Carlos Bolsonaro vai poder acessar inquérito sobre 'Abin paralela', decide Moraes
De acordo com o ministro, é preciso evitar "novos pedidos de vista para acesso a documentos". Alexandre de Moraes não permitiu que o vereador acesse "diligências em andamento"
247 - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) nesta quarta-feira (31) a ter acesso ao inquérito que apura um esquema de espionagem ilegal na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo Jair Bolsonaro. Em sua justificativa, o juiz da Corte afirmou que é preciso evitar "novos pedidos de vista para acesso aos documentos que venham a ser futuramente juntados aos autos".
De acordo com o portal Uol, o magistrado permitiu que o vereador tenha acesso aos elementos de prova documentados "para conhecimento das investigações a ele relacionadas", mas não permitiu que o vereador acesse "diligências em andamento". A autorização de acesso aos autos do inquérito "permanece até o final da investigação", acrescentou Moraes.
Na Operação Vigilância Aproximada, da Polícia Federal, investigadores apreenderam nesta semana três notebooks, 11 computadores e quatro celulares em endereços ligados ao vereador. De acordo com a PF, a Abin tentou favorecer familiares de Bolsonaro.
O ministro Alexandre de Moraes afirmou que "a organização criminosa infiltrada" na ABIN usou "métodos ilegais para a realização de ações clandestinas direcionadas contra pessoas ideologicamente qualificadas como opositoras". Também lembrou que a Abin foi usada na gestão bolsonarista para monitorar o caso Marielle Franco, ex-vereadora do Rio de Janeiro assassinada em 2018. Cerca de 30 mil pessoas foram monitoradas, informou o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, no começo do mês.