Dilma defende consulta popular sobre novas eleições se voltar à Presidência


Presidente afastada Dilma Rousseff durante evento em Brasília.   13/05/2016      REUTERS/Ueslei Marcelino(Reuters) - A presidente afastada Dilma Rousseff defendeu, em entrevista exibida pela TV Brasil na noite de quinta-feira, a realização de uma consulta popular sobre a antecipação das eleições presidenciais de 2018 caso retorne ao Palácio do Planalto ao final do processo de impeachment que está em tramitação no Congresso Nacional.



"O pacto que vinha desde a Constituição de 1988 foi rompido e não acredito que se recomponha esse pacto dentro de gabinete.

Acredito que a população seja consultada", disse Dilma na entrevista à emissora pública gravada no Palácio da Alvorada. Segundo a presidente afastada, "só a consulta popular para lavar e enxaguar essa lambança que está sendo o governo Temer".

Dilma foi afastada temporariamente do cargo em maio, e substituída na Presidência pelo vice Michel Temer, devido à decisão do Senado de instaurar um processo de impedimento contra ela por suspeitas de crimes orçamentários.

A defesa da presidente nega irregularidades e descreve o processo como um golpe.

Cronograma aprovado pela comissão do impeachment no Senado prevê o julgamento final da petista na Casa em meados de agosto. A presidente afastada precisa de um terço -o equivalente a 27 votos- para retornar à Presidência.

Segundo reportagens, Dilma têm sinalizado a aliados que aceitaria propor um plebiscito para definir a convocação de novas eleições presidenciais se voltar ao cargo, como uma forma de conquistar apoio no Senado para a votação do impeachment.

Na entrevista à TV Brasil, Dilma afirmou ainda que o governo do presidente interino Temer "é a síntese do que pensa" o deputado afastado e presidente suspenso da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e não tem legitimidade para fazer as mudanças que têm efetuado, como a reforma administrativa.

(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)