Vinho faz bem à saúde? - Mito ou verdade:
O vinho está presente na história da humanidade desde as civilizações
mais antigas.
Registros históricos dão conta de sua utilização em
celebrações, eventos sociais e rituais religiosos de povos da
Antiguidade como egípcios, gregos e fenícios, para citar alguns.
Além
de fazer parte de diversos períodos e transformações econômicas e
culturais dessas sociedades, o vinho sempre ocupou lugar de destaque
também na medicina.
Seu uso em tratamentos de enfermidades foi
documentado há milhares de anos na Suméria, Grécia e Egito, por exemplo.
Atualmente,
é ampla a discussão sobre as propriedades do vinho e seus benefícios
para o organismo.
Inúmeros estudos foram realizados com o intuito de
solucionar essa questão e os resultados encontrados são, muitas vezes,
controversos e conflitantes.
Pode-se dizer que seu consumo é saudável em
alguns casos, mas muitos fatores devem ser levados em conta na hora de
abrir uma garrafa.
Quer saber mais sobre o assunto? Confira a
seguir 8 afirmações populares sobre a bebida e descubra se o vinho faz
bem à saúde ou não:
8 mitos e verdades sobre o vinho
Vinho faz bem para o coração
Verdade,
mas apenas quando consumido com moderação. Estudos apontam uma redução
de aproximadamente 30% na incidência de ataques cardíacos em pessoas que
consomem entre uma e duas taças da bebida por dia.
O maior
responsável por isso é o resveratrol, substância presente na casca e nas
sementes das uvas vermelhas.
Sua ação antioxidante preserva tecidos,
previne danos nas artérias, reduz a formação de coágulos no sangue e
ajuda a regular a pressão arterial. Além disso, promove o aumento dos
níveis de HDL, o chamado “colesterol bom”.
Entretanto, quando o
limite de duas taças é excedido, o resultado pode ser o contrário, com
aumento no risco de surgimento de inúmeras doenças, entre elas, as
cardiovasculares.
Se o objetivo é diminuir os riscos de doenças cardíacas, o melhor a fazer é seguir a orientação de especialistas e beber moderadamente.
Reduz o risco de câncer
Mito!
Embora alguns estudos tenham associado o consumo moderado de vinho à
prevenção de certos tipos de câncer, testes e evidências existentes são
insuficientes para embasar tal afirmação.
Segundo especialistas, nesse
caso, é grande a chance de os riscos serem maiores que os possíveis
benefícios.
O consumo de álcool pode, inclusive, ser o responsável pelo surgimento de algumas formas da doença. Relatório do Instituto Americano para Pesquisas com Câncer divulgado
em 2017 indica que a ingestão de bebidas alcoólicas está ligada ao
desenvolvimento do câncer de mama, sobretudo em mulheres na menopausa.
Boca,
fígado, garganta e estômago são outras partes do corpo suscetíveis a
tumores relacionados a agentes cancerígenos encontrados no álcool.
É bom para o sistema imunológico
Verdade!
O já mencionado resveratrol, abundante principalmente em vinhos tintos,
estimula a produção de células de defesa do organismo, as chamadas
Células T, além de agir no timo — glândula de grande importância no
sistema imunológico.
O resultado é uma maior resistência à ação de
alguns tipos de vírus, diminuindo a ocorrência de gripes, resfriados,
alergias e viroses de várias naturezas.
Mas a ingestão de maiores
quantidades de vinho não aumenta a eficácia da bebida no combate a
infecções.
Aqui também vale a regra: para não gerar o efeito oposto e
acabar prejudicando as defesas do corpo, beba com moderação.
Previne doenças degenerativas
Verdade!
Os danos causados pelos radicais livres no DNA, lipídios e proteínas
estão diretamente ligados ao surgimento de doenças degenerativas como
Parkinson e Alzheimer.
Os polifenóis encontrados no vinho controlam essa
ação nociva, o que ajuda a prevenir o desenvolvimento de mazelas dessa
natureza.
Ajuda a evitar e a combater a diabetes
Parcialmente
verdade! Embora o álcool tenha sido considerado um inimigo dos
diabéticos por muitos anos, estudos sugerem que o vinho talvez seja uma
exceção a essa regra ao relacionar seu consumo regrado a uma redução de
aproximadamente 30% no risco de desenvolvimento da diabetes tipo 2.
Além
disso, seu consumo pode beneficiar pacientes já diagnosticados com a
doença através do controle dos níveis glicêmicos e do colesterol.
Os
vinhos secos seriam os melhores nesse sentido, dentro do limite de uma
taça por dia para mulheres e duas para homens.
O acompanhamento médico é
fundamental, pois alguns cuidados especiais são necessários para evitar
consequências indesejadas.
A recomendação geral da comunidade
científica é clara: se você não bebe, o mais seguro é continuar assim e
procurar formas de melhorar a saúde e a qualidade de vida que não incluam o álcool.
Beber vinho emagrece
Mito, embora haja controvérsias.
Por
mais que se saiba que o consumo moderado de vinho estimula o aumento da
produção de enzimas digestivas, não se pode garantir que isso seja o
suficiente para desencadear um processo de emagrecimento.
Uma taça
de vinho tinto tem em média 107 calorias, portanto é melhor não
exagerar.
Fatores como a frequência com a qual se dá a ingestão e o tipo
da bebida também influenciam nos impactos do vinho na dieta, aumentando
ainda mais o número de possíveis respostas para essa questão.
O fato é que seguir uma dieta balanceada, praticar atividades físicas e até mesmo dormir são opções mais eficazes para emagrecer.
Retarda o envelhecimento
Verdade!
Os flavonoides contidos nas uvas são bons aliados daqueles que buscam
manter uma aparência jovem e saudável por mais tempo, pois agem evitando
a oxidação das células e, consequentemente, dos tecidos.
O resultado é a
atenuação de fatores responsáveis pelo envelhecimento precoce.
Além
disso, o vinho também é uma fonte de silício, mineral que compõe o
colágeno, proteína fundamental na formação e regeneração da pele e
tecidos de sustentação.
Vinho tinto é mais saudável do que vinho branco
A
afirmação é verdadeira.
O vinho tinto pode ter até dez vezes mais
polifenóis que o branco e o rosé.
Sendo assim, possui efeitos mais
poderosos.
Vale lembrar que há outros fatores capazes de
interferir no potencial terapêutico das bebidas.
Os vinhos artesanais,
por exemplo, levam vantagem em relação aos fabricados em grande escala
através de processos industrializados.
Com relação às uvas, a que
apresenta maior concentração de resveratrol é a Tannat, pois possui
casca mais grossa e maior número de sementes do que outras variedades da
fruta.
Afinal, vinho faz bem à saúde?
Como disse certa
vez o filósofo persa Avicena:
“O vinho é o amigo do moderado e o inimigo
do beberrão”.
Seu excesso é nocivo à saúde, o que não quer dizer que
seu consumo seja de todo prejudicial.
Sua apreciação regrada pode trazer
bons resultados, principalmente quando combinada a outros fatores como alimentação balanceada, prática de atividades físicas e sono de qualidade.
Portanto,
a palavra-chave não poderia ser outra: moderação. Beber dentro dos
limites é a receita para aproveitar ao máximo as propriedades benéficas
dessa bebida cheia de charme, história e personalidade.
Agora que você já conhece os benefícios que o vinho pode oferecer, que tal tomar uma taça para comemorar? Saúde!
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