Bolsonarista Allan dos Santos pode ser deportado dos EUA
Publicado por Diario do Centro do Mundo - Atualizado em 29 de janeiro de 2025 às 11:13
A recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de bloquear os perfis no X (antigo Twitter), Instagram e o canal do YouTube da Revista Timeline, criada pelos bolsonaristas Allan dos Santos e Luís Ernesto Lacombe, intensificou o debate sobre a situação legal de Allan nos Estados Unidos.
A expectativa entre os apoiadores do chamado “Gengivão” é de que, com Donald Trump na presidência dos EUA, possam ocorrer medidas que beneficiem figuras alinhadas ao bolsonarismo. No entanto, é importante notar que o governo Trump intensificou as políticas de deportação, especialmente contra imigrantes em situação irregular. Allan se enquadra nessa categoria, o que poderia torná-lo suscetível a ações de deportação, independentemente de suas alegações de perseguição política.
O influenciador está em território americano desde 2020, com seu visto expirado, e enfrenta investigações no Brasil relacionadas ao inquérito das fake news, sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes. Em 2021, foi emitida uma ordem de prisão preventiva contra ele, que é acusado de envolvimento em ataques antidemocráticos, participação em organização criminosa e lavagem de dinheiro.
O governo brasileiro solicitou aos EUA a extradição de Allan dos Santos para que ele cumpra a ordem de prisão preventiva. Contudo, até o momento, essa medida não foi efetivada. As legislações de extradição de ambos os países preveem que crimes políticos ou de opinião não podem ser motivos para extradição. Allan dos Santos alega ser um perseguido político pelo ministro Alexandre de Moraes, argumento que tem sido considerado pelas autoridades americanas ao avaliar o pedido de extradição.
Em março de 2024, o governo dos Estados Unidos comunicou ao Brasil que não poderia extraditar o sujeito pelos delitos de calúnia, injúria e difamação, entendendo que essas acusações estão protegidas pelo direito à liberdade de expressão. No entanto, os EUA demonstraram disposição em prosseguir com o processo de extradição em relação aos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa. O caso, entretanto, permanece sem desfecho, aguardando movimentações no Supremo Tribunal Federal.
Paralelamente, há especulações de que Allan dos Santos tenha solicitado refúgio nos Estados Unidos, o que impediria sua extradição ou deportação durante a tramitação do pedido e imporia sigilo ao processo.
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