TRAMA GOLPISTA 

Por que o comandante do Exército vai visitar Braga Netto na prisão

Ex-ministro de Bolsonaro, general da reserva está preso desde 2024 por envolvimento no plano de golpe de Estado 

Por Ivan Longo

Escrito  POLÍTICA  20/1/2025 · 11:22 hs

O comandante do Exército Brasileiro, general Tomás Paiva, realizará uma visita ao general da reserva Walter Braga Netto, preso desde dezembro de 2024 em uma unidade militar no Rio de Janeiro.

Braga Netto está entre os 40 indiciados pela Polícia Federal (PF) por envolvimento na trama golpista que visava impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em janeiro de 2023. Sua prisão foi decretada sob a acusação de tentativa de interferência nas investigações sobre a tentativa de golpe. 

De acordo com a PF, Braga Netto chegou, inclusive, a incitar ataques contra Tomás Paiva no final de 2022, antes do general assumir o comando do Exército. 

Por que, então, Tomás Paiva estaria planejando visitar o general acusado de golpismo? Segundo interlocutores do Exército, a visita é protocolar e segue o hábito do comandante de inspecionar unidades militares onde há militares presos, não sendo, portanto, um gesto de solidariedade a Braga Netto.  

Nessas visitas, o comandante verifica as condições das instalações prisionais, o estado de saúde dos detidos e assegura que os militares encarcerados tenham pleno acesso a seus advogados. 

A data da visita de Tomás Paiva a Braga Netto ainda não foi divulgada.

Quanto tempo Braga Netto ficará preso? 

O ministro Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) que relata inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado, deve impor uma pena de, no mínimo, 20 anos de prisão ao ex-presidente Jair Bolsonaro, ao general Walter Braga Netto, que já está preso preventivamente, e outros indiciados pela trama golpista. 

Ainda em janeiro ou, no mais tardar, início de fevereiro, a Procuradoria-Geral da República (PGR) deve oferecer denúncia contra Bolsonaro e os demais envolvidos na tentativa de golpe. 

Caso o STF aceite a denúncia, os investigados se tornarão oficialmente réus e serão julgados pela corte. 

A avaliação de que Bolsonaro e outros envolvidos na trama golpista devem pegar ao menos 20 anos de cadeia é dos próprios advogados dos investigados. 

À jornalista Malu Gaspar, do jornal O Globo, os defensores afirmaram acreditar que Moraes imponha a "pena padrão" que vem sendo aplicada aos condenados pela tentativa de golpe, cujo ápice se deu em 8 de janeiro de 2023. 

“Pelos crimes imputados aos principais investigados e pelos julgamentos já realizados pelo STF, esta é a nossa régua. Não menos que 20 anos”, disse um dos advogados. 

“Se o povo que estava lá invadindo os prédios públicos no 8 de Janeiro pegou pena elevada, imagina quem teve protagonismo na trama golpista. É provável que quem for condenado agora pegue uma pena ainda mais elevada”, afirmou outro. 

Jair Bolsonaro é acusado, além de integrar organização criminosa, de ter cometido abolição violenta do Estado Democrático de Direito e tentativa golpe de Estado – crimes que somam 28 anos de prisão.  

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