Crise faz pacientes de convênios procurar Luzia de Pinho Melo Diretor da unidade diz que volume de pacientes cresceu 30% em 2015. Migração e falta de hospitais provocam superlotação na unidade.
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A crise financeira e o fechamento da Unimed Paulistana podem ser as principais causas do aumento no número de pacientes que procuram atendimento no hospital Luzia de Pinho Melo, segundo o diretor da unidade, Luiz Carlos Vianna. Em entrevista ao G1, ele informou que no segundo semestre de 2015, o número de pacientes vindos de convênios médicos cresceu 30%.
Ainda de acordo com o médico, a “debandada” de pacientes provoca uma superlotação na unidade, principalmente nos setores de emergência. “Tivemos um aumento no período de pacientes graves. São 27% a mais de pacientes considerados ‘amarelos’ e 29% de pacientes ‘vermelhos’, considerados graves”, destacou o médico.
Na última terça-feira (5), sete das 11 viaturas do Serviço Municipal de Urgência e Emergência (Samu), ficaram até 10 horas retidas no hospital por falta de macas no setor de emergência. O serviço registrou um boletim de ocorrência.
Para ele, a crise financeira pode ser uma das causas da migração destes pacientes. “Com a crise muita gente saiu do convênio e agora passa a ser atendido pela rede SUS. No Pronto-Socorro chegamos a atender até 600 pacientes por dia. Se não há outros hospitais como opção de atendimento sobrecarrega mesmo”.
Mesmo quem tem condições de pagar um bom plano de saúde, não consegue atendimento na rede particular em Mogi das Cruzes. De acordo com a corretora de planos de saúde, Ellen Dantas, as operadoras que atuam na região, não comercializam planos individuais, por exemplo. "Para conseguir um plano individual, tenho que atrelar esse paciente a uma profissão.
Se tenho uma dona de casa com mais de 64 anos, por exemplo, não consigo encaixá-la em nenhum plano de saúde, ainda que ela tenha condições de pagar pelo melhor plano disponível. Isso é uma dificuldade porque o paciente fica sem opção na rede particular e acaba tendo que procurar o SUS", destacou a corretora.
Para o segmento, o ano de 2015 só fechou com crescimento no número de contratos por causa do fechamento da Unimed Paulistana. "Dizer que tivemos novos clientes, não tivemos. Fizemos novos contratos por causa das migrações para outros planos. Mas muita gente não conseguiu ser atendimento, justamente por essa falta de opção nos planos", destacou.
