Esposa de Cid admite à PF cartão de vacina falso e atribui fraude ao marido

 

Aguirre Talento, Gabriel Tavares e Mariana Durães

Do UOL, em Brasília e em São Paulo

19/05/2023 17h06Atualizada em 19/05/2023 17h50

Mauro Cid, então ajudante de ordens, conversa com Bolsonaro após uma reunião no Palácio do Planalto - 18.jun.2019 - Adriano Machado/Reuters
Mauro Cid, então ajudante de ordens, conversa com Bolsonaro após uma reunião no Palácio do Planalto Imagem: 18.jun.2019 - Adriano Machado/Reuters

Aguirre Talento, Gabriel Tavares e Mariana Durães

Do UOL, em Brasília e em São Paulo

19/05/2023 17h06

Atualizada em 19/05/2023 17h50

Gabriela Cid, esposa de Mauro Cid, ex-ajudante de ordem de Bolsonaro, afirmou hoje em depoimento à Policia Federal que usou um cartão de vacinação com dados falsos.

O que aconteceu

Ela afirmou à PF que a responsabilidade pela inserção dos dados falsos foi de Cid. A estratégia da defesa, segundo fontes ouvidas pelo UOL, é fazer com que ela responda somente pelo uso de documentos falsos.

Gabriela depôs no inquérito que apura fraudes em cartões de vacinação. Teriam sido beneficiados além dela e do próprio Mauro Cid, suas três filhas, o ex-presidente Jair Bolsonaro e sua filha mais nova, Laura, além de outros assessores. Eles teriam obtido certificados de imunização sem terem tomado nenhuma vacina.

Ontem, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro ficou em silêncio durante depoimento à PF. Ele chegou às 14h20 e deixou o local às 15h sem responder a nenhuma pergunta, mas se ofereceu para abrir mão do sigilo fiscal de sua conta bancária em Miami (EUA), em uma tentativa de sinalizar a possibilidade de cooperação com investigadores.

Já Bolsonaro, disse à PF desconhecer o esquema para falsificar dados de vacinação. Segundo sua defesa o ex-presidente disse que "jamais se vacinou, que desconhecia toda e qualquer iniciativa para eventual falsificação, inserção, adulteração no seu cartão de vacinação bem como de sua filha".

"[Bolsonaro] respondeu que não orientou, que não participou de qualquer ato de insurreição ou subversão contra o Estado de Direito", disse Fabio Wajngarten, seu advogado ex-secretário de Comunicação do governo Bolsonaro.

O que está na mira da PF

Inclusão e exclusão de dados falsos por servidores em Duque de Caxias - onde a informação sobre suposta vacinação do ex-presidente foi inserida no sistema do SUS pelo ex-secretário municipal João Carlos de Souza Brecha. Ele também teria incluído as informações falsas de Mauro Cid e esposa dele.

A emissão de um certificado de vacina a partir da rede do Palácio do Planalto nas vésperas da viagem do ex-presidente para Orlando, é outro ponto levantado pela investigação. O acesso foi feito pelo celular de Cid e o email de acesso foi alterado, deixando de ser o do militar e passando a ser o do assessor Marcelo Camara, que acompanharia o presidente no exterior.

O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, foi preso no dia 3 pela Polícia Federal. No mesmo dia, a PF realizou busca e apreensão na casa de Bolsonaro, em Brasília, e apreenderam o celular do ex-presidente. 

https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2023/05/19/esposa-mauro-cid-depoimento.htm

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