Em carta, Dilma apela a discurso do medo: ‘Estão em jogo direitos e programas sociais’ Em um afago aos movimentos que prometem incendiar o país caso o impeachment seja aprovado na Câmara, Dilma fez referência ao 'generoso e solidário acampamento em defesa da democracia'

Resultado de imagem para vejaPor: Luís Lima e Laryssa Borges, de Brasília
  Foto - A presidente do Brasil, Dilma Rousseff no Palácio do Planalto, em Brasília (DF)(Celso Junior/VEJA)
                                                                                                                                                                        A presidente do Brasil, Dilma Rousseff no Palácio do Planalto, em Brasília (DF) - 10/03/2009Em mais uma ofensiva para tentar reverter o cenário ainda favorável à aprovação do impeachment na Câmara dos Deputados, a presidente Dilma Rousseff recorreu neste sábado novamente ao discurso do medo e voltou a atacar o vice-presidente Michel Temer, principal beneficiário da continuidade do pedido de impedimento, e disse que se o processo de deposição for aprovado, estão em risco "direitos, conquistas sociais e os avanços" dos últimos 13 anos de administração do PT.

Dilma cancelou participação em um ato de movimentos sociais agendado para a manhã desta sábado, mas enviou uma carta a eles justificando a ausência e atacando a legitimidade do procedimento que pode tirá-la do poder.

 Como já tem o apoio do Movimento dos Sem-Terra e de outros nichos de sua claque cativa, a petista passará o dia em reuniões com parlamentares para convencê-los a votar contra o impeachment ou, pelo menos, a faltar à sessão plenária deste domingo. 

Para enterrar o processo de impeachment no domingo, o governo precisa de 172 apoios, entre votos contrários, abstenções e faltas.

"Amanhã, domingo, na votação do impeachment, não estará em jogo o mandato de uma presidenta eleita, a primeira mulher eleita e reeleita no nosso país por mais de 54 milhões de votos.

 O que estará em jogo é o respeito às urnas e à vontade soberana do nosso povo.

 Estão em jogo, sobretudo, direitos, conquistas sociais e os avanços que com a participação de todos e todas vocês o Brasil alcançou nos últimos 13 anos", escreveu.

Em um afago aos movimentos que prometem incendiar o país caso o impeachment seja aprovado na Câmara, Dilma fez referência ao suposto "generoso e solidário acampamento em defesa da democracia" e às "manifestações pacíficas em defesa da democracia, do Estado de direito e da liberdade".

Ela reconheceu que não atendeu a todas as reivindicações dos movimentos sociais em seu governo e disse que a história registrará à resistência desses setores ao impeachment. 

"A história gravará a voz de vocês, de quem se pronunciou neste grave momento decisivo para nosso futuro", exagerou.

Repetindo o falso discurso do governo de que a crise internacional foi o principal fator para as dificuldades domésticas, Dilma disse ter "certeza que nosso país tem todas as condições para vencer a crise e continuar crescendo, gerando emprego e ampliando nossa política de inclusão social e garantia de oportunidades para todos".

"Juntos haveremos de reencontrar a paz e a união necessária para retomar o rumo das mudanças. No entanto, somente o respeito à ordem democrática pode assegurar a reunificação nacional", completou a presidente, que convocou os movimentos sociais para uma ofensiva nas ruas e em redes sociais contra o impeachment.

"Vamos derrotar o impeachment sem base legal, um verdadeiro golpe contra nossa democracia. Não cometi crime nenhum de responsabilidade, não há contra mim qualquer denúncia de corrupção ou desvio de dinheiro público.

Meu nome não aparece em nenhuma lista de recebimento de propina. Tampouco sou suspeita de qualquer delito contra o bem comum.

Não é justo, não é legitimo tentarem abreviar meu mandato, que pretendo exercer, defender e honrar até o ultimo dia", disse.

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