. A força da mentira derrubou a instrução normativa que obrigava as fintechs a prestarem contas, abrindo um vácuo regulatório explorado pelo PCC. 

E foi nesse vácuo que surgiram os esquemas bilionários de lavagem de dinheiro agora desvendados.

É preciso apontar responsabilidades: os políticos da extrema direita, seus influenciadores digitais e seus veículos de propaganda são cúmplices objetivos do fortalecimento do crime. Eles sabiam que não havia “taxação”, mas decidiram incendiar as redes para colher dividendos eleitorais. O resultado foi trágico: mais poder para facções, mais dificuldades para a Receita Federal e a Polícia Federal rastrearem operações ilícitas, mais dinheiro sujo circulando impunemente.

Não se trata mais de um debate técnico: trata-se de segurança nacional. A desinformação deliberada atrasou o combate ao crime organizado e custou bilhões ao país. Por isso, a correção de rota é urgente: regulamentar as fintechs, reforçar a fiscalização e nunca mais permitir que fake news comandem a política pública.

O governo Lula foi responsável, tentou agir preventivamente, mas foi sabotado por aqueles que hoje posam de “defensores da lei e da ordem”. Não são. Quem impediu a regulação ajudou o PCC. Quem espalhou fake news contra o Pix protegeu o crime.

A megaoperação não é apenas uma vitória do Estado. É também a prova viva de que mentiras matam e mentiras alimentam facções. Chega de ceder ao terrorismo digital. É hora de retomar a regulação e secar de vez as fontes do crime.

(*) Deputado Federal PT/RS, vice-líder do governo Lula no Congresso Nacional 

https://revistaforum.com.br/debates/2025/8/30/hora-da-verdade-fake-news-blindaram-crime-186621.html

Nikolas PODE TER SIDO BANCADO POR CRIMINOSOS em vídeo QUE FAVORECEU PCC

 


A hora da verdade: fake news blindaram o crime

Os políticos da extrema direita, seus influenciadores digitais e seus veículos de propaganda são cúmplices objetivos do fortalecimento do crime 




JD Vance diz estar pronto para assumir Presidência dos EUA ‘se uma tragédia acontecer’

 


JD Vance diz estar pronto para assumir Presidência dos EUA ‘se uma tragédia acontecer’

Em entrevista, vice-presidente também rebateu rumores sobre saúde de Trump
 30/08/2025 | 11h15

Lembra do vídeo do pix? 🧨 Pois é, agora se sabe que o bolsonarismo, através do seu menino de recados Nikolas, deu alguns meses para o crime organizado faturar sem ser fiscalizado pelas autoridades.

 


Morre Luis Fernando Verissimo, aos 88 anos, em Porto Alegre

 


Morre Luis Fernando Verissimo, aos 88 anos, em Porto Alegre

Autor de mais de 70 livros e referência no humor literário, Verissimo deixa a mulher, Lúcia Helena Massa, três filhos e dois netos 


Por Julinho Bittencourt

Escrito  CULTURA  30/8/2025 · 07:31 hs

O escritor e cronista Luis Fernando Verissimo, um dos maiores nomes da literatura brasileira contemporânea, morreu neste sábado (30), aos 88 anos, em Porto Alegre. A informação foi divulgada pelo portal G1. Autor de mais de 70 livros e referência no humor literário, Verissimo deixa a mulher, Lúcia Helena Massa, três filhos e dois netos.

Filho de Érico Verissimo, herdeiro da escrita leve

Nascido em Porto Alegre, em 26 de setembro de 1936, Verissimo cresceu em um ambiente profundamente marcado pela literatura. Era filho do romancista Érico Verissimo, autor da saga O Tempo e o Vento. “O pai foi um dos primeiros escritores brasileiros a escrever de uma maneira mais informal. E eu acho que herdei um pouco isso”, disse em uma entrevista. 

Paixão pelo futebol e pelo jazz

Além da literatura, Verissimo era apaixonado por jazz e pelo Internacional, clube ao qual dedicou inúmeras crônicas e o livro Internacional, Autobiografia de uma Paixão. Sobre sua primeira experiência em um estádio, relatou: “Dava para ver as feições, sentir a respiração deles. Eu estava vendo as cores do jogo, uma sensação completamente diferente. Nunca vou me esquecer também do cheiro de grama”.

Do jornalismo à consagração

Sua carreira começou em 1966, como revisor no jornal Zero Hora. Sete anos depois, lançou o primeiro livro, O Popular (1973). A consagração viria com obras que venderam mais de 5,6 milhões de exemplares, como Comédias da vida privada, As mentiras que os homens contam e Comédias para se ler na escola.

Verissimo também deixou sua marca na televisão. Foi roteirista da TV Pirata e teve crônicas adaptadas para a série Comédias da vida privada, exibida pela Globo nos anos 1990. Personagens como o detetive Ed Mort, o Analista de Bagé e a Velhinha de Taubaté entraram para o imaginário popular brasileiro.

O escritor tímido e o cronista universal

Apesar da fama, Verissimo mantinha vida discreta. “Tenho horror de fazer isso que estou fazendo agora: dar entrevista, falar em público e tal. Eu sempre digo que não dominei a arte de falar e escrever ao mesmo tempo”, confessou em entrevista à RBS TV.

A timidez, no entanto, não o impediu de se tornar cronista em jornais de grande circulação, como O Estado de S. Paulo, O Globo e Zero Hora. “Essa é uma das vantagens da crônica. A gente pode ser o que quiser escrevendo uma crônica”, afirmou certa vez.

Humor e crítica social

Irônico e irreverente, fez de aniversários, futebol e política matéria-prima para reflexões universais. Ao completar 80 anos, brincou: “Têm sido tão agradáveis as homenagens, inclusive da família, que eu tô pensando em fazer 80 anos mais vezes”.

Entre as muitas passagens sobre futebol, registrou em crônica o título mundial do Internacional em 2006: “Vejo como o triunfo do Gabiru, o grande herói que era criticado. Foi um momento de sonho”.

Um legado duradouro

Com uma escrita que misturava humor, crítica social e lirismo, Luis Fernando Verissimo tornou-se um dos autores mais lidos do país. Sua obra permanece presente em salas de aula, nos jornais e nas adaptações para TV, atravessando gerações.

Ainda não há informações sobre o velório e o sepultamento do escritor. 

https://revistaforum.com.br/cultura/2025/8/30/morre-luis-fernando-verissimo-aos-88-anos-em-porto-alegre-186608.html

Com Tarcísio, São Paulo virou capital da sonegação bilionária

 


OPINIÃO: Com Tarcísio, São Paulo virou capital da sonegação bilionária

Escândalos recentes expõem rombos em combustíveis e corrupção de auditores fiscais
29/08/2025 | 22h00 


Por Cleber Lourenço

São Paulo, maior arrecadador do país, tornou-se também o epicentro dos maiores escândalos recentes de sonegação fiscal. Em dois flancos distintos, a máquina pública foi exposta: de um lado, as operações federais que revelaram o uso do setor de combustíveis para movimentar dezenas de bilhões em recursos ilícitos; de outro, a corrupção interna na própria Secretaria da Fazenda paulista, que teria facilitado desvios bilionários por meio de ressarcimentos de ICMS.

A chamada Operação Carbono Oculto, deflagrada em 2025 pela Polícia Federal e Receita Federal, mapeou mais de R$ 52 bilhões movimentados em uma rede de postos, distribuidoras e importadoras de combustíveis ligadas ao PCC. O esquema utilizava fintechs e fundos de investimento sediados na Faria Lima para lavar valores em escala industrial. Segundo os investigadores, mais de mil postos em São Paulo integravam a rede suspeita. A dimensão da fraude escancarou a fragilidade do Estado em monitorar um dos setores que mais gera arrecadação de ICMS.

Em paralelo, a Operação Ícaro, do Ministério Público de São Paulo, prendeu auditores fiscais e empresários acusados de inflar ressarcimentos de ICMS-ST. O caso envolveu empresas como a Ultrafarma e a Fast Shop e revelou a existência de um esquema de propinas estimado em bilhões. Após as prisões, o governo estadual afastou seis auditores e anunciou mudanças emergenciais nas regras, como a revogação do decreto que permitia a “apropriação acelerada” de créditos e a imposição de auditoria obrigatória em todos os pedidos de ressarcimento.

As medidas, no entanto, vieram somente depois da exposição pública dos casos. Até então, o governo de São Paulo havia afrouxado controles com normativas que abriram brechas para distorções no sistema tributário. O contraste entre os discursos de rigor e a resposta tardia às denúncias fortaleceu críticas à gestão do governador Tarcísio de Freitas, acusado de reagir apenas sob pressão.

O descompasso é evidente. Enquanto a Sefaz paulista anunciou a recuperação de R$ 210 milhões de devedores contumazes no setor de combustíveis, a escala da fraude revelada pelos órgãos federais chega à casa das dezenas de bilhões. A disparidade evidencia a limitação das ações estaduais frente ao tamanho real do problema. o Ministério Público acredita que tenham sido movimentados R$ 1 bilhão em propina.

Na prática, os escândalos consolidam São Paulo como a capital da sonegação bilionária no Brasil, onde tanto o crime organizado quanto esquemas de corrupção de colarinho branco corroem as finanças públicas. A sucessão de operações judiciais e ajustes normativos posteriores expõe a fragilidade da governança tributária do Estado e coloca em xeque a prioridade dada ao combate à sonegação em meio ao discurso de austeridade fiscal. 

https://iclnoticias.com.br/opiniao-tarcisio-sao-paulo-sonegacao-bilionaria/

COMO A IA ESTÁ ESPIONANDO ALUNOS EM ESCOLAS PÚBLICAS DE SÃO PAULO

 

Como o governo Tarcísio usa IA para espionar crianças em escolas públicas

 
Atualizado em 29 de agosto de 2025 às 21:53  

O governo de São Paulo, sob o comando de Tarcísio de Freitas (Republicanos), está testando um sistema de vigilância por IA (inteligência artificial) em 11 escolas estaduais. Sob o pretexto de melhorar o “engajamento” dos alunos, a tecnologia conhecida como SADI (Sistema de Autoavaliação de Desenvolvimento Inteligente) pretende transformar as salas de aula em espaços de monitoramento constante, em que cada movimento, expressão facial e interação de estudantes com professores é captado por câmeras e analisado por algoritmos.

Vendido como avanço pedagógico, o projeto é desenvolvido desde o fim de 2024 pelo Instituto de Tecnologia Anexo, de Goiás. 

De acordo com o edital disponível no site da empresa, “o SADI aplica inteligência artificial para oferecer monitoramento comportamental avançado, análise de dados e feedback em tempo real”, através de uma “leitura biopsicossocial” sobre cada aluno. Até o fim deste ano, o grupo planeja fornecer o programa para toda a rede pública de ensino e vendê-lo à Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (SEDUC-SP).

Na prática, trata-se de uma supervisão sistemática, que classifica o desempenho dos estudantes com base em métricas que nem os próprios professores compreendem. 

A denúncia — que o DCM traz com exclusividade — foi feita por um ex-auxiliar de uma das escolas participantes da iniciativa, a E.E. Deputado Augusto do Amaral, localizada no bairro do Jaguaré, Zona Oeste da capital paulista.

A reportagem procurou a SEDUC-SP, que afirmou tratar-se de um “projeto piloto, laboratorial, para analisar como os alunos reagem ao uso dessa plataforma”. A pasta preferiu não informar quais são os outros 10 colégios, mas ressaltou que nada foi formalizado contratualmente ainda e que a tecnologia “conta com a anuência dos professores, dos pais e da gestão escolar”. 

A Escola Estadual Deputado Augusto do Amaral
Foto: Google Maps

A coleta de dados ocorre sem respaldo legal, conforme admissão da própria servidora da escola submetida à vigilância, com a justificativa de que o programa estaria apenas sendo testado. “Perguntei à diretora da escola qual era a resolução pública que permitia a implementação dessa ferramenta em aula e ela me disse que, como o projeto era piloto, ainda não havia qualquer tipo de legislação sobre ele”, relata o ex-funcionário. “Isso não pode sair daqui”, teria sussurrado a pedagoga.

A supervisão não se limita aos alunos: os docentes também são cobrados com base nos resultados fornecidos pela IA. Segundo a fonte, a diretora repreendeu uma professora cujo “índice de engajamento” estava em 28%, exigindo que ela “corresse atrás para melhorar”.

DCM visitou a escola citada e obteve a confirmação, por parte da direção, de que as câmeras já estão instaladas nas salas de aula e que os pais dos alunos assinaram um contrato para permitir o uso da imagem dos filhos. A administração afirmou também que a escola foi procurada para a instalação do equipamento por membros da Diretoria de Ensino da Região Centro-Oeste (DECTO), vinculada à SEDUC-SP, e não pelo Instituto Anexo, que travaria contato direto apenas com a cúpula da pasta estadual.

A mãe de uma aluna da E.E. Almirante Marquês de Tamandaré, no bairro da Vila Marina, Zona Norte, enviou à reportagem um contrato da Secretaria da Educação para autorizar o uso da imagem de sua filha. Ela afirmou ter se negado a assinar e incentivado outros pais a fazerem o mesmo. A fonte informou ainda que câmeras também foram colocadas nessa escola.

Intitulado “Termo de Cessão de Direitos Autorais e Licença de Direitos da Personalidade”, o documento de cinco páginas pode ser o mesmo que os responsáveis pelos estudantes da Deputado Augusto do Amaral assinaram, mas que a diretora se negou a compartilhar. O papel não cita nem o SADI e nem o Anexo, que a mãe declarou desconhecer, mas destaca que o termo autoriza a utilização da imagem, do nome e da voz dos estudantes pela Secretaria.

“Em razão da licença de direitos da personalidade ora concedida, a parte CEDENTE [pais e responsáveis dos alunos] reconhece expressamente que a CESSIONÁRIA [SEDUC-SP] poderá, por si ou por terceiros por ela autorizados, livremente dispor da imagem, nome e/ou voz da parte CEDENTE, de forma a viabilizar o livre gozo, fruição e irrestrita utilização dos MATERIAIS para as finalidades supramencionadas, cujos direitos autorais lhe foram concedidos pelo presente Contrato”, diz o documento. Leia na íntegra:

Wister Alves, fundador do Anexo e um dos líderes do projeto, apresenta a medida como solução “inovadora” para a educação em vídeos nas redes sociais. 

O diretor do instituto, Lúcio Boggian, se define como “especialista em lucratividade de instituições de ensino” e afirma em seu perfil do Instagram defender “família e Deus no comando”, além de ostentar fotos com bolsonaristas como o senador “astronauta” Marcos Pontes (PL-SP), que marca presença em vários eventos da empresa.

Lúcio Boggian e o senador bolsonarista Marcos Pontes. Reprodução/Instagram

Como funciona o projeto

Cada sala monitorada conta com três câmeras. A concentração dos estudantes na aula é analisada por um algoritmo que os classifica em verde (atento) ou laranja (desatento). “Se estiver fora do verde, eu vou atrás do professor”, teria declarado a diretora da Deputado Augusto do Amaral ao ex-auxiliar.

O Anexo alega que busca identificar talentos e preparar jovens para o mercado de trabalho. Entre as métricas avaliadas estão “taxa de engajamento”, “taxa de ocupação da sala”, “interação com o professor”, “utilização de celular”, “reações físicas”, “movimentação na sala”, “expressões faciais”, “foco visual” e “participação em discussões”, mas nenhuma autoridade da escola ou da empresa explicou a maneira com que essas variáveis são processadas pelo sistema.

SADI sendo usado em escola, mostrando quais estudantes estão prestando atenção na aula, com um gráfico sobre o “foco médio da turma” Foto: Reprodução/Instagram

“Como é que essas métricas são calculadas? Nenhum dos professores ou coordenadores com quem conversei soube responder em detalhes. Uma professora disse que perguntou ao dono da empresa, em visita dele à escola, como o algoritmo quantifica o nível de engajamento, resposta que ele se esquivou de fornecer”, afirma o ex-funcionário.

O consentimento para que crianças sejam filmadas e analisadas é solicitado no momento da matrícula. Apenas uma aluna, conforme o relato da coordenação, teve o rosto “borrado” digitalmente porque a mãe se recusou a autorizar o uso de sua imagem.

O Instituto Anexo não esconde seu propósito empresarial. O site da entidade afirma que o projeto pretende “aumentar a empregabilidade” dos estudantes e “facilitar parcerias com empresas”.

Um vídeo do grupo disponível no YouTube e no Instagram, do dia 3 de julho, mostra estudantes sendo espionados em uma sala de aula e alega que o SADI ajudaria a prevenir a “ansiedade” entre crianças e adolescentes. “Pela primeira vez, os registros de ansiedade entre crianças e adolescentes superaram os de adultos no Brasil. E é dentro das salas de aula que esses sintomas mais aparecem. E se fosse possível identificar os sinais mais discretos antes que se tornem problemas? Agora é”, diz a publicação. Veja abaixo:

Fernando Cássio, professor da Faculdade de Educação da USP (Universidade de São Paulo) e membro da Rede Escola Pública e Universidade (REPU), informou ao DCM ter solicitado à SEDUC-SP, no começo de julho, o processo administrativo relacionado ao contrato com o Instituto Anexo. Na semana passada, a pasta respondeu o requerimento, negando a existência de um acordo para a instalação do projeto.

Foi feito um segundo pedido de informação, dessa vez à DECTO, que abriga a E.E. Deputado Augusto do Amaral. A instituição até agora não deu retorno.

“Esse é um caso de ação judicial”, alerta Fernando. “Tem uma empresa coletando dados biométricos de menores de idade dentro de uma escola. Para fazer esse tipo de coleta, é preciso um termo de consentimento assinado pelas famílias e um termo de assentimento assinado pelo estudante. Um para cada pessoa, no mínimo. As políticas de privacidade e de compartilhamento de dados da empresa são insuficientes”.

O professor afirma que a DECTO tem a obrigação de enviar informações sobre o programa. “Eles jamais poderiam colocar um projeto desse para andar em uma escola estadual sem um contrato. Toda vez em que existe um acordo entre o Estado e um agente privado sobre qualquer coisa, o Estado precisa ter algum processo administrativo instruído. Ou seja, o governo de São Paulo já está cometendo uma ilegalidade ao não divulgar esse documento”. 

Para Daniel Cara, também professor da Faculdade de Educação da USP, a legalidade do uso do SADI em escolas públicas é questionável. A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) prevê restrições claras ao uso de dados sensíveis, principalmente de menores de idade. Além da ausência de base legal específica, a prática pode configurar uma violação de direitos fundamentais.

“O SADI infringe o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que garante a proteção dos direitos dessas pessoas”, afirma o educador. O fato de o projeto estar em fase de testes é ainda mais preocupante, segundo ele. “Essa inteligência artificial transforma o ambiente educacional em um laboratório para experimentos tecnológicos que usam crianças de escolas públicas como cobaias”.

“É uma medida completamente arbitrária, que precisa ser efetivamente condenada. A IA sofre diversas críticas, principalmente quando trata de comportamento, porque tem como padronização os seus países de origem, sendo muitas vezes considerada racista. Por exemplo, um sistema desenvolvido na Europa provavelmente vai identificar imigrantes como transgressores. É um sistema de vigilância anti-pedagógico e coercitivo”, diz Daniel Cara.

A reportagem entrou em contato com o Instituto Anexo e com a Diretoria de Ensino da Região Centro-Oeste, mas não obteve resposta.

https://www.diariodocentrodomundo.com.br/como-o-governo-tarcisio-usa-ia-para-espionar-criancas-em-escolas-publicas/

A empresa anunciou investimento de R$ 2 bilhões na 99Food, delivery de comida, até junho de 2026.

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