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sábado, 13 de maio de 2023

Só a PF ser autônoma que descobrimos escândalos do Bolsonaro, diz Padilha

 

Padilha: "É uma minhoca a cada enxadada nessa herança de Bolsonaro" - Lucas Borges Teixeira/UOL
Padilha: "É uma minhoca a cada enxadada nessa herança de Bolsonaro" Imagem: Lucas Borges Teixeira/UOL

Do UOL, em Brasília

13/05/2023 12h28

O ministro Alexandre Padilha, de Relações Institucionais, afirmou que "é só as instituições passarem a ser tornarem autônomas" que a PF (Polícia Federal) tem descoberto "escândalo atrás de escândalo" envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O UOL revelou hoje uma suspeita de pagamentos em dinheiro vivo pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

O que aconteceu?

Diálogos entre o tenente-coronel Mauro Cid, então ajudante de ordens do Palácio do Planalto, e outros assessores de Bolsonaro revelam a existência de uma orientação para o pagamento em dinheiro vivo de Michelle. O caso foi revelado hoje pelo colunista Aguirre Talento, do UOL.

Gestão Bolsonaro aprovou captação para livro sobre armas pela Lei Rouanet

A preocupação de Cid, preso por suspeita de fraude de cartão de vacina de Bolsonaro, era que a prática fosse caracterizada como um esquema de rachadinha, porque não havia a comprovação da origem dos recursos. As conversas foram realizadas por meio de áudios enviados por um aplicativo de diálogos.

Ao UOL, Padilha disse que as instituições vão continuar apurando "o conjunto de escândalos" envolvendo o ex-presidente. "É uma minhoca a cada enxadada nessa herança de Bolsonaro", afirmou.

O ministro Paulo Pimenta, da Secom (Secretaria de Comunicação Social), também comentou o caso. Ele disse que a suspeita tem "o mesmo modus operandi" das acusações de rachadinha do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

É só as instituições passarem a ser autônomas, como hoje é a Polícia Federal, que descobrimos escândalo atrás de escândalo de Bolsonaro e em torno da sua família e dos assessores mais próximos. E as instituições vão continuar apurando. Nós queremos apurar quem financiou, quem mobilizou os atos terroristas de 8 de janeiro."Alexandre Padilha, sobre as suspeitas de Michelle

"Ontem [12], Bolsonaro vestiu a carapuça de paladino da ignorância, do negacionismo. Quero ver as próximas carapuças que vai vestir", completou Padilha.

Bolsonaro disse ontem que vai processar o presidente Lula (PT) por ter "atingido sua honra" ao atribuir ao ex-presidente 300 mil das mais de 700 mil mortes por covid-19 no Brasil.

Gastos de Michelle pagos em dinheiro vivo

As conversas foram interceptadas pela Polícia Federal por meio da quebra de sigilo das comunicações de Mauro Cid, preso no dia 3 de maio por suspeitas de fraudar certificados de vacina da covid-19UOL teve acesso com exclusividade à transcrição desses áudios e a outros detalhes inéditos sobre a investigação.

A PF fez uma devassa nas transações financeiras de Cid e auxiliares do Palácio do Planalto e chegou a indícios da existência de um esquema de desvios de recursos públicos com o objetivo de bancar despesas de Michelle.

De acordo com o relatório de análise da PF, os diálogos revelam a existência de uma "dinâmica sobre os depósitos em dinheiro para as contas de terceiros e a orientação de não deixar registros e impossibilidades de transferências".

A investigação detectou que Michelle usava um cartão de crédito vinculado à conta de uma amiga sua, Rosimary Cardoso Cordeiro, que era assessora parlamentar no Senado. Ao realizar quebras de sigilo bancário de Mauro Cid e outros funcionários do Planalto, a PF detectou depósitos em dinheiro vivo para Rosimary com o objetivo de custear as despesas com o cartão de crédito, tentando ocultar a origem dos recursos.

Por isso, duas assessoras da primeira-dama, Cintia Borba Nogueira e Giselle dos Santos Carneiro da Silva, conversaram entre si e com Mauro Cid manifestando preocupação sobre irregularidades no pagamento de despesas de Michelle.

Coronel, bom dia. Ontem eu conversei com a senhora Adriana para saber se ela tinha falado com a dona Michelle . Ela falou que conversou. Explicou, falou todos os problemas, preocupações, . (...). Mas então o resultado foi que a dona Michelle ficou pensativa. Segundo a dona Adriana, ficou pensativa, mas que vai continuar com o cartão. E ela falou que tem, tem os comprovantes assim, ? Que esse cartão já era bem antes do presidente ser eleito. Mas de qualquer maneira, a dona Adriana falou que ela ficou pensativa, ? Ontem mesmo já fizemos uma compra, mas foi em outro cartão. Então eu estou vendo que realmente  sendo de pouco uso o da Caixa. Mas por enquanto é isso. Obrigada, tchau.Giselle Carneiro, em áudio enviado a Mauro Cid em 25/11/2020. 

https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2023/05/13/so-a-pf-ser-autonoma-que-descobrimos-escandalos-do-bolsonaro-diz-padilha.htm

Governo vai anunciar volta dos carros populares e plano de incentivo à indústria


Ministério do Desenvolvimento escolheu o dia 25 de maio para apresentar o novo pacote

  • Eduardo Sodré
São Paulo

A retomada do setor automotivo por meio dos carros populares tornou-se uma das principais metas do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços). A primeira etapa desse processo será anunciada no dia 25 de maio, data que celebra o Dia da Indústria.

Os detalhes ainda estão sendo ajustados, mas a Folha apurou que o objetivo é lançar um plano de incentivo para toda a cadeia industrial. A abrangência, portanto, irá além do âmbito das montadoras.

O anúncio deve ser feito na sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). As medidas incluirão linhas de crédito para o setor fabril, reduções tributárias, aumento do índice de nacionalização de bens manufaturados e um programa de financiamento para veículos.

O vice-presidente Geraldo Alckmin durante inauguração da fábrica da GWM (Great Wall Motors) - Carla Carniel - 27.abr.2023/Reuters

No caso do setor automotivo, as conversas acontecem diretamente entre as montadoras e o governo, sem interferência da Anfavea (associação das fabricantes). Segundo Márcio de Lima Leite, presidente da entidade, há questões de compliance envolvidas, e por isso cada fabricante deve tomar sua própria decisão.

O foco das medidas estará nos carros de entrada, que não devem passar por grandes mudanças neste momento. O objetivo é reduzir os preços iniciais de modelos compactos com motor 1.0 para uma faixa entre R$ 50 mil e R$ 60 mil.

O automóvel mais em conta vendido hoje no Brasil é o Renault Kwid na versão Zen, que custa R$ 69 mil e é produzido em São José dos Pinhais (PR). Representantes da montadora francesa se reuniram com o ministro do Desenvolvimento e vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), na semana passada.

"Recebi a diretoria da Renault para debatermos propostas que fortaleçam o setor automotivo. O presidente Lula está empenhado em retomar o vigor de nossa indústria automobilística, que é grande empregadora", disse Alckmin em postagem nas suas redes sociais.

É provável que o Kwid seja o primeiro modelo a se adequar ao programa de incentivo. Hoje todas as versões do compacto são equipadas com direção com assistência elétrica e ar-condicionado, mas nem sempre foi assim.

No lançamento do carro, em junho de 2017, a opção Life não trazia esses itens. Na época, o preço começava em R$ 30 mil –valor que, corrigido com base no IPCA, equivale a aproximadamente R$ 41 mil hoje.

A inflação do setor automotivo, contudo, atingiu patamares mais altos nos últimos anos. Além de os automóveis terem evoluído para atender a normas mais severas de segurança e controle de emissões, a crise econômica e a pandemia fizeram as empresas apostar em veículos mais rentáveis. Neste cenário, compactos de maior volume de vendas, mas pouco lucrativos, foram deixados de lado.

Investimentos anunciados por montadoras

O efeito colateral da estratégia é a ociosidade das linhas de montagem. O parque fabril tem capacidade para produzir cerca de 4,5 milhões de carros por ano. Foram fabricadas 2,37 milhões de unidades em 2022, número que inclui carros de passeio, veículos comerciais leves, ônibus e caminhões.

Para as marcas que não oferecem modelos de baixo custo e nem pretendem simplificar seus carros, a expectativa é convencer o governo de que o mais importante é criar formas de reduzir os preços dos automóveis já existentes, mexendo na tributação e retirando o mínimo possível de equipamentos.

"O carro depenado, sem conteúdo, não vai de encontro ao que o brasileiro quer", afirma à Folha Santiago Chamorro, presidente da GM América do Sul. A montadora reposicionou seus produtos nos últimos anos, incluindo mais itens de tecnologia e segurança até no compacto Onix (a partir de R$ 84,4 mil).

"Na nossa opinião, ao contrário de fazer investimentos para criar um veículo popular com condições que o cliente não quer, devemos dar para esse consumidor a possibilidade de, dentro do portfólio existente, ter um veículo com melhores condições de acesso."

Essa ideia deverá constar no plano do governo, que não vai se limitar a modelos de entrada. Dessa forma, haverá redução de preços e financiamento de longo prazo, mas sem a obrigação de atingir um valor abaixo de R$ 60 mil para se ter acesso a benefícios tributários.

Nesse caso, um dos critérios usados poderá ser a eficiência energética, que vai beneficiar modelos menos poluentes.

Um dos sinais desse processo é a exclusão da expressão "carro popular" das declarações públicas de representantes do governo e das montadoras.

Outro sinal: a Volkswagen adiou a implementação do sistema de layoff (suspensão temporária dos contratos de trabalho) para 800 funcionários na fábrica de Taubaté (interior de São Paulo), antes prevista para começar em junho.

Essa unidade produz o Polo Track (R$ 81.370), modelo que substituiu o Gol como carro de entrada da marca alemã no Brasil. Com a desistência, o veículo continuará sendo produzido em dois turnos, o que indica vontade de aumentar o estoque.

Contudo um dos pontos defendidos pelo governo no início das negociações deve ser alterado: a vinculação de benefícios a carros movidos 100% a etanol.

Além de se preocupar com a aceitação do mercado, as montadoras afirmam que os carros flex já podem rodar apenas com álcool. Qualquer outra mudança exigiria novos investimentos, que não estão nos planos das empresas.

Volkswagen Polo Track, o substituto do Gol

Parte do que foi gasto nos últimos anos com a evolução dos modelos ainda está sendo amortizada no país, e as fabricantes não pretendem dedicar um ciclo exclusivo de aportes para produzir carros considerados menos rentáveis. Por serem multinacionais, as empresas do setor estão focadas no processo global de eletrificação.

Mas é possível que o pacote a ser apresentado pelo governo inclua estímulos à produção local de carros híbridos e elétricos, algo que interessa às montadoras.

Em abril, a Toyota anunciou um investimento de R$ 1,7 bilhão para produzir um novo SUV compacto no Brasil, que será movido a gasolina, etanol e eletricidade.

Todo esse pacote, entretanto, esbarra no problema da renda média do brasileiro, que foi ainda mais achatada devido à junção de crise econômica com pandemia. A tempestade perfeita é complementada pelo patamar atual da taxa básica de juros e por um persistente aumento da inadimplência.

Segundo a Anef (Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras), os atrasos de pagamentos com mais de 90 dias chegaram a 5,9%, dos contratos, o que representa um aumento de 1,5% em relação a 2021.

Esse é o desafio do setor financeiro: oferecer taxas atraentes para pessoas físicas sem que isso implique em riscos de crédito. Umas das ideias para contornar o problema é a utilização do FGTS como garantia.

Dessa forma, o dinheiro não seria usado efetivamente para a compra do carro, mas poderia ser acessado pelos bancos em caso de inadimplência. O tema segue em discussão, e não se sabe se fará parte do pacote de incentivos.

Todas as medidas buscam estimular as vendas no varejo, mas é provável que os carros mais simples acabem em frotas de aluguel de carros. Esses modelos seriam demandados, por exemplo, pelos motoristas de aplicativo que aderem aos programas de assinatura de longo prazo.

Foram emplacadas 160,7 mil unidades no último mês, e as locadoras foram os principais clientes. As empresas do setor compraram 47 mil veículos em maio..

.https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/05/governo-vai-anunciar-volta-dos-carros-populares-e-plano-de-incentivo-a-industria.shtml

Gastos de Michelle eram pagos com dinheiro de fornecedor de estatal, diz PF

 

Aguirre Talento

 
Amanda Rossi e Pedro Canário

Colunista do UOL e do UOL, em São Paulo

13/05/2023 13h21

Uma empresa com contratos públicos na gestão de Jair Bolsonaro é a origem de uma série de transferências feitas a um militar da Ajudância de Ordens da Presidência da República, que fez saques em dinheiro vivo e, com ele, pagou despesas de um cartão de crédito usado por Michelle Bolsonaro em pelo menos três ocasiões, segundo a Polícia Federal. O militar, o segundo-sargento Luis Marcos dos Reis, também fez ao menos 12 depósitos em dinheiro em conta de uma tia da então primeira-dama.

Os pagamentos ocorreram pelo menos até julho de 2022, de acordo com dados obtidos pela Polícia Federal ao quebrar sigilos bancários de auxiliares do tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro (PL). Quando autorizou a quebra de sigilo de subordinados de Cid, ainda no ano passado, o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes afirmou que o caso tinha indícios de "desvio de dinheiro público" por meio dos militares do Planalto e de assessoras da então primeira-dama.

A defesa de Jair Bolsonaro e Michelle negou enfaticamente que recursos da Codevasf tenham bancado as despesas da ex-primeira-dama e negou irregularidades nas transações. "A dona Michelle não conhece esse ajudante de ordens [sargento Dos Reis] e desconhece que ele tenha feito pagamentos para ela", disse Fábio Wajngarten, advogado que chefiou a Secretaria de Comunicação na gestão Bolsonaro.

Segundo a PF, a Cedro do Líbano Comércio de Madeiras e Materiais para Construção, empresa com sede em Goiânia e contratos com o governo federal, é a origem de depósitos de pelo menos R$ 25.360 na conta bancária do sargento Dos Reis, que trabalhava sob as ordens de Mauro Cid, então ajudante de ordens de Bolsonaro, no Palácio do Planalto.

O principal contrato da Cedro do Líbano é com a Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba), estatal que já foi alvo de operações da PF mirando corrupção em contratos no Nordeste no ano passado.

Segundo a Polícia Federal, o dinheiro era depositado por Vanderlei Cardoso de Barros, pai de uma sócia da Cedro do Líbano, nas contas do sargento Dos Reis. Em ao menos uma ocasião, o dinheiro foi transferido de conta bancária da própria Cedro. Depois que o dinheiro caía na conta, o sargento sacava as notas em um caixa eletrônico. Segundo a PF, Dos Reis era responsável por fazer pagamentos a pessoas ligadas à então primeira-dama e para outros militares da Ajudância de Ordens da Presidência da República.

Vanderlei Cardoso de Barros, o autor das transferências para o sargento Dos Reis, foi encontrado pelo UOL na manhã deste sábado. Ele disse que é amigo do militar e que o dinheiro foi um "empréstimo", mas que não sabia como o militar usaria o dinheiro (leia mais abaixo). Vanderlei disse que é marido de uma sócia da empresa, não pai.

A Polícia Federal afirma não ter encontrado justificativa para os pagamentos da Cedro do Líbano ao sargento Dos Reis, que trabalhava com Mauro Cid. Os dois estão presos preventivamente desde 3 de maio, por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal). São investigados em inquérito que apura se houve falsificação do certificado de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Pagamentos na conta de amiga de Michelle

Três depósitos do sargento Dos Reis foram para a conta de Rosimary Cardoso Cordeiro, uma amiga de Michelle Bolsonaro, à época lotada como assistente parlamentar no gabinete do senador Roberto Rocha (PTB-MA).

Segundo a PF, Rose emitiu um cartão de crédito usado por Michelle Bolsonaro e vinha recebendo, pelo menos até junho de 2021, depósitos em espécie — alguns deles fracionados, segundo a investigação — de integrantes da Ajudância de Ordens da Presidência da República.

O dinheiro era usado para pagar a fatura do cartão de crédito usado pela primeira-dama.

A existência de um cartão de crédito emitido por Rosimary e usado pela primeira-dama foi revelada em uma reportagem do portal Metrópoles em fevereiro de 2022. Na ocasião, a reportagem informou que contas de Michelle eram pagas por militares da Ajudância de Ordens da Presidência.

O cartão de crédito emitido pela amiga já era uma preocupação do próprio tenente-coronel Cid em 2020, como revelou o UOL neste sábado.

Em 25 de novembro de 2020, após ouvir o relato de Giselle da Silva, uma assessora de Michelle, sobre o uso do cartão, Mauro Cid afirma que a situação das despesas da primeira-dama poderia ser alvo de investigações por sua semelhança com um esquema de rachadinha, ou desvio de recursos públicos.

Mauro Cid também compara a situação com o caso do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do presidente que foi denunciado sob acusação de peculato pelo Ministério Público do Rio.

"Giselle, mas ainda não é o ideal isso, não, tá? O Cordeiro conversou com ela, tá, também. E ela ficou com a pulga atrás da orelha mesmo: tá, é? É. É a mesma coisa do Flávio. O problema não é quando! É como deputado, rachadinha, essas coisas."Mauro Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro, em áudio enviado a Giselle dos Santos Carneiro da Silva, em 25/11/2020, segundo transcrição da PF

"Se ela [Michelle] perguntar pra você ou falar alguma coisa ou comentar, é importante ressaltar com ela que é o comprovante que ela tem. É um comprovante de depósito, é comprovante de pagamento. Não é um comprovante dela pagando nem do presidente pagando. Entendeu? É um comprovante que alguém tá pagando. Tanto que a gente saca o dinheiro e dá pra ela pagar ou sei lá quem paga ali. Então não tem como comprovar que esse dinheiro efetivamente sai da conta do presidente. O Ministério Público, quando pegar isso aí, vai fazer a mesma coisa que fez com o Flávio, vai dizer que tem uma assessora de um senador aliado do presidente, que está dando rachadinha, tá dando a parte do dinheiro para Michelle".Novamente Cid para a assessora Giselle em áudio na mesma data, 25/11/2020, segundo a PF

Pagamentos mensais para a tia da primeira-dama

Além do sargento Dos Reis, que realizou 12 depósitos para Maria Helena Graces de Moraes Braga, tia de Michelle Bolsonaro, outros militares que trabalhavam sob as ordens do tenente-coronel Cid também realizavam pagamentos de valores idênticos com periodicidade regular.

  • 18 de abril de 2022: o sargento Dos Reis deposita R$ 2.840 na conta de Maria Helena, a tia;
  • 17 de maio de 2022: o segundo sargento Luiz Antônio Gonçalves de Oliveira depositou R$ 2.840 na conta de Maria Helena;
  • 15 de junho de 2022: Maria Helena recebe mais R$ 2.840, depositados de um terminal de autoatendimento do BB na praça dos Três Poderes, sem que a PF tenha conseguido identificar até o momento quem foi o portador do dinheiro;
  • 18 de julho de 2022: o sargento Dos Reis deposita mais R$ 2.840 na conta de Maria Helena. Há uma peculiaridade nesta transação porque oficialmente Reis havia deixado de trabalhar na Ajudância de Ordens da Presidência no mês anterior.

Segundo a PF, outro militar da Ajudância de Ordens, o também segundo-sargento Murilo José Geromini Zilotti, também participou dos pagamentos. Na investigação, a PF concluiu que Zilotti foi "responsável por vários depósitos para Maria Helena e Rosimary por determinação da primeira-dama".

Os contratos da Cedro do Líbano com o governo

Ao autorizar quebras de sigilo bancário dos investigados em outubro de 2022, o ministro do STF Alexandre de Moraes considerou que os elementos colhidos pela PF "revelam indícios de desvio de dinheiro público, por meio da Ajudância de Ordens da Presidência da República, direcionando os valores para pessoas indicadas por Giselle dos Santos Carneiro da Silva e Cintia Borba Nogueira Cortes, assessoras da primeira-dama Michelle Bolsonaro".

O caminho do dinheiro começava numa empresa com contratos com o governo. Em 1º de junho de 2022, a Cedro do Líbano recebeu R$ 188 mil pela venda de quatro plantadeiras e adubadeiras mecanizadas para a Codevasf. A empresa, de venda de madeira e material de construção, não tem entre suas atividades declaradas à Receita Federal comércio de equipamentos agrícolas. Também não há máquinas à venda no site da companhia.

Madereira Cedro do Líbano vendeu quatro plantadeiras para Codevasf por R$ 47 mil cada - Reprodução/UOL - Reprodução/UOL
Madereira Cedro do Líbano vendeu quatro plantadeiras para Codevasf por R$ 47 mil cada Imagem: Reprodução/UOL

O pagamento foi liberado — mas não efetuado — no dia 18 de abril de 2022. Em 27 de maio, o pai da proprietária da Cedro do Líbano depositou R$ 15 mil para o sargento Dos Reis — que, minutos depois, fez o saque em dinheiro de R$ 12.700. Em 1º de junho, a empresa recebeu efetivamente o pagamento de R$ 188 mil da Codevasf.

A compra do maquinário teve origem em uma emenda da bancada parlamentar do Amapá.

Os contratos com outros órgãos federais foram de menor monta. Em 10 de janeiro de 2022, a Cedro do Líbano recebeu R$ 75.200 da Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo). O contrato previa a entrega de uma colhedora de forragem. O dinheiro foi empenhado em 6 de janeiro de 2021.

Outro lado

A defesa do ex-presidente e da ex-primeira-dama refutou as conclusões de que recursos de um fornecedor da Codevasf tenham sido usados para pagar gastos de Michelle Bolsonaro e negou irregularidades nas transações.

"A dona Michelle não conhece esse ajudante de ordens e desconhece que ele tenha feito pagamentos para ela. Contas pequenas, fornecedores informais, necessidades privadas e pequenas compras, o Cid pegava o cartão da conta privada do presidente, sacava e fazia os pagamentos. Ele fazia isso para resguardar a privacidade do tomador de serviço e não expor a intimidade da dona Michelle e filhos. A dona Michelle rechaça qualquer pagamento e qualquer relação dele. A tia da dona Michelle cuidava da Laura e ela repassava pagamentos por conta de ser a babá da Laura", afirmou o ex-secretário de Comunicação e advogado Fábio Wajngarten.

"Não há em nenhum momento confusão de conta: o que é privado é privado, o que é público é público. Os valores saíam exclusivamente da conta do presidente", afirmou.

Em nota publicada em rede social neste sábado sobre o caso, Wajngarten também afirmou que "não há nada de ilegal" nas transações em dinheiro vivo envolvendo as despesas de Michelle."Conforme já amplamente explicado, os pagamentos de fornecedores informais, pequenos prestadores de serviços, eram feitos em dinheiro a fim de proteger dados do presidente. Muitos sequer sabiam que o contratante/tomador dos serviços era a primeira-dama", disse.

Procurado pelo UOL, Vanderlei Cardoso de Barros primeiro disse não se lembrar das transferências a Dos Reis. Depois, disse que o sargento é amigo dele e pediu dinheiro emprestado. As transferências são esse empréstimo, segundo Vanderlei. Ele disse que não conhece o ex-presidente Jair Bolsonaro nem a ex-primeira-dama Michelle e que Dos Reis não explicou para o que usaria o dinheiro. "Ele me perguntou se eu tinha dinheiro para emprestar, eu disse que tinha e emprestei. Mas foi pouco dinheiro", disse.

Sobre a Cedro do Líbano, Vanderlei disse que a empresa é de sua esposa, também citada nas investigações da PF. Mas ele garantiu que a companhia está, sim, cadastrada na Receita como vendedora de máquinas agrícolas. "A empresa participa de licitações, então precisa estar sempre toda certinha, regularizada", disse.

UOL não conseguiu localizar o segundo-sargento Luis Marcos dos Reis, que recebia as transferências da cedro e realizou três depósitos para a conta da Rosimary Cardoso Cordeiro, que cedeu um cartão de crédito para a primeira-dama, e 12 depósitos para Maria Helena Graces de Moraes Braga, tia de Michelle Bolsonaro.

O advogado de Mauro Cid, Bernardo Fenelon, afirmou que "a defesa técnica, por respeito ao Supremo Tribunal Federal, se manifestará apenas nos autos do processo". A assessoria de Michelle Bolsonaro não respondeu aos contatos feitos pelo UOL na manhã deste sábado.

UOL também não conseguiu contato das assessoras Giselle dos Santos Carneiro da Silva e Cintia Borba Nogueira Cortes, que foram citadas na decisão do ministro Alexandre de Moraes como responsáveis por indicar quem deveria receber o dinheiro depositado pelos auxiliares de Mauro Cid.   

https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2023/05/13/militar-recebia-de-empresa-sacava-e-pagava-contas-de-michelle-diz-pf.htm

Villa - Ministro Márcio França: "Pelos portos entram 93% do nosso comércio de importação e exportação."

 


13/05/23 - QUANTO COISA ESTÁ ACONTECENDO NO BRASIL. Bolsonaro resolveu virar alguém civilizado e busca justiça? Lula que se cuide... Michelle e a rachadinha exposta. Cid engole diamantes? Tores e a Rádio Papuda 24 hs no ar.

 


Profeta Mauro Cid avisou que mutreta de Michelle Bolsonaro seria descoberta

 

Leonardo Sakamoto - 

Colunista do UOL

13/05/2023 08h34

Uma das funções mais importantes de ajudantes próximos a reis e rainhas, ditadores e presidentes é ter a liberdade de poder avisar que "vai dar merda". Ao pé do ouvido, aconselham, ao longo da História, que determinadas atitudes equivocadas terão consequências imprevisíveis ou nefastas para os chefes.

Para os líderes inteligentes, é uma espécie de consciência externa muito útil considerando a quantidade de puxa-sacos que apenas dizem amém aos que os rodeiam.

Foi, portanto, louvável o esforço do faz-tudo de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, que tentou alertar a primeira-dama, Michelle, e suas assessoras do problema que representava ela pagar suas contas com dinheiro vivo. Pior: usar o cartão de crédito de uma amiga, a assessora parlamentar do Senado Rosimary Cordeiro, para esconder seus próprios gastos.

Diálogos revelados com base na análise do celular de Cid, apreendida pela Polícia Federal no momento de sua prisão pelo caso da fraude nos registros de vacinação, mostram que ele tentou com jeitinho o "vai dar merda". As transcrições estão em reportagem de Aguirre Talento, no UOL, neste sábado (13).

Em áudio a uma das assessoras da então primeira-dama, Cid é bem claro: "O Ministério Público, quando pegar isso aí, vai fazer a mesma coisa que fez com o Flávio [Bolsonaro], vai dizer que tem uma assessora de um senador aliado do presidente, que está dando rachadinha, tá dando a parte do dinheiro para Michelle". Rachadinha é o apelido engraçadinho de desvio criminoso de salários de servidores públicos.

E de forma premonitória avisou: "E isso sem contar a imprensa, que quando a imprensa cair de pau em cima, vai vender essa narrativa. Pode ser que nunca aconteça? Pode. Mas pode ser que amanhã, um mês, um ano ou quando ele terminar o mandato dele, isso venha à tona".

De acordo com relatório da PF, isso revela uma "dinâmica sobre os depósitos em dinheiro para as contas de terceiros e a orientação de não deixar registros e impossibilidades de transferências".

Não é novidade que Mauro Cid fazia pagamentos na boca do caixa em dinheiro vivo em nome da família Bolsonaro. A imprensa vem denunciando essa situação usada por grupos que querem esconder irregularidades. Os áudios, no entanto, vêm reforçar que tem caroço nesse angu.

Enquanto empresas e sociedade usam e abusam de transferências bancárias e do PIX, não tendo receio de que suas movimentações estejam registradas para a fiscalização, Bolsonaro e família tentavam encobrir os rastros. Os áudios agora revelados reforçam o que parece ser um nojo de PIX por parte da família. Em uma conversa entre assessoras: "Perguntei para ela se ela [Michelle] queria transferir PIX, né? Daí, ela falou: não, vamos fazer agora tudo depósito, que, aí pede pro Vanderlei fazer o depósito, a gente consegue o dinheiro e faz o depósito".

Investigação da Polícia Federal que busca descobrir se despesas pessoais de Jair Bolsonaro e da primeira-dama foram pagas com dinheiro do público sugere que o presidente pode ter atualizado o desvio de salários de servidores de gabinetes em algo mais chique: o uso de dinheiro da Presidência da República.

E que as funções de saque e depósito de Fabrício Queiroz, antigo faz-tudo da família da época em que o presidente era deputado federal, ficaram a cargo de alguém mais graduado, o tenente-coronel Mauro Cid, seu ajudante de ordens.

De acordo com reportagem de Fábio Serapião e Camila Mattoso, da Folha de S.Paulo, de setembro do ano passado, a realização de depósitos fracionados e saques em espécie chamou a atenção da PF, que desconfiava da tentativa de ocultação da procedência do dinheiro.

Um dos exemplos citados é o pagamento fracionado a uma tia de Michelle Bolsonaro que cuidava da filha do casal quando a primeira-dama possui compromissos. As informações surgiram de uma quebra anterior de sigilo de Cid, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. O militar era inicialmente investigado sobre o vazamento de um inquérito sigiloso sobre um ataque hacker ao TSE. Sim, ele está envolvido em várias indícios de falcatruas.

A assessoria da Presidência disse, na época, que as transações não tinham origem em dinheiro público, que o então presidente nunca sacou grana do cartão corporativo e que os saques foram feitos a partir de sua conta por questão de segurança. Mas a melhor parte de toda essa barafunda é a justificativa dada pela assessoria do governo, de que Cid não usava transferência bancária, preferindo sacar e depositar, para que o nome do presidente não aparecesse no extrato de outras pessoas.

O que, como escrevi acima, é exatamente o oposto do que fazem os cidadãos honestos, que veem no registro bancário uma prova de que a origem e o destino do dinheiro que movimentaram estavam dentro da lei.

Vale lembrar que Juliana Dal Piva e Thiago Herdy, do UOL, mostraram em uma investigação de sete meses e milhares de documentos, que 51 imóveis do clã foram adquiridos total ou parcialmente com dinheiro vivo - recursos que podem ter surgido das "rachadinhas", como ficaram conhecidos os desvios de salários dos servidores.

Todos os escândalos financeiros do clã Bolsonaro convergem sempre para este ponto: o uso de dinheiro vivo para tentar ficar abaixo do radar dos mecanismos de controle de transações financeiras, sugerindo que os recursos envolvidos são ilícitos ou que o processo envolve algum tipo de lavagem de dinheiro público.

O que admira é a transposição, praticamente sem adaptação, do comportamento identificado nos gabinetes da família de Jair para o espaço da Presidência da República. Realmente, o Palácio do Planalto foi, durante quatro anos, um puxadinho do condomínio Vivendas da Barra. Com rachadinha, com milícia, com tudo.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL 

https://noticias.uol.com.br/colunas/leonardo-sakamoto/2023/05/13/profeta-mauro-cid-avisou-que-mutreta-de-michelle-bolsonaro-seria-descoberta.htm

Bolsonaro trocava de celular a 'cada 3 meses' e não tinha nuvem

 

Carla Araújo - 

Do UOL, em Brasília

12/05/2023 17h36
Atualizada em 12/05/2023 18h12

apreensão do celular do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela Polícia Federal, no último dia 3, tem sido minimizada por auxiliares e ex-assessores do ex-presidente.

Em conversa com a coluna, um ex-assessor bem próximo de Bolsonaro afirmou que o ex-presidente trocava seu aparelho aproximadamente a cada três meses e nunca utilizava serviço de nuvem — para backup de informações e imagens, por exemplo.

A informação da troca constante de celular por parte de Bolsonaro foi confirmada à coluna por três interlocutores do ex-presidente, incluindo um ex-ministro.

Logo no início de seu mandato, Bolsonaro rejeitou o uso de um celular com sistema de segurança da Abin.

 O ex-presidente era influenciado por parte de auxiliares — do chamado gabinete do ódio — a não confiar na agência de inteligência.

Além de trocar o aparelho e o número, Bolsonaro tinha costume de usar o WhatsApp em um instrumento de comunicação presidencial. 

O aplicativo só podia ser acessado pelo presidente de um aparelho celular comum, já que não seria possível fazê-lo do telefone criptografado fornecido pela Abin. 

https://noticias.uol.com.br/colunas/carla-araujo/2023/05/12/bolsonaro-trocava-de-celular-a-cada-3-meses-e-nao-tinha-nuvem-diz-auxiliar.htm

VÍDEO: Glauber Braga detona Dallagnol com 8 perguntas em 6 minutos; veja


Questionamentos tratam de negócios de família, compra de imóvel do Minha Casa Minha Vida, desapropriações, diárias, auxílio-moradia ilegal e muito mais  

Glauber Braga denuncia ilegalidades de Deltan Dallagnol: 'lojas em nome de terceiros e especulação imobiliária'

Em entrevista à TV 247, o deputado afirmou que o ex-procurador da Lava Jato tem imóvel com valor superior aos declarados a órgãos competentes

Glauber Braga (à esq.) e Deltan Dallagnol
Glauber Braga (à esq.) e Deltan Dallagnol (Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados | Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)

247 - O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) defendeu em entrevista à TV 247 uma investigação do patrimônio do deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR). "Dois imóveis de mais de R$ 1 milhão", disse o parlamentar. Segundo o congressista do PSOL, algumas denúncias apontaram que Dallagnol "teria negociado e comprado em nome de familiares quatro lojas em shopping diferentes no Paraná colocadas em nome de terceiros". 

O deputado citou a Petrobrás. "Tentativa bilionária de desvio: fazer com que recursos bilionários da Petrobrás sob a justificativa de ser um fundo de enfrentamento à corrupção e que seria de uma organização de natureza privada. Dallagnol manejaria (o dinheiro)", continuou. 

"Tinha imóveis milionários e recebia auxílio-moradia. Objeto de questionamento público. Comprou imóveis do Minha Casa Minha Vida, que tem subsídios de natureza federal. Dois imóveis comprados por valores subsidiados, um deles vendido depois por valor superior. Fez especulação imobiliária", complementou. 

Vaza Jato

A partir de 2019 começaram a ser divulgadas conversas entre membros do Judiciário paranaense no contexto da Lava Jato. A publicação dos diálogos ficou conhecida como Vaza Jato. 

Segundo as trocas de mensagens, o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) agia como uma espécie de assistente de acusação quando era juiz da Lava Jato, ao interferir na elaboração das denúncias feitas por promotores do Ministério Público Federal (MPF-PR).

Em março de 2022, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) condenou Dallagnol a indenizar o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva em R$ 75 mil por causa da apresentação do PowerPoint em 2016.

https://www.brasil247.com/regionais/sudeste/glauber-braga-denuncia-ilegalidades-de-deltan-dallagnol-lojas-em-nome-de-terceiros-e-especulacao-imobiliaria

Gastos suspeitos de Michelle Bolsonaro eram pagos em dinheiro vivo, indicam mensagens

 Duas assessoras da ex-primeira-dama conversaram entre si e com o tenente-coronel manifestando preocupação sobre irregularidades no pagamento de gastos

13 de maio de 2023, 07:14 h

Da esq. para a dir.: Mauro Cid, Jair e Michelle Bolsonaro
Da esq. para a dir.: Mauro Cid, Jair e Michelle Bolsonaro (Foto: REUTERS/Adriano Machado | Alan Santos/PR)

247 - Diálogos entre o então ajudante de ordens do Palácio do Planalto, o tenente-coronel Mauro Cid, e assessoras do governo Jair Bolsonaro apontaram a existência de uma orientação para o pagamento em dinheiro vivo de gastos da ex-primeira dama Michelle Bolsonaro. A Polícia Federal interceptou as conversas por meio da quebra de sigilo das comunicações de Mauro Cid, preso no dia 3 de maio por suspeitas de fraudar certificados de vacina da Covid-19.

De acordo com informações publicadas neste sábado (13) pela coluna de Aguirre Talento, no portal Uol, duas assessoras da primeira-dama, Cintia Borba Nogueira e Giselle dos Santos Carneiro da Silva, conversaram entre si e com Mauro Cid manifestando preocupação sobre irregularidades no pagamento de despesas de Michelle.

Mauro Cid foi preso no começo do mês (maio/2023) no âmbito das investigações do Vacinagate, sobre falsificação de cartões de vacinação. Também há suspeita sobre ilegalidades de Daniel Cid, que é irmão do tenente, comprou uma mansão de R$ 8 milhões nos Estados Unidos e teve negócio em paraíso fiscal.

Veja o relato de Cintia Borba Nogueira em áudio enviado a Giselle Carneiro (30/10/2020): "Giselle, bom dia! É, é esse, esse pagamento, o coronel tinha passado para a gente, mas eu acho que esse banco digital a gente não consegue fazer pagamento. E transferência nós não podemos fazer. Então vê o que que nós podemos fazer. Se entregamos o dinheiro para vocês. Ou se você tem alguma outra conta, Banco do Brasil, alguma coisa que a gente possa fazer o depósito, tá bom Giselle? Bom dia aí, obrigado".

Giselle conversou com Mauro Cid. "Coronel, bom dia. Ontem eu conversei com a senhora Adriana para saber se ela tinha falado com a dona Michelle né. Ela falou que conversou. Explicou, falou todos os problemas, preocupações, né. (...). Mas então o resultado foi que a dona Michelle ficou pensativa. Segundo a dona Adriana, ficou pensativa, mas que vai continuar com o cartão. E ela falou que tem, tem os comprovantes assim, né? Que esse cartão já era bem antes do presidente ser eleito. Mas de qualquer maneira, a dona Adriana falou que ela ficou pensativa, né? Ontem mesmo já fizemos uma compra, mas foi em outro cartão. Então eu estou vendo que realmente tá sendo de pouco uso o da Caixa. Mas por enquanto é isso. Obrigada, tchau".

O coronel afirmou que a situação das despesas da primeira-dama poderia ser alvo de investigações. "Giselle, mas ainda não é o ideal isso não tá? O Cordeiro conversou com ela, tá, também. E ela ficou com a pulga atrás da orelha mesmo: tá, é? É. É a mesma coisa do Flávio. O problema não é quando! É como deputado, rachadinha, essas coisas", disse Mauro Cid em áudio enviado a Giselle (25/11/2020).

"Se ela perguntar pra você ou falar alguma coisa ou comentar, é importante ressaltar com ela que é o comprovante que ela tem. É um comprovante de depósito, é comprovante de pagamento. Não é um comprovante dela pagando nem do presidente pagando. Entendeu? É um comprovante que alguém tá pagando. Tanto que a gente saca o dinheiro e dá pra ela pagar ou sei lá quem paga ali. Então não tem como comprovar que esse dinheiro efetivamente sai da conta do presidente. O Ministério Público, quando pegar isso aí, vai fazer a mesma coisa que fez com o Flávio, vai dizer que tem uma assessora de um senador aliado do presidente, que está dando rachadinha, tá dando a parte do dinheiro para Michelle", complementou o coronel. 

"E isso sem contar a imprensa que quando a imprensa caiu de pau em cima, vai vender essa narrativa. Pode ser que nunca aconteça, pode? Mas pode ser que amanhã, um mês, um ano ou quando ele terminar o mandato dele, isso venha à tona", continuou

Outro militar

Militar subordinado a Mauro Cid na Ajudância de Ordens, Osmar Crivelatti enviou um áudio a Giselle (8/11/2021). "Giselle, bom dia! É, é esse, esse pagamento, o coronel tinha passado para a gente, mas eu acho que esse banco digital a gente não consegue fazer pagamento. E transferência nós não podemos fazer. Então vê o que que nós podemos fazer. Se entregamos o dinheiro para vocês. Ou se você tem alguma outra conta, Banco do Brasil, alguma coisa que a gente possa fazer o depósito, tá bom Giselle? Bom dia aí, obrigado".

Giselle Carneiro enviou um áudio enviado a Cíntia, assessora do Planalto, e a uma pessoa de nome Vanderlei (30/11/2021). "Boa noite, Vand e Cintía. PD (Primeira-dama) falou, eu perguntei para ela se ela queria transferir Pix, né? Tanto para Bia. Daí, ela falou: não, vamos fazer agora tudo depósito, que, aí pede pro Vanderlei fazer o depósito, a gente consegue o dinheiro e faz o depósito. Só que ela não falou como conseguiu o dinheiro, se o dinheiro está com ela, se a gente pega na AJO. Não falou, tá? Ela falou que assim não fica registrado nada, vamos fazer depósito. Então a gente tem que começar a ter esse hábito do depósito, então né?".

O advogado de Mauro Cid, Bernardo Fenelon, afirmou que "a defesa técnica, por respeito ao Supremo Tribunal Federal, se manifestará apenas nos autos do processo". A defesa de Jair Bolsonaro disse que não comentaria o assunto. 

https://www.brasil247.com/brasil/gastos-suspeitos-de-michelle-bolsonaro-eram-pagos-em-dinheiro-vivo-indicam-mensagens

PF investiga conversas de Mauro Cid com o pai, general da reserva


O conteúdo do celular de Mauro Cid, que está preso, foi obtido por meio de uma quebra de sigilo determinada pelo STF

13 de maio de 2023, 06:34 

Mauro Cid
Mauro Cid (Foto: Isac Nóbrega/PR)

247 - A Polícia Federal (PF) está analisando as conversas que o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, tinha com seu pai, o general da reserva Mauro Cesar Cid. 

De acordo com o jornal Metrópoles, o conteúdo do celular de Mauro Cid, preso na semana passada, foi obtido por meio de uma quebra de sigilo determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Investigadores afirmaram que há conversas suspeitas de Cid com o general, mas é preciso separar o que diz respeito à intimidade entre pai e filho e o que pode se tratar de articulação política contra a ordem democrática.

Mauro Cid foi preso no começo do mês (maio/2023) no âmbito das investigações do Vacinagate, sobre falsificação de cartões de vacinação. Daniel Cid comprou uma mansão em uma região vinícola da Califórnia, nos Estados Unidos.  

https://www.brasil247.com/regionais/brasilia/pf-investiga-conversas-de-mauro-cid-com-o-pai-general-da-reserva


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