Incineração de pedidos e fechamento do Império encerram Festa do Divino Trata-se da maior manifestação cultural e religiosa do Alto Tietê. Mais cedo, neste domingo, houve procissão e missa.
Após 10 dias de celebrações, quermesse e eventos folclóricos, a Festa do Divino de Mogi das Cruzes chegou ao fim neste domingo (15), com a incineração dos pedidos recolhidos por rezadeiras e o fechamento do Império, na Praça Coronel Benedito de Almeida, por volta das 20h.
"A sensação é de missão cumprida, uma missão para Deus. A fé, junto com o Espírito Santo, faz com que a gente realize a festa.
O mérito é do Divino e vai deixar muitas saudades", disse a festeira Mônica de Souza Mello logo após o encerramento.
Rezadeiras se uniram para incineração de pedidos da Festa do Divino de Mogi (Foto: Maiara Barbosa/G1)
Pedidos reunidos por rezadeiras foram recolhidos
para incineração (Foto: Maiara Barbosa/G1)
para incineração (Foto: Maiara Barbosa/G1)
Devotos dão nós em fitas de bandeiras para fazer
pedidos (Foto: Maiara Barbosa/G1)
pedidos (Foto: Maiara Barbosa/G1)
O bispo Dom Pedro Luiz Stringhini participou da cerimônia. As rezadeiras oraram durante o rito.
Por volta das 20h15 o Império, que recebe os devotos ao longo de toda a festa, foi fechado. A rezadeira Celina Aparecida Ramos Guerra se emocionou. "A gente está rezando desde fevereiro, passamos muito tempo voltados para a Festa do Divino.
A gente sente falta, mas estamos confiantes para o próximo ano".
A Festa do Divino, maior evento folclórico e religioso do Alto Tietê, termina todos os anos no Dia de Pentecostes - 50 dias após a Páscoa - quando os católicos lembram a descida do Espírito Santo aos apóstolos em um cenáculo, conforme os relatos bíblicos.
Durante a tarde, foi realizada uma procissão pelas ruas da região central, que terminou com a passagem dos devotos por tapetes ornamentais e, em seguida, foi realizada a missa na Catedral de Sant'Anna, que reuniu milhares de fiéis. Muitos ficaram para o lado de fora e acompanharam a celebração de um telão.
Império foi fechado por volta de 20h15, marcando encerramento da Festa do Divino 2016 (Foto: Maiara Barbosa/G1)
O cortejo saiu da Rua José Bonifácio pouco antes das 17h, subiu e vira na Rua Doutor Correa. Depois, desceu a Rua Doutor Ricardo Vilela, virou na Doutor Deodato Wertheimer onde e depois da Barão de Jaceguai já começou a passar pelo tapete ornamental, que começou a ser confeccionado no sábado, e sobe a Rua Paulo Frontin para chegar à Catedral de Sant'Anna
Devoção
Célia de Oliveira é rezadeira há 13 anos e participou da procisão com o marido Casemiro, que também faz as rezas do Divino há 13 anos. "Foi ela quem me puxou para ser rezadeiro também", diz. "Eu gosto muito de poder participar e levar a mensagem de Deus à casa das pessoas", continua.
Maria Antônia da Silva é rezadeira e carrega a
caixinha com pedidos (Foto: Maiara Barbosa/G1)
caixinha com pedidos (Foto: Maiara Barbosa/G1)
"O meu pedido está dentro do meu coração. Não preciso escrever em papel porque o Divino sabe o que eu quero. Em especial eu peço pelo nosso país", diz.
Durante a procissão são feitas paradas em sete pontos do percurso que representam os dons do Espírito Santo: Fortaleza, Ciência, Conselho, Sabedoria, Piedade, Entendimento e Temor de Deus.
Em cada um desses pontos, uma pomba é solta.
Amanda Ciaccio, de 13 anos, é responsável por levar uma dessas pombas há três anos.
"Foi a minha mãe que me incentivou e é sempre muito bom poder estar na igreja servindo à Deus", conta.
Já Vicente Francisco da Rocha nem lembra de quando começou a participar das festividades do Divino. Há cinco anos, só consegue a acompanhar a procissão com o apoio de uma bengala.
"Isso não é nenhum impedimento pra mim. O importante é a fé no Divino", ressalta.
Aos 106 anos, Elvira Mármora recebeu mais uma vez a procissão do Divino na porta de sua casa. "Muito feliz. Graças a deus mais um ano! É uma graça muito grande!"
Missa
de Pentescostes ficou tão cheia em Mogi que devotos se acomodaram na
praça e acompanharam tudo por um telão (Foto: Maiara Barbosa/G1)
Missa
A missa na Catedral de Sant'Anna começou por volta das 18h, com a chegada do andor. Com a igreja lotada, parte dos devotos ficaram do lado de fora, onde um telão foi instalado.
Eles ocuparam toda a Praça Coronel Benedito de Almeida. Alguns se acomodaram em frente ao Centro Cultural.
Na homilia, o padre Thiago Cosmo afirmou que os devotos devem manter sua fé. "A Festa do Divino acaba, mas o espírito continua no coração de todos", disse.
Já o bispo, afirmou que "Pentecoste é o dia que o Espírito Santo demonstrou suas maravilhas."
Andor, com imagem do Divino Espírito Santo, chega à Catedral de Sant'Anna, em Mogi das Cruzes (Foto: Maiara Barbosa/G1)
Aos 14 anos Kamillye Yoshikawa auxilia a avó Sô-
nia como rezadeira do Divino em Mogi
(Foto: Maiara Barbosa/G1)
nia como rezadeira do Divino em Mogi
(Foto: Maiara Barbosa/G1)
"Os meus amigos da escola acham um pouco estranho eu estar envolvida na novena, já que a maioria são idosas. Mas eu não ligo. Eu faço isso pra não deixar a tradição morrer e para chamar mais jovens para a igreja", concluiu.
"Eu fico feliz de ver que a minha neta está seguindo os meus caminhos, fico bem emocidada. Isso é mais uma prova das ações do Espírtio Santo, disse Sônia Yoshikawa.
Como
manda a tradição, na reta final da procissão, bispo e devotos passam
por tapetes ornamentais em Mogi (Foto: Maiara Barbosa/G1)
Grupos folclóricos participam da procissão de Pentecostes de Mogi (Foto: Maiara Barbosa/G1)
Procissão de Pentecostes passa pela Rua Doutor Correa, em Mogi (Foto: Maiara Barbosa/G1)
Grupos folclóricos participam da procissão de Pentecostes de Mogi (Foto: Maiara Barbosa/G1)
Bispo
Dom Pedro Luiz Stringhini faz oração em um dos altares representando
dons em procissão de Pentecostes em Mogi (Foto: Maiara Barbosa/G1)
Aos poucos, procissão de Pentecostes toma as ruas da região central de Mogi (Foto: Maiara Barbosa/G1)
Andor leva imagem do Divino Espírito Santo em Procissão de Pentecostes em Mogi (Foto: Maiara Barbosa/G1)