Estudo aponta 30 profissões que estão surgindo com a indústria 4.0 Trabalho do Senai identificou ocupações em oito áreas mais impactadas
Não há dúvida de que a corrida tecnológica vem impactando fortemente
as profissões em diversos países do mundo, criando, inclusive, novas
atividades para atender a uma demanda crescente do mercado que busca se
atualizar frente aos concorrentes.
No Brasil, instituições como o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), responsável pela formação profissional, confirmam a tendência dessa revolução.
No Brasil, instituições como o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), responsável pela formação profissional, confirmam a tendência dessa revolução.
Baseado neste cenário, estudo divulgado hoje (05) pelo Senai mostrou
que 30 novas profissões vão surgir ou ganhar mais relevância com a
chamada indústria 4.0, conceito relacionado às chamadas fábricas
inteligentes, da quarta revolução industrial, determinada pelas
tecnologias digitais, como internet das coisas, big data e inteligência
artificial.
As novas profissões foram identificadas em oito áreas que o estudo
realizado pelo Senai considera com aquelas que serão mais impactadas
pelas novas tecnologias relacionadas à indústria 4.0: setor automotivo;
alimentos e bebidas; construção civil; têxtil e vestuário; tecnologias
da informação e comunicação; máquinas e ferramentas; química e
petroquímica; e petróleo e gás.
Entre essas profissões estão as de mecânico de veículos híbridos e
mecânico de telemetria (automotivo); técnico em impressão de alimentos
(alimentos e bebidas); técnico em automação predial (construção civil);
engenheiro em fibras têxteis (têxtil e vestuário); engenheiro de
cibersegurança especialista em big data (tecnologia da informação);
projetista para tecnologias 3D (máquinas e ferramentas); técnico
especialista no desenvolvimento de produtos poliméricos (química e
petroquímica); e especialista para recuperação avançada de petróleo
(petróleo e gás).
Setor automotivo
O trabalho do Senai destaca que o potencial transformador é maior em
alguns setores, entre eles o automotivo. A explicação está no
desenvolvimento de tecnologias como a dos carros híbridos e a evolução
de ferramentas veiculares como os computadores de bordo, cada vez mais
utilizados pelos fabricantes como um atrativo de vendas e comodismo para
o motorista. A expectativa é que tecnologias como robótica colaborativa
e comunicação entre máquinas por meio da internet das coisas impactem
tanto as etapas de concepção quanto as de produção da área automotiva.
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Estudo do Senai aponta 30 profissões que surgirão ou serão reforçadas com a indústria 4.0 (Senai/Reprodução)
É o caso da mão de obra que será exigida para lidar com o computador
de bordo, por exemplo. Este sensor responsável pelo monitoramento de
dados dos carros, como aceleração, temperatura do motor e do ar, oferece
aos motoristas instrumentos para regulagem e programação de velocidade e
estimativas de tempo de viagem. É o mecânico especialista em telemetria
que programa esses computadores, faz diagnóstico e reparos das redes
eletrônicas.
Ao ouvir representantes de empresas, de sindicatos de
trabalhadores, de universidades que atuam ou estudam esse segmento, o
Senai projetou que, nos próximos dez anos, 31% a 50% das empresas do
segmento demandem profissionais com esta especialização.
“Preciso estar qualificado”
Já em 1990, bem antes das projeções atuais, o técnico eletrônico Luis
Marcelo da Silva teve o primeiro contato com um robô quando trabalhava
na empresa ATH Albarus, em Porto Alegre, mas foi em 2000, já na GM da
capital gaúcha, que trabalhou diretamente com a robótica. “No início,
ninguém entendia muito de robótica, pois era o início da GM e por aqui
não era tão comum o uso de robôs nas fábricas. Vinham técnicos de São
Paulo e representantes dos fornecedores de equipamento que foram nos
passando o conhecimento no dia a dia e com cursos. Com o tempo, fomos
nos acostumando com o equipamento”, afirmou.
Mesmo trabalhando 18 anos na área, Luis Marcelo somente entrou no
Senai bem mais tarde, se formando em tecnólogo de automação industrial
em 2016. Hoje, aos 46 anos, Luis Marcelo trabalha em uma empresa de
engenharia multinacional espanhola, apontada como líder na indústria
automobilística europeia - Gestamp Automoción – em Gravataí, também no
Rio Grande do Sul.
“Preciso ficar bem qualificado para qualquer vaga de emprego. O futuro na área de robótica é um caminho sem volta e a profissão de robotista vai se ampliar cada vez mais, assim como em outras áreas ligadas à tecnologia”, avaliou.
“Preciso ficar bem qualificado para qualquer vaga de emprego. O futuro na área de robótica é um caminho sem volta e a profissão de robotista vai se ampliar cada vez mais, assim como em outras áreas ligadas à tecnologia”, avaliou.
Tecnologia da informação
Outro setor que está no centro da quarta revolução industrial é o de
tecnologias de informação e comunicação. A segurança no mundo digital
tem recebido atenção especial em todo o mundo, principalmente, quando se
trata de redes sociais e armazenamento de informações estratégicas em
nuvem. Segundo o Senai, esta tem sido apontada como uma das maiores
preocupações dos empresários. E isso acende uma luz na formações como a
de engenheiro de cibersegurança e analista de segurança e defesa
digital.
As tendências profissionais do setor de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) transpassam setores econômicos e refletem em mudanças e necessidades de aperfeiçoamentos de profissionais que atuam neste segmento em qualquer área.
Além de apontar profissões já presentes do mercado, como as de técnico em desenvolvimento de sistemas e técnico em redes de computadores, o levantamento destaca novas atividades como a de analista de internet das coisas (IoT), com uma tendência de aumento da demanda por esses profissionais em torno de 11% a 30% nos próximos dez anos.
As tendências profissionais do setor de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) transpassam setores econômicos e refletem em mudanças e necessidades de aperfeiçoamentos de profissionais que atuam neste segmento em qualquer área.
Além de apontar profissões já presentes do mercado, como as de técnico em desenvolvimento de sistemas e técnico em redes de computadores, o levantamento destaca novas atividades como a de analista de internet das coisas (IoT), com uma tendência de aumento da demanda por esses profissionais em torno de 11% a 30% nos próximos dez anos.
Edição: Davi Oliveira
Por Carolina Gonçalves - Repórter da Agência Brasil