Temer cancela ida a Portugal para presidir reunião do PMDB na terça Partido decidirá, em reunião do diretório, se romperá com governo Dilma. Presidente nacional do partido participaria de seminário em Lisboa.
O encontro do PMDB está marcado para a terça-feira (29) e será
presidido por Temer, segundo informou a assessoria de imprensa da
Vice-presidência.
Em convenção nacional neste mês, o partido definiu que se reuniria em até 30 dias – ou seja, até 12 de abril – para decidir se deixará o governo.
Na ocasião, a legenda também decidiu que não assumiria ministérios até definir se romperá ou não com o Planalto.
Temer viajaria para Portugal na segunda-feira a fim de participar de
evento coordenado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar
Mendes.
O seminário é organizado pelo Instituto Brasiliense de Direito Público
(EDB/IDP), do qual Gilmar Mendes é um dos sócios, e pela Faculdade de
Direito da Universidade de Lisboa (FDUL).
Desembarque
Embora as críticas do PMDB ao governo tenham aumentado nas últimas semanas, ainda não há unidade em relação ao fim da aliança com o Palácio do Planalto.
Embora as críticas do PMDB ao governo tenham aumentado nas últimas semanas, ainda não há unidade em relação ao fim da aliança com o Palácio do Planalto.
Ministros peemedebistas, como Marcelo Castro (Saúde) e Celso Pansera
(Ciência e Tecnologia), defendem publicamente a permanência no governo –
o partido detém sete ministérios.
Diante da falta de consenso, alguns querem que o diretório espere até a
data-limite, 12 de abril, para tomar uma decisão, na expectativa de se
chegar a um acordo.
A ala mais rebelde da legenda, porém, sustenta que o desembarque do
governo deve ocorrer o quanto antes e defende a manutenção do dia 29
para o encontro.
Defensor ferrenho do rompimento do PMDB com o governo, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou ao G1 que a presença de Temer na reunião de terça-feira vai dar "mais força" ao encontro.
Ele também se posicionou contra uma eventual mudança da data porque, na opinião dele, isso não resolverá as divergências.
Cunha rebateu os argumentos de que o partido chegará fracionado
para a votação de terça-feira, como avalia o líder do PMDB no Senado,
Eunício Oliveira (CE).
"A maioria que decida.
É da democracia",
disse o
presidente da Câmara.
Sobre a eventual ausência dos peemedebistas que discordam da realização
da reunião no dia 29, Cunha foi direto:
"Se se ausentarem, é porque a
maioria já está consolidada e vão evitar a derrota".
Favorável ao encontro no dia 12, Eunício Oliveira ainda não decidiu se
vai ao encontro.
"Se for pra fazer confronto no partido, eu não irei",
afirmou.
Eunício Oliveira disse que a legenda já tem "briga demais para fora" e que não deveria "brigar para dentro".
"Não consigo entender, depois de uma luta tremenda para trazer unidade,
por que dividir o PMDB ao antecipar mais ou menos 10 dias", ponderou.