Preço do café despenca em Nova York após Trump ampliar isenções tarifárias



Preço do café despenca em Nova York após Trump ampliar isenções tarifárias

Brasil exerce influência direta na formação dos preços internacionais do café
21/11/2025 | 16h30 

Os contratos futuros de café registraram forte queda nesta sexta-feira (21), atingindo o menor nível em quase dois meses na Bolsa de Nova York. O movimento ocorreu após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar a ampliação das isenções tarifárias para uma série de produtos alimentícios brasileiros — entre eles, o café.

A decisão reduz o risco de desabastecimento no mercado americano, hoje o maior consumidor global da bebida e altamente dependente do Brasil para garantir oferta contínua.

A medida suspende a tarifa adicional de 40% aplicada desde agosto a dezenas de itens agrícolas brasileiros. Na semana anterior, os EUA já haviam retirado uma taxa menor, de 10%, implementada em abril. A sobretaxa mais alta, criada como resposta ao processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, ainda permanecia ativa e vinha travando o fluxo comercial, aumentando custos e gerando preocupação em toda a cadeia produtiva.

Café Arábica recua após bater recordes

O arábica — base de cafés especiais e responsável por grande parte das exportações brasileiras — chegou a renovar máximas históricas no mês passado. O salto nos preços refletia justamente as barreiras para entrada do produto nos Estados Unidos, cenário que deixava exportadores e torrefadores receosos de firmar novos contratos.

Como maior produtor mundial de arábica e fornecedor relevante de robusta (usado no café solúvel), o Brasil exerce influência direta na formação dos preços internacionais. Assim, qualquer mudança tarifária nos EUA tende a se refletir rapidamente nas cotações globais.

Mercados reagem com forte volatilidade

Com o anúncio das novas isenções, o mercado reagiu de imediato. Em Nova York, o arábica chegou a despencar 6,6% antes de recuperar parte das perdas. Em Londres, o robusta caiu até 8%.

Por volta das 13h12, o arábica era negociado a US$ 3,61 por libra-peso — queda de 3,80% no dia.

Em nota enviada ao mercado, a trading I & M Smith Ltd. afirmou que a retirada das tarifas deve liberar quantidade expressiva de café brasileiro para os EUA. Segundo a empresa, embora o alívio reduza a pressão imediata sobre a oferta, ele também “cria um novo cenário de incerteza”, já que importadores americanos terão de ajustar suas estratégias enquanto exportadores brasileiros retomam sua participação plena no maior mercado consumidor do mundo.

https://iclnoticias.com.br/economia/cafe-despenca-nova-york/

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