Câmara dos EUA libera abertura dos arquivos de Epstein e enfraquece Trump

 


Câmara dos EUA libera abertura dos arquivos de Epstein e enfraquece Trump

 Atualizado em 18 de novembro de 2025 às 17:45  

A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos aprovou por ampla margem a abertura integral dos arquivos do caso Jeffrey Epstein, destravando um impasse que se arrastava havia quase um ano. A proposta segue agora para o Senado, onde há expectativa de aprovação, antes de chegar à mesa do presidente Donald Trump.

A votação marcou uma derrota política para o próprio Trump, que vinha resistindo à divulgação dos documentos apesar de ter prometido transparência durante a campanha. A mudança de posição do presidente ocorreu no fim de semana, depois que ele falhou em convencer republicanos a rejeitarem a medida. 

A reviravolta veio quando Trump passou a defender a liberação dos arquivos, afirmando que “não temos nada a esconder”. A resolução foi aprovada com 427 votos a favor e apenas 1 contra, além de 5 abstenções. Entre os republicanos, 216 votaram favoravelmente; o único voto contrário foi do deputado Clay Higgins, da Louisiana.

Os documentos reúnem todas as evidências produzidas nas investigações sobre Epstein, empresário dos EUA com ampla rede de relações que incluía políticos, celebridades e figuras de alto escalão. Epstein foi acusado de abusar de mais de 250 menores de idade e de comandar um esquema internacional de exploração sexual. 

Ele foi preso em julho de 2019 e, segundo o governo dos EUA, tirou a própria vida na prisão cerca de um mês depois. Durante a campanha presidencial, Trump defendia abertamente a divulgação dos arquivos, alegando que poderiam comprometer figuras do Partido Democrata. 

Já no cargo, passou a criticar a iniciativa e atacou parlamentares republicanos que insistiam no tema, chamando-os de “fracos e tolos”. A guinada aconteceu poucos dias depois, quando afirmou que era hora de “seguir em frente dessa farsa dos democratas” e declarou que “ninguém se importava com Jeffrey Epstein quando ele estava vivo”.

Antes da votação, o governo liberou parcialmente alguns documentos para congressistas. Entre eles, e-mails enviados por Epstein nos quais o empresário afirma que Trump “sabia sobre as meninas” e que teria passado horas em sua casa na companhia de uma vítima de abuso. Em outra mensagem, Epstein escreve que “o cachorro que não latiu é Trump” e menciona a presença do então empresário em sua residência com uma vítima que não foi identificada.

Os trechos levantaram novas dúvidas sobre a relação entre Trump e Epstein e ampliaram a pressão política sobre a Casa Branca. Democratas acusaram o governo de tentar limitar o acesso às provas. A Casa Branca respondeu dizendo que houve “vazamento seletivo” por parte dos parlamentares de oposição, com o objetivo de prejudicar o presidente. 

Em e-mails de 2011, Epstein orienta Ghislaine Maxwell, sua colaboradora e posteriormente condenada por facilitar seus crimes, sobre como responder a questionamentos da imprensa. Ele também discute como administrar perguntas sobre sua relação com Trump, que na época começava a ganhar projeção política. 

Guilherme Arandas, 27 anos, atua como redator no DCM desde 2023. É bacharel em Jornalismo e está cursando pós-graduação em Jornalismo Contemporâneo e Digital. Grande entusiasta de cultura pop, tem uma gata chamada Lilly e frequentemente está estressado pelo Corinthians. 
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