Caso Marcelo Arruda: Ministério Público pede que Guaranho volte para a prisão


Caso Marcelo Arruda: Ministério Público pede que Guaranho volte para a prisão

Ministério Público pede que Guaranho volte ao regime fechado. Créditos: Redes sociais/Reprodução
Por Marcelo Hailer
BRASIL17/2/2025

O Ministério Público do Paraná (MP-PR) pediu nesta segunda-feira (17) que o ex-policial penal Jorge Guaranho volte para o regime fechado. Ele foi condenado a 20 anos de prisão em regime fechado pelo assassinato de Marcelo Arruda, que era guarda municipal e tesoureiro do PT de Foz do Iguaçu.

No entanto, na última sexta-feira (14), Guaranho obteve o direito à prisão domiciliar em caráter liminar (temporário). A defesa do ex-policial penal alegou "questões de saúde".

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Em sua solicitação, o MP afirma que não se constata que Guaranho esteja impossibilitado de receber tratamento médico na prisão. O órgão também destaca que ele foi atendido e acompanhado por profissionais de saúde enquanto esteve preso.

O MP ainda afirma que "há evidências do alto grau de belicosidade latente do paciente [...] principalmente quando a violência perpetrada tem relação direta com aspectos de ordem pessoal/comportamental, que não mudam de um dia para o outro".

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A defesa de Guaranho classificou o pedido do MP-PR como "lamentável".


Caso Marcelo Arruda: familiares e amigos convocam ato contra prisão domiciliar de Guaranho
 

Familiares e amigos próximos a Marcelo Arruda, petista assassinado pelo bolsonarista Jorge Guaranho em 2022 durante sua festa de aniversário, estão convocando um ato neste domingo (16) para protestar contra a decisão da Justiça de conceder prisão domiciliar ao assassino, condenado a 20 anos de prisão pelo crime. 

Os manifestantes têm o objetivo de pressionar a Justiça para que Guaranho cumpra a pena em regime fechado, como foi determinado pelo júri popular nesta quinta-feira (13). 

"Convidamos todos e todas que ficaram inconformados com a permissão de prisão domiciliar do assassino de Marcelo Arruda para ato de pedido de justiça e que o assassino cumpra a pena em regime fechado como determinado no Júri Popular", convocam.

O ato irá acontecer a partir das 10 horas na Praça da Paz em Foz do Iguaçu (PR). Os manifestantes pedem preferência para o uso de camisetas pretas, brancas e em especial as que pedem justiça para o caso.

Convocação para ato por justiça pelo caso Marcelo Arruda.

Jorge Guaranho é condenado a 20 anos de prisão

O ex-policial penal Jorge Guaranho foi condenado nesta quinta-feira (13) a 20 anos de prisão pelo assassinato do tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) de Foz do Iguaçu, Marcelo Arruda, em 9 de julho de 2022.

A sentença, proferida pelo Tribunal do Júri de Curitiba, considera o crime como homicídio duplamente qualificado por motivo torpe e perigo comum. A pena será cumprida inicialmente em regime fechado, mas cabe recurso da decisão.

O crime ocorreu durante a festa de aniversário de 50 anos de Arruda, que tinha como tema o PT e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Guaranho, que não conhecia a vítima, invadiu o local exaltando o ex-presidente Jair Bolsonaro e, após uma discussão, disparou contra Arruda. O crime chocou o Brasil à época e se tornou símbolo da violência política da extrema direita.

Durante o julgamento, que se estendeu por dois dias, Guaranho se recusou a responder perguntas do Ministério Público e classificou o assassinato como uma "idiotice".

Ele afirmou que foi à festa para uma "brincadeira" e que assassinou o petista em legítima defesa. "Foi uma fatalidade", disse o homicida.

Em seu depoimento, desmontou a estratégia de sua defesa ao afirmar que se lembrava do dia do crime, contradizendo a alegação de amnésia pós-trauma sustentada por seus advogados.

Ainda cabe recurso da decisão.

Guaranho vai para prisão domiciliar

O Tribunal de Justiça do Paraná decidiu manter o regime de prisão domiciliar para Jorge Guaranho, condenado a 20 anos de prisão pelo assassinato de Marcelo Arruda. A decisão foi tomada com base em "razões humanitárias", já que Guaranho sofre "graves problemas de saúde decorrentes de nove disparos de arma de fogo e espancamentos, que causaram fraturas, perda de dentes e deixaram projéteis alojados em seu corpo, inclusive na região craniana".

A defesa argumentou que a condenação poderia levar à revogação da prisão domiciliar, interrompendo o tratamento médico essencial do paciente. Diante disso, o tribunal optou por manter o regime domiciliar com monitoramento eletrônico, permitindo apenas deslocamentos para tratamento médico. Além disso, foram impostas medidas cautelares, como:

  • Comparecimento periódico em juízo;
  • Proibição de sair do domicílio, exceto para tratamento médico;
  • Proibição de contato com pessoas envolvidas no caso;
  • Proibição de deixar a Comarca de Curitiba

A decisão foi fundamentada no direito à saúde e na dignidade da pessoa humana, garantidos pela Constituição Federal e pela Convenção Americana sobre Direitos Humanos. O relator do caso, Desembargador Gamaliel Seme Scaff, concedeu a liminar para manter a prisão domiciliar até o julgamento do mérito da ação.

Desembargador segue Bolsonaro e critica STF

O desembargador Gamaliel Seme Scaff, responsável por conceder prisão domiciliar para Jorge Guaranho, bolsonarista que matou o petista Marcelo Arruda em 2022, durante festa de aniversário do tesoureiro do PT com o tema do presidente Lula, é seguidor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas redes sociais, onde também expõe uma série de críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelas ações contra Elon Musk.

Além disso, Scaff, do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), também defendeu cloroquina durante a pandemia de Covid-19, voto impresso e insinuou que houve omissão do governo Lula durante os atos golpistas de 8 de janeiro. Ele é seguidor dos parlamentares Carla Zambelli (PL-SP) e Marcos Feliciano (PL-SP) no Instagram.  https://revistaforum.com.br/brasil/2025/2/17/caso-marcelo-arruda-ministerio-publico-pede-que-guaranho-volte-para-priso-174277.html

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