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sábado, 13 de maio de 2023

Charges do Miguel Paiva

 


Sucesso

Charges do Jota Camelo 🐪

 


Zelensky rejeita oferta de mediação do Papa pelo fim da guerra

 "Tenho um profundo respeito por Sua Santidade... O fato é que não precisamos de mediadores", afirmou o presidente ucraniano

Papa Francisco e Volodymyr Zelensky
Papa Francisco e Volodymyr Zelensky (Foto: Divulgação)

MOSCOU (Sputnik) - O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, rejeitou a oferta de mediação do Papa Francisco no conflito com a Rússia, dizendo que não tem nada a conversar com o presidente Vladimir Putin.

 Zelensky falou com a mídia italiana durante uma viagem a Roma no sábado, onde se encontrou com o pontífice católico e altos funcionários italianos. 

O papa repetidamente ofereceu sua ajuda na mediação entre Kiev e Moscou.

 "Tenho um profundo respeito por Sua Santidade... O fato é que não precisamos de mediadores... Devemos elaborar um plano de ação que garanta uma paz justa, uma paz na Ucrânia", disse Zelensky.

 O pontífice deu as boas-vindas ao ucraniano no Vaticano e o recebeu em particular na Sala Paulo VI. Uma fonte da Santa Sé disse à RIA Novosti que o encontro foi acertado no último momento. 

https://www.brasil247.com/mundo/zelensky-rejeita-oferta-de-mediacao-do-papa-pelo-fim-da-guerra

Gastos suspeitos de Michelle Bolsonaro eram pagos em dinheiro vivo, indicam mensagens

Duas assessoras da ex-primeira-dama conversaram entre si e com o tenente-coronel manifestando preocupação sobre irregularidades no pagamento de gastos

Da esq. para a dir.: Mauro Cid, Jair e Michelle Bolsonaro
Da esq. para a dir.: Mauro Cid, Jair e Michelle Bolsonaro (Foto: REUTERS/Adriano Machado | Alan Santos/PR)

247 - Diálogos entre o então ajudante de ordens do Palácio do Planalto, o tenente-coronel Mauro Cid, e assessoras do governo Jair Bolsonaro apontaram a existência de uma orientação para o pagamento em dinheiro vivo de gastos da ex-primeira dama Michelle Bolsonaro. A Polícia Federal interceptou as conversas por meio da quebra de sigilo das comunicações de Mauro Cid, preso no dia 3 de maio por suspeitas de fraudar certificados de vacina da Covid-19.

De acordo com informações publicadas neste sábado (13) pela coluna de Aguirre Talento, no portal Uol, duas assessoras da primeira-dama, Cintia Borba Nogueira e Giselle dos Santos Carneiro da Silva, conversaram entre si e com Mauro Cid manifestando preocupação sobre irregularidades no pagamento de despesas de Michelle.

Mauro Cid foi preso no começo do mês (maio/2023) no âmbito das investigações do Vacinagate, sobre falsificação de cartões de vacinação. Também há suspeita sobre ilegalidades de Daniel Cid, que é irmão do tenente, comprou uma mansão de R$ 8 milhões nos Estados Unidos e teve negócio em paraíso fiscal.

Veja o relato de Cintia Borba Nogueira em áudio enviado a Giselle Carneiro (30/10/2020): "Giselle, bom dia! É, é esse, esse pagamento, o coronel tinha passado para a gente, mas eu acho que esse banco digital a gente não consegue fazer pagamento. E transferência nós não podemos fazer. Então vê o que que nós podemos fazer. Se entregamos o dinheiro para vocês. Ou se você tem alguma outra conta, Banco do Brasil, alguma coisa que a gente possa fazer o depósito, tá bom Giselle? Bom dia aí, obrigado".

Giselle conversou com Mauro Cid. "Coronel, bom dia. Ontem eu conversei com a senhora Adriana para saber se ela tinha falado com a dona Michelle né. Ela falou que conversou. Explicou, falou todos os problemas, preocupações, né. (...). Mas então o resultado foi que a dona Michelle ficou pensativa. Segundo a dona Adriana, ficou pensativa, mas que vai continuar com o cartão. E ela falou que tem, tem os comprovantes assim, né? Que esse cartão já era bem antes do presidente ser eleito. Mas de qualquer maneira, a dona Adriana falou que ela ficou pensativa, né? Ontem mesmo já fizemos uma compra, mas foi em outro cartão. Então eu estou vendo que realmente tá sendo de pouco uso o da Caixa. Mas por enquanto é isso. Obrigada, tchau".

O coronel afirmou que a situação das despesas da primeira-dama poderia ser alvo de investigações. "Giselle, mas ainda não é o ideal isso não tá? O Cordeiro conversou com ela, tá, também. E ela ficou com a pulga atrás da orelha mesmo: tá, é? É. É a mesma coisa do Flávio. O problema não é quando! É como deputado, rachadinha, essas coisas", disse Mauro Cid em áudio enviado a Giselle (25/11/2020).

"Se ela perguntar pra você ou falar alguma coisa ou comentar, é importante ressaltar com ela que é o comprovante que ela tem. É um comprovante de depósito, é comprovante de pagamento. Não é um comprovante dela pagando nem do presidente pagando. Entendeu? É um comprovante que alguém tá pagando. Tanto que a gente saca o dinheiro e dá pra ela pagar ou sei lá quem paga ali. Então não tem como comprovar que esse dinheiro efetivamente sai da conta do presidente. O Ministério Público, quando pegar isso aí, vai fazer a mesma coisa que fez com o Flávio, vai dizer que tem uma assessora de um senador aliado do presidente, que está dando rachadinha, tá dando a parte do dinheiro para Michelle", complementou o coronel. 

"E isso sem contar a imprensa que quando a imprensa caiu de pau em cima, vai vender essa narrativa. Pode ser que nunca aconteça, pode? Mas pode ser que amanhã, um mês, um ano ou quando ele terminar o mandato dele, isso venha à tona", continuou

Outro militar

Militar subordinado a Mauro Cid na Ajudância de Ordens, Osmar Crivelatti enviou um áudio a Giselle (8/11/2021). "Giselle, bom dia! É, é esse, esse pagamento, o coronel tinha passado para a gente, mas eu acho que esse banco digital a gente não consegue fazer pagamento. E transferência nós não podemos fazer. Então vê o que que nós podemos fazer. Se entregamos o dinheiro para vocês. Ou se você tem alguma outra conta, Banco do Brasil, alguma coisa que a gente possa fazer o depósito, tá bom Giselle? Bom dia aí, obrigado".

Giselle Carneiro enviou um áudio enviado a Cíntia, assessora do Planalto, e a uma pessoa de nome Vanderlei (30/11/2021). "Boa noite, Vand e Cintía. PD (Primeira-dama) falou, eu perguntei para ela se ela queria transferir Pix, né? Tanto para Bia. Daí, ela falou: não, vamos fazer agora tudo depósito, que, aí pede pro Vanderlei fazer o depósito, a gente consegue o dinheiro e faz o depósito. Só que ela não falou como conseguiu o dinheiro, se o dinheiro está com ela, se a gente pega na AJO. Não falou, tá? Ela falou que assim não fica registrado nada, vamos fazer depósito. Então a gente tem que começar a ter esse hábito do depósito, então né?".

O advogado de Mauro Cid, Bernardo Fenelon, afirmou que "a defesa técnica, por respeito ao Supremo Tribunal Federal, se manifestará apenas nos autos do processo". A defesa de Jair Bolsonaro disse que não comentaria o assunto.  

https://www.brasil247.com/brasil/gastos-suspeitos-de-michelle-bolsonaro-eram-pagos-em-dinheiro-vivo-indicam-mensagens

Pimenta cobra a prisão da 'quadrilha inteira' que envolve Michelle Bolsonaro

Ministro da Secom cobrou a prisão do clã Bolsonaro após a revelação de que uma empresa com contratos com a Codevasf mandou dinheiro para militar auxiliar de Mauro Cid


13 de maio de 2023, 16:58 h

Paulo Pimenta, Jair Bolsonaro e Michelle Bolsonaro
Paulo Pimenta, Jair Bolsonaro e Michelle Bolsonaro (Foto: ABr | Reuters)

247 - O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), Paulo Pimenta, se manifestou sobre as novas suspeitas de corrupção envolvendo pagamentos de despesas de Michelle Bolsonaro

Segundo a Polícia Federal, a empresa Cedro do Líbano Comércio de Madeiras e Materiais para Construção, com contratos com a
Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), é a fonte de depósitos de pelo menos R$ 25.360 na conta do sargento Dos Reis. 

Dos Reis trabalhava sob as ordens de Mauro Cid, então ajudante de campo de Bolsonaro, no Palácio do Planalto.

Nas redes sociais, o ministro Paulo Pimenta apontou que o militar fez saques em dinheiro vivo em pelo menos três ocasiões e fez ao menos 12 depósitos em dinheiro em conta de uma tia da então primeira-dama. "O que ainda precisa acontecer para prender a quadrilha inteira?", questionou Pimenta. 

https://www.brasil247.com/brasil/o-que-ainda-precisa-acontecer-para-prender-a-quadrilha-inteira-questiona-pimenta

Subprocurador no TCU defende criação de força-tarefa para investigar gastos de Michelle Bolsonaro

 Para Lucas Furtado, deve haver ação conjunta da PF e CGU. "Fica evidente que há uma tentativa de fugir à fiscalização", afirmou

13 de maio de 2023, 17:00 h

Michelle Bolsonaro
Michelle Bolsonaro (Foto: Reprodução)

247 - O subprocurador-geral do Ministério Público junto ao TCU (Tribunal de Contas da União), Lucas Rocha Furtado, vai pedir à Corte a criação de uma força-tarefa com a Polícia Federal e a CGU (Controladoria-Geral da União) para investigar as despesas da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro pagas em dinheiro vivo.

Reportagem do UOL revelou a existência de diálogos entre o então ajudante de ordens do Palácio do Planalto, o tenente-coronel Mauro Cid, e assessoras da gestão de Jair Bolsonaro com a orientação para os pagamentos em dinheiro vivo.

A preocupação de Cid era que a prática fosse caracterizada como um esquema de rachadinha, porque não havia a comprovação da origem dos recursos. As conversas foram realizadas por meio de áudios enviados por um aplicativo de diálogos.

A PF investiga as transações financeiras de Mauro Cid e auxiliares do Palácio do Planalto e chegou a indícios da existência de um esquema de desvios de recursos públicos com o objetivo de bancar despesas da primeira-dama Michelle.

Segundo a Polícia Federal, a Cedro do Líbano Comércio de Madeiras e Materiais para Construção, empresa sediada em Goiânia com contratos com o governo federal, é a fonte de depósitos de pelo menos R$ 25.360 na conta do sargento Dos Reis. Dos Reis trabalhava sob as ordens de Mauro Cid, então ajudante de campo de Bolsonaro, no Palácio do Planalto.

O principal contrato da Cedro do Líbano é com a Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba), estatal que já foi alvo de operações da Polícia Federal que investigavam corrupção em contratos no Nordeste no ano passado.

O subprocurador-geral avaliou que os fatos revelados pelo UOL mostram uma "armação para driblar o controle". Lucas Furtado afirmou ainda que, para se concretizar, o pedido de força-tarefa deve ser aprovado pelo plenário do TCU.

"Fica evidente que há uma tentativa de fugir à fiscalização. Pagamentos em espécie são usados por parte de quem quer fraudar. Todavia, antes de qualquer sanção, deve ser assegurado o contraditório", disse Lucas Furtado.

A investigação da PF detectou que a primeira-dama Michelle Bolsonaro usava um cartão de crédito vinculado à conta de uma amiga sua, Rosimary Cardoso Cordeiro, que era assessora parlamentar no Senado.

Ao realizar quebras de sigilo bancário de Mauro Cid e outros funcionários do Planalto, a PF detectou depósitos em dinheiro vivo para Rosimary com o objetivo de custear as despesas com o cartão de crédito, tentando ocultar a origem dos recursos. 

O ex-secretário de Comunicação de Jair Bolsonaro e advogado Fábio Wajngarten afirmou que "não há nada de ilegal nas transações efetuadas". 

https://www.brasil247.com/poder/subprocurador-no-tcu-defende-criacao-de-forca-tarefa-para-investigar-gastos-de-michelle-bolsonaro

Charges do Renato Aroeira

 As despesas de Michelle


Pimenta rebate Campos Neto: BC mantém juros altos para impedir o País de crescer

 Ministro da Secom criticou o presidente do Banco Central por culpar o governo pelo custo elevado do crédito, sendo o BC a autoridade responsável por definir a taxa Selic

Paulo Pimenta e Roberto Campos Neto
Paulo Pimenta e Roberto Campos Neto (Foto: ABR | REUTERS)

247 - O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), Paulo Pimenta, respondeu neste sábado (13) ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que afirmou que a culpa pela taxa Selic estar em 13,75% não é do Banco Central, mas sim do governo federal. 

"Não é sério. É uma opção de manter juros altos para favorecer o rentismo e impedir o País de crescer", afirmou o ministro. "Brasil precisa de crédito barato, a economia girar, gerar emprego e criar oportunidades. Sociedade está endividada e refém desta política monetária contrária aos interesses nacionais", acrescentou. 

Durante entrevista à CNN, Campos Neto disse que o BC não é "malvado". "Se você, empresário, está tentando pegar um dinheiro e está caro, a culpa não é do Banco Central, que é 'malvado'. A culpa é do governo, que deve muito. (...) O grande culpado pelos juros estarem altos é que tem alguém competindo pelos mesmos recursos e pagando mais", afirmou. 

Leia também reportagem da agência Reuters sobre o assunto:

SÃO PAULO (Reuters) - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, qualificou como “falácia” a ideia de que o Brasil não tem atualmente inflação de demanda, como vêm defendendo alguns membros do governo, incluindo o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em entrevista ao programa “Caminhos com Abilio Diniz”, da CNN, realizada na última terça-feira e veiculada nesta sexta-feira, Campos Neto afirmou que vários artigos científicos demonstram que a inflação hoje é “muito mais de demanda que de oferta”.

Ao mesmo tempo, Campos Neto afirmou que não é verdade que, se a inflação for de oferta, o BC não deve alterar a taxa de juros. Segundo ele, a instituição também tem que combater os efeitos secundários da inflação de oferta.

“Se contaminar a cadeia, aí sim o BC tem que entrar e combater este cenário”, afirmou.

Campos Neto também foi questionado a respeito da indicação do atual secretário executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, para a diretoria de Política Monetária do BC. Braço direito do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, Galípolo foi escolhido por Lula para a diretoria, sem que Campos Neto tenha participado das discussões.

“As regras do jogo são essas, vai vir um diretor ou mais de um diretor que têm opiniões diferentes”, minimizou Campos Neto. “O que precisamos melhorar no Brasil é saber conviver com as regras ao invés de mudar as regras.”

Campos Neto pontuou ainda que a meta de inflação não é determinada pelo BC, mas sim pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que tem maioria governista. Ele lembrou que, por lei, o BC precisa atingir a meta, ainda que a instituição esteja tentando suavizar o máximo possível o processo.

Os comentários de Campos Neto surgem em um contexto de pressão do governo para que o BC inicie o processo de cortes da taxa básica Selic, atualmente em 13,75% ao ano. O BC, por sua vez, tem defendido em suas comunicações que as expectativas de inflação seguem elevadas.

No início do ano, o próprio presidente Lula chegou a opinar que a meta de inflação deveria ser mudada, o que em tese ajudaria a abrir espaço para o corte da Selic. Campos Neto, por sua vez, sempre se colocou contrário à mudança da meta.

“Desde a primeira conversa que tive, lá atrás, com Haddad e Lula, antes da posse, eu disse: ‘uma das coisas que a gente não deveria falar em público é da meta’”, afirmou Campos Neto na entrevista desta sexta-feira.

“O que acontece é que, como o Executivo tem a caneta para mudar a meta, quando ele fala o mercado entende que o governo vai mudar a meta... E quando você fala de meta, você acaba alterando as expectativas.”

Durante a entrevista, Campos Neto também afirmou que sairá da presidência do BC no fim de 2024, como prevê a lei de autonomia da instituição. Ele descartou a possibilidade de ser reconduzido ao cargo. O presidente do BC se disse contrário à possibilidade de recondução, apesar de a lei permitir.

Campos Neto também afirmou que, diante da politização das discussões em torno das decisões de política monetária do BC, a autarquia tem tido a preocupação de explicar em mais detalhes seu processo decisório sobre os juros, particularmente nas atas das reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom).   

https://www.brasil247.com/brasil/pimenta-rebate-campos-neto-bc-mantem-juros-altos-para-impedir-o-pais-de-crescer

Cid acertava pagamento em dinheiro vivo dos gastos de Michelle

 Conversas no celular do coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, revelam preocupação com a forma de pagamento das despesas da ex-primeira-dama Michelle.


No #JornalDaCultura deste sábado (13) você acompanha: Michelle Bolsonaro é investigada pela Polícia Federal; Brasil com campanhas de vacinação por todo o país; parlamentares ainda trabalham sob efeito da polarização na última eleição; neste 13 de maio, data é lembrada com evento na sede da FIESP.

 


Zelensky pede apoio do papa Francisco para plano de paz ucraniano

 O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pediu apoio do papa Francisco ao plano de paz ucraniano para a guerra contra a Rússia. O líder ucraniano se reuniu com o pontífice e outras autoridades no Vaticano


CLIPE OFICIAL: LA VEM A FEDERAL

 





PF CHEGA A MICHELLE BOLSONARO E DEIXA PASTORES NA LAMA! CID TINHA MEDO DE ÁUDIOS VAZAREM!

 


PF LIGA PROVÁVEL CASO DE CORRUPÇÃO A MICHELLE

 


MICHELLE ENTROU NA RODA! MORAES DESBARATOU MAIS UMA: CID E AUXILIARES MOVIMENTARAM GRANA SECRETA!

 


13/05/23 - MICHELLE BOLSONARO não sabe usar cartão próprio? Não sabe o que é dinheiro de trabalho? Cid sabia que aquilo daria zebra. Preveniu mas não adiantou. A delinquência é maior do que a moral. E agora?

PF suspeita de desvio de dinheiro da Presidência por meio de Mauro Cid e a pedido de Michelle

 Suspeita envolve assessoria da ex-primeira-dama e funcionários da Ajudância de Ordens da Presidência, que foi chefiada por Mauro Cid


Fabio Serapião
Lucas Marchesini

Brasília

Polícia Federal diz ter identificado uma possível articulação para desvio de dinheiro público no governo Jair Bolsonaro (PL) a pedido da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Segundo a PF, a suspeita envolve a assessoria da esposa do ex-presidente e os seus funcionários da Ajudância de Ordens da Presidência, que foi chefiada por Mauro Cid, preso por suspeita de ter falsificado cartões de vacinação.

Em setembro do ano passado, a Folha revelou que a PF havia encontrado as transações suspeitas após analisar dados encontrados no celular e na nuvem de Cid, que foi o braço-direito de Bolsonaro no governo.

Michelle Bolsonaro em evento do PL Mullher em São Paulo - Carla Carniel-6.mai.23/Reuters

A linha investigativa da PF está em um dos inquéritos relatados por Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). A polícia fala da suspeita em pedidos de quebra de sigilo bancário e o ministro também cita em suas decisões que autorizaram as medidas.

Ao autorizar a extensão das quebras de sigilos de Cid, funcionários da Presidência e pessoas ligadas a Michelle, Moraes afirma que os elementos colhidos pela PF revelam "fortes indícios de desvio de dinheiro público, por meio da Ajudância de Ordens da Presidência da República" para pessoas indicadas por duas assessoras da ex-primeira-dama.

O delegado do caso diz no documento ao qual a Folha teve acesso que ainda precisaria aprofundar as investigações, mas que havia indícios no sentido do desvio.

O advogado de Cid, Bernardo Fenelon, disse que "por respeito ao Supremo Tribunal Federal, toda e qualquer manifestação defensiva será feita nos autos do processo".

Como a Folha mostrou à época, conversas por escrito, fotos e áudios trocados por Cid com outros assessores sugerem a existência de depósitos fracionados e saques em dinheiro.

O material analisado pela Polícia Federal indica ainda que as movimentações financeiras se destinavam a pagar contas pessoais de Michelle.

A PF cruzou essas transações e descobriu que os valores custeavam um cartão de crédito em nome de Rosimary Cardoso Cordeiro, mas utilizado por Michelle.

Como revelou o UOL neste sábado (13), áudios de conversas de duas assessoras da primeira-dama, Cintia Borba Nogueira e Giselle dos Santos Carneiro da Silva, entre si e com Mauro Cid sugerem preocupação com os pagamentos das contas de Michelle.

Folha também teve acesso a transcrição das conversas. Em um dos áudios, os envolvidos afirmam que a situação do cartão usado por Michelle é preocupante.

"A análise dos gastos realizados no cartão adicional em nome de Michelle, considerando a natureza e locais, como estabelecimentos de grande luxo, lugares de acesso complicado quanto ao grau de segurança e exposição, indicam que possivelmente foram expensas realizadas por terceira pessoa, diversa da primeira-dama", diz a PF em documento obtido pela reportagem.

Ao pedir a nova quebra, o delegado do caso apontou para uma dificuldade enfrentada na investigação.

De acordo com ele, os investigados realizam depósitos em espécie e de forma fracionada, utilizando em grande parte, terminais de autoatendimento e depósitos em dinheiro na conta de Mauro Cid.

Em uma das conversas citadas pela PF, de abril de 2021, Cid envia um GRU (Guia de Recolhimento da União) de Maria Graces de Moura Braga e orienta o pagamento citando um pedido do PR (Presidente da República).

"PR orientou pagar em dinheiro. Para evitar interpretações equivocadas", dizem as mensagens.

No mês seguinte, uma assessora de Michelle novamente procura Cid para falar sobre o pagamento para Maria Graces, que é casada com um tio da ex-primeira-dama.

Nesse momento, Cid responde: "PR pediu para PD falar com ele sobre todos os pagamentos".

Esta é Michelle Bolsonaro


Também chamou a atenção da PF um áudio em que Cid se mostra nervoso com o envio pela assessora de Michelle de um boleto para pagamento em nome de terceiro que não seria da família presidencial.

"Não tem como mandar esse tipo de boleto não. Quando for assim, me manda só o pedido do dinheiro e vocês pagam por ai, porque isso não é gasto do presidente, nem da dona Michelle", disse ele.

Em seguida, ele complementou em outra mensagem: "Eu não me meto, não quero me meter nos gastos dela. Mas não me comprometa, por favor, né? Quando for assim, vocês peçam o dinheiro e eu passo o dinheiro pra você".

Mesmo o boleto, mensalidade de um plano de saúde de um irmão de Michelle, sendo de alguém de fora da família presidencial, Cid encaminhou para pagamento no grupo de ajudantes de ordens para ser pago, segundo a PF, com dinheiro público.

O recibo em nome da Ajudância de Ordens de Bolsonaro está anexado a uma das mensagens e foi recuperado pela PF.

Na época da revelação, a assessoria de imprensa da Presidência afirmou que Cid fez saques da conta pessoal de Bolsonaro e repassou para uma tia de Michelle —que eventualmente trabalha como babá da filha de Bolsonaro, Laura—, além do custeio de outras despesas presidenciais, por motivo de segurança, para não expor a conta pessoal do presidente.

"O dinheiro é sacado da conta dele e o depósito é feito na conta da tia (que atua como babá). Por motivo de segurança, não havia transferência de conta a conta. Sacava o dinheiro para a conta dele não ficar exposta com o nome dele no extrato de outra pessoa", disse a Presidência na ocasião.

Essa é a mesma justificativa para outras despesas.

"Todos esses gastos são pessoais e diários da Michelle. Cabeleireiro, manicure, uma compra no site de roupa e outras coisas. A opção foi não colocar a conta do presidente no extrato da manicure, da fisioterapeuta ou outros gastos diários de uma família com cinco pessoas", informou.

Um documento da PF, no entanto, contradiz a versão. Segundo a PF, do material analisado apenas uma transação para Rosimary saiu da conta de Bolsonaro

Em 24 de novembro de 2020, Cid, que era procurador da conta do então presidente, sacou R$ 8.000 e na sequência depositou para a mulher.

https://www1.folha.uol.com.br/poder/2023/05/pf-suspeita-de-desvio-de-dinheiro-da-presidencia-por-meio-de-mauro-cid-e-a-pedido-de-michelle.shtml

Gastos de Michelle eram pagos com dinheiro de empresa que tem contratos com a Codevasf, diz PF


Segundo a PF, empresa Cedro do Líbano Comércio de Madeiras é a origem de depósitos de pelo menos R$ 25 mil na conta do sargento Dos Reis, que trabalhava sob as ordens de Mauro Cid

Michelle Bolsonaro
Michelle Bolsonaro (Foto: Isac Nóbrega/PR)

247 - Uma empreiteira com contratos com o governo de Jair Bolsonaro está ligada a uma série de repasses feitos a um militar da Ajudância de Ordens da Presidência da República. O policial, segundo-sargento Luis Marcos dos Reis, fez saques em dinheiro e usou o dinheiro para pagar despesas de um cartão de crédito usado por Michelle Bolsonaro em pelo menos três ocasiões, segundo a Polícia Federal. Dos Reis também fez pelo menos 12 depósitos em dinheiro na conta de um parente da ex-primeira-dama, segundo reportagem de Aguirre Talento , Amanda Rossi e Pedro Canário, no UOL

Segundo a Polícia Federal, a Cedro do Líbano Comércio de Madeiras e Materiais para Construção, empresa sediada em Goiânia com contratos com o governo federal, é a fonte de depósitos de pelo menos R$ 25.360 na conta do sargento Dos Reis. Dos Reis trabalhava sob as ordens de Mauro Cid, então ajudante de campo de Bolsonaro, no Palácio do Planalto.

O principal contrato da Cedro do Líbano é com a Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba), estatal que já foi alvo de operações da Polícia Federal que investigavam corrupção em contratos no Nordeste no ano passado.

Segundo a reportagem do UOL, o dinheiro foi depositado por Vanderlei Cardoso de Barros, pai de um sócio da Cedro do Líbano, nas contas do sargento Dos Reis. Em pelo menos uma ocasião, o dinheiro foi transferido da conta bancária da própria empresa. Após o depósito do dinheiro, o sargento retirava o dinheiro em um caixa eletrônico. Segundo a Polícia Federal, Dos Reis era o responsável por efetuar pagamentos a pessoas ligadas à ex-primeira-dama e a outros militares da ajudante de campo do Palácio do Planalto.

Os pagamentos continuaram pelo menos até julho de 2022, segundo dados obtidos pela Polícia Federal por meio de cadastros bancários de subordinados do tenente-coronel Mauro Cid. Ao autorizar a quebra do sigilo bancário de subordinados de Cid no ano passado, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, afirmou que o caso tinha indícios de "desvio de dinheiro público" envolvendo militares do Palácio do Planalto e assessores da ex-primeira-dama.

Três dos depósitos do sargento Dos Reis foram para a conta de Rosimary Cardoso Cordeiro, amiga de Michelle Bolsonaro, que na época trabalhava como assessora parlamentar do gabinete do senador Roberto Rocha (PTB-MA).

Segundo a Polícia Federal, Rose emitiu um cartão de crédito usado por Michelle Bolsonaro e recebeu depósitos em dinheiro, alguns fragmentados, de integrantes da ajudante de campo do Palácio do Planalto, pelo menos até junho de 2021. Os recursos foram usados ​​para pagar da fatura do cartão de crédito usado pela primeira-dama.   

https://www.brasil247.com/regionais/sudeste/gastos-de-michelle-eram-pagos-com-dinheiro-de-fornecedor-de-estatal-diz-pf

Enfermeira diz à PF que emprestou senha para chefe excluir registros de vacina de Bolsonaro

Chefe de vacinação de Duque de Caxias (RJ) afirma que forneceu dado para acesso a secretário sem saber que caso envolvia então presidente


Fabio Serapião 
Brasília

Cláudia Helena Acosta Rodrigues da Silva, chefe da central de vacinação de Duque de Caxias (RJ), disse em depoimento à Polícia Federal ter emprestado sua senha para o secretário de Governo do município apagar os registros de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Ela afirmou aos investigadores da suposta fraude no sistema de vacinação ter sido procurada pelo secretário João Brecha na data da exclusão, mas relatou não ter recebido os CPFs dos excluídos sob a justificativa de não "envolvê-la em problemas, uma vez que se tratavam de pessoas relevantes e conhecidas".

Cláudia foi um dos alvos no último dia 3 de maio da operação Venire, que fez busca na residência de Bolsonaro e prendeu alguns de seus principais assessores, como o tenente-coronel Mauro Cid, ex-chefe da Ajudância de Ordens da Presidência da República.

O então presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ajudante de ordens Mauro Cid
O então presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ajudante de ordens Mauro Cid - Adriano Machado-18.jun.19/Reuters

Ao falar do motivo do empréstimo da senha pessoal do sistema de vacinação, ela justificou não ter visto "qualquer má fé" no pedido do secretário e disse ter acreditado que as exclusões seriam "idôneas".

As exclusões foram registradas em 27 de dezembro pelo usuário em nome de Cláudia Rodrigues e estão entre as informações levantadas pela PF na investigação de fraude ao sistema do Ministério da Saúde para emissão do certificado de vacinação de Covid a ser utilizado na viagem para os Estados Unidos por Bolsonaro e seus assessores.

Cláudia foi procurada, mas não retornou o contato. A Prefeitura de Duque de Caxias informou que, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, instaurou uma sindicância no último dia 4 para apurar os fatos e responsabilidades acerca das circunstâncias supostamente ocorridas no âmbito municipal.

De acordo com a investigação da PF, foi inserido no sistema como se Bolsonaro tivesse tomado duas doses de vacina contra Covid, a primeira em 13 de agosto e a segunda em 14 de outubro.

A inserção desse registro retroativo de vacinação na rede do Ministério da Saúde, porém, só ocorreu em 21 de dezembro, pouco antes de o então presidente viajar para os EUA.

No dia seguinte, em 22 de dezembro, o certificado de vacinação de Bolsonaro foi emitido de dentro do Palácio do Planalto.

Dias depois, em 27 de dezembro, novamente houve uma emissão de certificado e, em seguida, o usuário em nome da chefe de vacinação de Duque de Caxias apagou o registro do sistema com a justificativa de "erro".

Para a PF, a "coerência lógica e temporal desde a inserção dos dados falsos" até a geração dos certificados indicam que Bolsonaro e Mauro Cid, seu ajudante de ordens, "tinham plena ciência da inserção fraudulenta dos dados de vacinação".

Embora no registro no sistema de vacinação conste que a exclusão das vacinas atreladas a Bolsonaro se deu por erro, a PF afirma no pedido de busca contra Bolsonaro que isso foi feito para "dificultar a identificação do proveito do crime de inserção dos dados falsos no sistema".

A chefe de vacinação do município fluminense também foi questionada pelos investigadores sobre a inserção das vacinas em nome de Bolsonaro no sistema.

No inquérito da PF, os registros de inserções estão em nome do próprio secretário de Governo, João Brecha. Cláudia Rodrigues disse desconhecer os fatos e afirmou não ter contato com políticos.

Em relação às inserções de registros de vacinação para Mauro Cid e seus familiares, ela afirmou não ter informações da presença deles na cidade e de como as inclusões foram feitas.

Outro tema abordado pela PF foi sua relação com o secretário João Brecha. Cláudia disse não conhecê-lo pessoalmente e que o pedido para ajudá-lo com o acesso ao sistema de vacinação foi feito por sua chefe, a secretária de Saúde, Célia Serrano.

Só após a solicitação de sua superior, disse ela, os dois começaram a se falar pelo WhatsApp.

Na representação em que pediu as buscas contra Bolsonaro, a PF detalha minuto a minuto como foram as alterações no sistema e a emissão do cartão de vacinação em nome do ex-presidente.

As inserções, emissão dos certificados e posterior exclusão dos registros, para a PF, configuram a existência de crime.

"Tais condutas, contextualizadas com os elementos informativos apresentados, indicam que as inserções falsas podem ter sido realizadas com o objetivo de gerar vantagem indevida para o ex-presidente da República Jair Bolsonaro relacionada a fatos e situações que necessitem de comprovante de vacinação contra a Covid-19", diz a PF.

Procuradoria-Geral da República foi contra as buscas solicitadas pela PF e afirmou que Mauro Cid "teria arquitetado e capitaneado toda a ação criminosa" à revelia do ex-presidente.

"Não há lastro indiciário mínimo para sustentar o envolvimento do ex-presidente da República Jair Bolsonaro com os atos executórios de inserção de dados falsos referentes à vacinação nos sistemas do Ministério da Saúde e com o possível uso de documentos ideologicamente falsos", diz manifestação assinada por Lindôra Araújo.

Moraes discordou da PGR sobre a tese de que Cid atuou sozinho e concedeu as buscas.

"Não há qualquer indicação nos autos que conceda credibilidade à versão de que o ajudante de ordens do ex-presidente da República Jair Bolsonaro pudesse ter comandado relevante operação criminosa, destinada diretamente ao então mandatário e sua filha L. F. B., sem, no mínimo, conhecimento e aquiescência daquele, circunstância que somente poderá ser apurada mediante a realização da medida de busca e apreensão requerida pela autoridade policial", afirmou o ministro.

Bolsonaro alvo de operação da PF no dia 3 de maio

Veja o minuto a minuto da suposta fraude no registro de vacinação de Bolsonaro:

21/12/2022 às 19h
O secretário de Governo de Duque de Caxias, João Carlos Brecha, inseriu os dados falsos de vacinação contra a Covid-19 em nome do ex-presidente Jair Bolsonaro

22/12/2022 às 07h59
O usuário associado ao ex-presidente, utilizando o endereço de IP cadastrado no Palácio do Planalto, acessou o aplicativo ConecteSUS

22/12/2022 às 8h
O usuário emite o certificado de vacinação contra a Covid-19 contendo o registro de três doses de vacina, sendo duas da fabricante Pfizer, tomadas no município de Duque de Caxias

22/12/2022 às 8h20
Ocorre a alteração cadastral no "Gov.br" do então presidente, passando a ter o email de Marcelo Câmara, nomeado assessor para acompanhar Jair Bolsonaro, na condição de ex-presidente da República

27/12/2022 às 14h19
O usuário do ex-presidente da República, utilizando o endereço de IP cadastrado no Palácio do Planalto, acessou o aplicativo ConecteSUS

27/12/2022 às 14h19min44seg
Usuário emitiu novamente o certificado de vacinação contra a Covid-19 contendo o registro das mesmas vacinas

27/12/2022 às 20h59
Após a geração desse segundo certificado, os registros das vacinas da fabricante Pfizer em nome de Bolsonaro foram excluídos do sistema do Ministério da Saúde

Segundo a PF, quem apagou os registros foram a operadora Claudia Acosta da Silva, sob a justificativa de ‘erro’

30/12/2022 às 12h02
O usuário associado ao ex-presidente usou endereço de IP vinculado ao terminal telefônico em nome de Mauro Cid para acessar o aplicativo ConecteSUS

30/12/2022 às 12h02min24seg
O usuário atrelado a Bolsonaro emitiu um novo certificado de vacinação contra a Covid19, agora contendo apenas o registro da vacina da fabricante Janssen, pois as demais já haviam sido excluídas.

Por volta das 14h
Cerca de duas horas após a emissão do certificado, Mauro Cid e Jair Bolsonaro viajaram de Brasília para a cidade de Orlando, nos Estados Unidos. O voo da Força Aérea brasileira decolou por volta das 14h.

Veja o que Bolsonaro já disse sobre coronavírus

https://www1.folha.uol.com.br/poder/2023/05/enfermeira-diz-a-pf-que-emprestou-senha-para-chefe-excluir-registros-de-vacina-de-bolsonaro.shtml

Áudios indicam que gastos de Michelle Bolsonaro eram pagos em dinheiro vivo

 

Aguirre Talento - 

Colunista do UOL

13/05/2023 04h00

Diálogos entre o então ajudante de ordens do Palácio do Planalto, o tenente-coronel Mauro Cid, e assessoras da gestão de Jair Bolsonaro revelam a existência de uma orientação para o pagamento em dinheiro vivo de despesas da ex-primeira dama Michelle Bolsonaro.

A preocupação de Cid era que a prática fosse caracterizada como um esquema de rachadinha, porque não havia a comprovação da origem dos recursos. As conversas foram realizadas por meio de áudios enviados por um aplicativo de diálogos.

As conversas foram interceptadas pela Polícia Federal por meio da quebra de sigilo das comunicações de Mauro Cid, preso no dia 3 de maio por suspeitas de fraudar certificados de vacina da covid-19. O UOL teve acesso com exclusividade à transcrição desses áudios e a outros detalhes inéditos sobre a investigação.

A PF fez uma devassa nas transações financeiras de Mauro Cid e auxiliares do Palácio do Planalto e chegou a indícios da existência de um esquema de desvios de recursos públicos com o objetivo de bancar despesas da primeira-dama Michelle.

De acordo com o relatório de análise da PF, os diálogos revelam a existência de uma "dinâmica sobre os depósitos em dinheiro para as contas de terceiros e a orientação de não deixar registros e impossibilidades de transferências".

A investigação detectou que a primeira-dama Michelle Bolsonaro usava um cartão de crédito vinculado à conta de uma amiga sua, Rosimary Cardoso Cordeiro, que era assessora parlamentar no Senado. Ao realizar quebras de sigilo bancário de Mauro Cid e outros funcionários do Planalto, a PF detectou depósitos em dinheiro vivo para Rosimary com o objetivo de custear as despesas com o cartão de crédito, tentando ocultar a origem dos recursos.

Por isso, duas assessoras da primeira-dama, Cintia Borba Nogueira e Giselle dos Santos Carneiro da Silva, conversaram entre si e com Mauro Cid manifestando preocupação sobre irregularidades no pagamento de despesas de Michelle.

'Situação do cartão é preocupante'

Diante da situação, as assessoras de Michelle queriam convencê-la a parar de usar o cartão de crédito vinculado a sua amiga, mas sem sucesso. Leia os diálogos transcritos pela PF:

Então hoje é essa situação do cartão realmente é um pouco preocupante. O que eu sugiro para você é o seguinte. No momento que você for despachar com ela, é esse assunto. Você pode falar com ela assim sutilmente, né? (...) Mas eu acho que você poderia falar assim: dona Michelle, que é que a senhora acha da gente fazer um cartão para a senhora? Um cartão independente da Caixa. Pra evitar que a gente fique na dependência da Rosy. E aí a gente pode controlar melhor aqui as contas. (...) Pode alertá-las o seguinte, que isso pode dar problema futuramente, se algum dia, Deus o livre, a imprensa descobre que ela é dependente da Rose, pode gerar algum problema.Cintia Borba Nogueira (30/10/2020), em áudio enviado a Giselle Carneiro

Coronel, bom dia. Ontem eu conversei com a senhora Adriana para saber se ela tinha falado com a dona Michelle né. Ela falou que conversou. Explicou, falou todos os problemas, preocupações, né. (...). Mas então o resultado foi que a dona Michelle ficou pensativa. Segundo a dona Adriana, ficou pensativa, mas que vai continuar com o cartão. E ela falou que tem, tem os comprovantes assim, né? Que esse cartão já era bem antes do presidente ser eleito. Mas de qualquer maneira, a dona Adriana falou que ela ficou pensativa, né? Ontem mesmo já fizemos uma compra, mas foi em outro cartão. Então eu estou vendo que realmente tá sendo de pouco uso o da Caixa. Mas por enquanto é isso. Obrigada, tchau.Giselle Carneiro (25/11/2020), em áudio enviado ao tenente-coronel Mauro Cid

'É a mesma coisa do Flávio (Bolsonaro)'

Após ouvir o relato de Giselle, Mauro Cid afirma que a situação das despesas da primeira-dama poderia ser alvo de investigações por sua semelhança com um esquema de rachadinha (desvio de recursos públicos) e compara com o caso do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do presidente que foi denunciado sob acusação de peculato pelo Ministério Público do Rio. Outro detalhe chama sua atenção. Michelle possuía comprovantes de pagamento das despesas, mas não tinha documentos que comprovassem que os recursos teriam saído da sua conta bancária ou da conta de Jair Bolsonaro.

Giselle, mas ainda não é o ideal isso não tá? O Cordeiro conversou com ela, tá, também. E ela ficou com a pulga atrás da orelha mesmo: tá, é? É. É a mesma coisa do Flávio. O problema não é quando! É como deputado, rachadinha, essas coisas.Mauro Cid (25/11/2020), em áudio enviado a Giselle

Se ela perguntar pra você ou falar alguma coisa ou comentar, é importante ressaltar com ela que é o comprovante que ela tem. É um comprovante de depósito, é comprovante de pagamento. Não é um comprovante dela pagando nem do presidente pagando. Entendeu? É um comprovante que alguém tá pagando. Tanto que a gente saca o dinheiro e dá pra ela pagar ou sei lá quem paga ali. Então não tem como comprovar que esse dinheiro efetivamente sai da conta do presidente. O Ministério Público, quando pegar isso aí, vai fazer a mesma coisa que fez com o Flávio, vai dizer que tem uma assessora de um senador aliado do presidente, que está dando rachadinha, tá dando a parte do dinheiro para Michelle.Mauro Cid (25/11/2020), em segundo áudio enviado a Giselle

E isso sem contar a imprensa que quando a imprensa caiu de pau em cima, vai vender essa narrativa. Pode ser que nunca aconteça? Pode. Mas pode ser que amanhã, um mês, um ano ou quando ele terminar o mandato dele, isso venha à tona.Mauro Cid (25/11/2020), em terceiro áudio enviado a Giselle

'Transferência não podemos fazer'

Diversos áudios encontrados pela Polícia Federal deixam clara a sistemática adotada pelos auxiliares do Palácio do Planalto: era proibido pagar despesas com transferências bancárias. O método era o de pagamentos em dinheiro vivo. Para a PF, isso é um indicativo da existência de desvios de recursos públicos para a quitação dessas despesas.

E sobre as flores da Patrícia Abravanel, ela falou que é para o Cid fazer o pagamento. Mas ele tinha me falado na semana passada que quando for esses pagamentos de terceiros, é pra gente pegar o dinheiro com ele e fazer o pagamento por aqui, tá? Então eu vou pedir para ele para sacar esse dinheiro e peço o Vanderlei para pegar lá para a gente fazer o... Vai ter que ser feito um depósito, né? No número daquela conta que você me passou, tá?Cintia Borba (4/10/2021), em áudio enviado a Giselle

Giselle, bom dia! É, é esse, esse pagamento, o coronel tinha passado para a gente, mas eu acho que esse banco digital a gente não consegue fazer pagamento. E transferência nós não podemos fazer. Então vê o que que nós podemos fazer. Se entregamos o dinheiro para vocês. Ou se você tem alguma outra conta, Banco do Brasil, alguma coisa que a gente possa fazer o depósito, tá bom Giselle? Bom dia aí, obrigado.Osmar Crivelatti (8/11/2021), militar subordinado a Mauro Cid na Ajudância de Ordens, em áudio enviado a Giselle

Boa noite, Vand e Cintía. PD (Primeira-dama) falou, eu perguntei para ela se ela queria transferir Pix, né? Tanto para Bia. Daí, ela falou: não, vamos fazer agora tudo depósito, que, aí pede pro Vanderlei fazer o depósito, a gente consegue o dinheiro e faz o depósito. Só que ela não falou como conseguiu o dinheiro, se o dinheiro está com ela, se a gente pega na AJO. Não falou, tá? Ela falou que assim não fica registrado nada, vamos fazer depósito. Então a gente tem que começar a ter esse hábito do depósito, então né?Giselle Carneiro (30/11/2021), em áudio enviado a Cíntia, assessora do Planalto, e pessoa de nome Vanderlei

Outro lado

Procurado, o advogado de Mauro Cid, Bernardo Fenelon, afirmou que "a defesa técnica, por respeito ao Supremo Tribunal Federal, se manifestará apenas nos autos do processo". Também procurada, a assessoria da ex-primeira-dama Michelle não respondeu até a publicação desta matéria.

Em nota publicada em rede social, o ex-secretário de Comunicação e advogado Fábio Wajngarten afirmou que "não há nada de ilegal nas transações efetuadas"."Conforme já amplamente explicado, os pagamentos de fornecedores informais, pequenos prestadores de serviços, eram feitos em dinheiro afim de proteger dados do presidente. Muitos sequer sabiam que o contratante/tomador dos serviços era a primeira-dama", disse.  

https://noticias.uol.com.br/colunas/aguirre-talento/2023/05/13/em-audio-cid-e-assessoras-de-michelle-acertam-pagamentos-em-dinheiro-vivo.htm

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