Cid fica em silêncio em depoimento à PF sobre fraude em cartões de vacina


Aguirre Talento e Marina Sabino

Do UOL, em Brasília, e colaboração para o UOL, em Brasília

18/05/2023 14h30

Atualizada em 18/05/2023 15h17

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), decidiu ficar em silêncio em depoimento à Policia Federal — ele chegou às 14h20 e deixou o local às 15h sem responder a nenhuma pergunta.

 O militar está preso desde o dia 3 deste mês por suspeita de participar de um esquema de fraude em certificados de vacina.

O que aconteceu

Cid iria depor dois dias depois do ex-presidente. Bolsonaro disse à PF na útima terça que não sabia do esquema para falsificar dados do seu certificado de vacinação e que, se o tenente-coronel arquitetou tudo, foi "à revelia e sem o seu conhecimento".

A expectativa do entorno de Bolsonaro era que Cid não implicasse o ex-presidente em qualquer conduta ilícita. Ao UOL aliados do ex-presidente afirmam não acreditar em uma eventual delação — mesmo com a recente mudança de advogado do militar.

Flávio Bolsonaro (PL) sai em defesa do pai e disse que "Cid deve "falar por que fez, se é que fez". Em entrevista ao jornal O Globo, o senador diz não saber se o ex-ajudante de ordens "fez tudo isso sozinho". "Sei que o presidente [Bolsonaro] nunca teve um cartão de vacinação falsificado e nunca autorizou ninguém a fazer isso. Ele [Cid] tem que falar por que fez, se é que fez isso."

Cid deixou o Batalhão do Exército em direção à PF acompanhado da Polícia do Exército, já que a custódia está a cargo dos militares. Logo após o término da oitiva, o ex-assessor de Bolsonaro será levado de volta à prisão militar, onde está detido.

Entenda o caso

Homem de confiança e espécie de faz-tudo de Bolsonaro durante o seu governo, Cid foi preso em uma operação deflagrada em 3 de maio pela PF com base em diálogos do seu telefone celular, obtidas por meio da quebra de sigilo.

Segundo a PF, há indícios de que o tenente-coronel solicitou a intermediários a obtenção de certificados de vacinação fraudados que teriam beneficiados parentes seus e de Bolsonaro, com o objetivo de realizar viagens ao exterior e driblar as exigências sanitárias.

A polícia fez busca e apreensão no endereço de Bolsonaro e de outros alvos da apuração. Foram apreendidos telefones celulares e documentos para permitir o aprofundamento das investigações nas próximas semanas.  

https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2023/05/18/mauro-cid-depoe-na-pf-sobre-fraude-em-cartoes-de-vacina.htm

Postagens mais visitadas deste blog