"Tarcísio agiu contra interesses nacionais para proteger a Faria Lima"
BLINDAGEM DOS RICAÇOS
Haddad: "Tarcísio agiu contra interesses nacionais para proteger a Faria Lima"
Após derrubada da MP para taxar bilionários, Haddad lembrou do calote de Bolsonaro no estado de São Paulo, que foi pago a Tarcísio pelo governo Lula, e falou das "forças políticas que protegem privilégios da Faria Lima".
Por Letícia Cotta
Escrito POLÍTICA 9/10/2025
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na manhã desta quinta-feira (9) que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), agiu contra os interesses do país para "proteger a Faria Lima" ao pressionar deputados pela derrubada da Medida Provisória (MP) 1303/2025, que propunha taxação de bancos, bets e bilionários e "caducou" após ser retirada de pauta na sessão da Câmara na noite anterior.
“São Paulo nunca teve um tratamento como teve por parte desse governo. E a orientação do presidente Lula sempre foi jamais discriminar o governador pela sua bandeira partidária. O mesmo com a notícia de que o governador do estado agiu, na minha opinião, em detrimento dos interesses nacionais para proteger a Faria Lima”, disse Haddad aos jornalistas nesta manhã.
Com isso, Haddad mostra que o governo federal não discrimina o estado por razões partidárias, mas que o próprio governador estaria politizando a relação com Brasília para se projetar como candidato presidencial em 2026, tendo em vista os baixos votos puxados contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que deve concorrer no ano que vem.
“Movimentação de forças políticas para proteger privilégios”
O ministro reforçou que há “uma movimentação de forças políticas no país em torno da proteção de privilégios”, especialmente de setores ligados ao mercado financeiro e ao rentismo. “Nós sabemos da movimentação de forças políticas no país em torno da proteção de privilégios, sobretudo lá do pessoal da Faria Lima”, afirmou.
A tensão fiscal usada na disputa política
As declarações de Haddad ocorrem em meio a uma disputa crescente entre o governo federal e parlamentares do Centrão e da direita no Congresso Nacional, que tentam jogar a narrativa de “bomba fiscal” ao Planalto, bem como com governadores que tentam buscar o apoio perdido de bolsonaristas na tentativa de concorrer como presidenciáveis.
Tarcísio foi colocado como o candidato da terceira via e, agora, tem se colocado como porta-voz do mercado financeiro e das elites empresariais paulistas, criticando publicamente medidas como a taxação de super-ricos, a MP do IOF e o fim de isenções a fundos exclusivos — todas bandeiras defendidas por Haddad como parte da política de justiça tributária.
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