PF apreendeu R$ 1 milhão com membro de esquema ilegal na Abin antes de operação contra Ramagem



PF apreendeu R$ 1 milhão com membro de esquema ilegal na Abin antes de operação contra Ramagem

 Atualizado em 27 de janeiro de 2024 às 21:21  

Na mais recente ação da Polícia Federal, denominada Operação Última Milha, cerca de R$1 milhão em moeda estrangeira foram apreendidos em conexão com a investigação sobre o aparelhamento da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A descoberta desencadeou novos desenvolvimentos, levando a PF a solicitar mandados de busca na residência e no gabinete do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin, e de outros envolvidos no caso. Denominada Operação Vigilância Aproximada, os mandados foram cumpridos na última quinta-feira, 25. 

Ramagem, por sua vez, nega qualquer irregularidade, caracterizando a investigação como uma “salada de narrativas” e acusando a Polícia Federal de tentar incriminá-lo.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, trouxe uma perspectiva adicional ao caso, questionando a apreensão do dinheiro na fase anterior da investigação. Em seu parecer ao Supremo Tribunal Federal (STF), Gonet destacou que, em etapas anteriores da investigação, foram encontradas quantias consideráveis em moeda estrangeira sem uma explicação clara sobre a origem, nas mãos de um dos investigados. 

Procurador-geral da República, Paulo Gonet. Foto: Divulgação

O procurador-geral ainda ressaltou que a agência dispunha de verbos financeiros identificados como secretos, dispensando a necessidade de comprovação da despesa associada.

Além disso, suspeitas foram levantadas a partir do material apreendido em outubro, indicando que a Abin poderia ter utilizado indevidamente ferramentas de espionagem além do software First Mile, incluindo a ferramenta Cobalt Strike, capaz de invadir computadores, e o aplicativo LTESniffer, que intercepta tráfego em redes 4G.

A Polícia Federal alega que a Abin foi instrumentalizada para monitorar políticos de oposição ao governo, apoiar aliados de Bolsonaro e, inclusive, influenciar investigações criminais envolvendo os filhos do ex-presidente. Ademais, a agência teria sido utilizada para ataques contra o sistema eleitoral e para tentar associar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ao Primeiro Comando da Capital (PCC).

O foco da investigação está nos departamentos da agência, Centro de Inteligência Nacional (CIN) e Departamento de Operações de Inteligência (DOINT), que supostamente foram alvo de instrumentalização para atender aos interesses políticos do governo Bolsonaro. 

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