Banco Central reduz previsão de crescimento do PIB de 2018 para 1,6% Previsão anterior era de crescimento de 2,6%. Relatório citou desaquecimento da atividade econômica no início do ano e impactos diretos e indiretos da greve dos caminhoneiros.

Banco Central reduziu para 1,6% a previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2018. 

O dado consta do Relatório de Inflação divulgado pelo BC nesta quinta-feira (28). 
 
A estimativa é 1 ponto porcentual menor que a feita no relatório anterior, divulgado no final de março, quando o Banco Central apontava para alta do PIB de 2,6% neste ano. 

O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos no país, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia brasileira. 

No documento, o BC diz que a revisão está associada "ao arrefecimento da atividade [econômica] no início do ano, à acomodação dos indicadores de confiança de empresas e consumidores e à perspectiva de impactos diretos e indiretos da paralisação no setor de transporte de cargas ocorrida no final de maio". 

A previsão do BC está abaixo da estimativa oficial do governo. Em maio, o governo reduziu de 2,97% para 2,5% a previsão de crescimento da economia brasileira em 2018.

Recuperação gradual e greve de caminhoneiros

Em entrevista após a divulgação do relatório, o diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Viana, disse que a revisão da previsão para o crescimento da economia brasileira se deve à recuperação econômica "mais gradual" do que a projetada anteriormente.
"Tem um pedaço dessa revisão que tem a ver simplesmente com um primeiro trimestre aquém do que se projetava lá atrás. Então, para o resto do ano, você parte de um nível um pouco mais baixo. E o resto tem a ver com revisão do ritmo de recuperação na margem. A economia segue em recuperação, mas em ritmo mais gradual do que se via anteriormente", disse Viana.
Ele apontou que a greve dos caminhoneiros "dificultou a leitura" do comportamento da economia, mas que a expectativa do BC é de que a paralisação, que causou desabastecimento em todo o país, tenha efeitos temporários na economia por meio da redução da atividade econômica e aumento da inflação. 
"Sobre a atividade [econômica], ainda não temos muitos dados mostrando esse efeito [da greve dos caminhoneiros]. A ideia é que o efeito principal seja temporário para baixo na atividade e um efeito temporário para cima na inflação, que aparece na projeção para o mês de junho", disse o diretor do BC.
"A partir dos meses seguintes, esse efeito já deve ir se dissipando, mas ainda é cedo, tem muitos dados para serem divulgados aí para a frente, que vão permitir uma leitura refinada do que está acontecendo", declarou. 

Inflação

Também impactada pela paralisação do setor de transportes, que causou desabastecimento de produtos em todo o país, a projeção de inflação de 2018 foi elevada pelo BC de 3,8% para 4,2%. Já para 2019, o BC reduziu a previsão de inflação de 4,1% para 3,7%.
O BC estima uma “expressiva aceleração” na inflação mensal de junho por causa da paralisação dos caminhoneiros e da mudança da bandeira tarifária aplicada nas contas de luz. A taxa extra está em seu patamar mais alto.
“Ressalte-se, que apesar da aceleração projetada para os próximos meses, a retomada da atividade em ritmo mais gradual que o esperado e a propagação inercial do baixo patamar inflacionário são fatores que contribuem para manutenção da inflação em patamar reduzido, sobretudo no segmento de serviços e em medidas de inflação subjacente”, escreveu o BC.

 https://g1.globo.com/economia/noticia/banco-central-reduz-previsao-de-crescimento-do-pib-de-2018-para-16.ghtml

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