Petrobras registra prejuízo de R$ 34,836 bilhões em 2015 No 4º trimestre, estatal teve prejuízo foi de R$ 36,93 bilhões. Trata-se do maior prejuízo anual registrado pela companhia.

 

Cristiane Caoli, Darlan Alvarenga e Taís Laporta
 Do G1, em São Paulo
A Petrobras teve prejuízo líquido de R$ 34,836 bilhões em 2015, informou a estatal nesta segunda-feira (21). Trata-se do maior prejuízo anual registrado pela companhia, segundo dados da Economatica, superando o prejuízo R$ 21,587 bilhões de 2014.

Trata-se do primeiro balanço anual da gestão de Aldemir Bendine, que assumiu a presidência da estatal em fevereiro de 2015, substituindo Graça Foster, em meio a crise detonada pela devassa das investigações da Operação Lava Jato, que na semana passada completou 2 anos.

Somente nos 3 últimos meses do ano passado, a Petrobras teve prejuízo foi de R$ 36,93
8 bilhões, após ter registrado no 3º trimestre prejuízo de R$ 3,759 bilhões. No 1º e 2º trimestres, a companhia reportou lucros de R$ 5,33 bilhões e de R$ 531 milhões, respectivamente.

Últimos resultados trimestrais
Em R$ milhões
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No 4º trimestre de 2014, a petroleira tinha registrado o maior prejuízo timestral da sua história, com perda de R$ 26,6 bilhões, em balanço que calculou as perdas por corrupção em R$ 6,194 bilhões.
Crescimento do endividamento
Além da queda dos preços internacionais do petróleo, o resultado financeiro da Petrobras tem sido pressionado pelo alto endividamento.


A dívida líquida da Petrobras subiu em 2015 e tornou a petroleira a segunda empresa de capital aberto mais endividada da América Latina e Estados Unidos. No final de 2014, o endividamento líquido total era de R$ 282 bilhões, passando para R$ 402,3 bilhões no final de setembro.

Cortes e vendas de ativos
Para enfrentar a escalada da dívida, a estatal anunciou um plano de venda de ativos e reduziu em 24,5% o plano de investimentos para o período 2015-2019, para US$ 98,4 bilhões.


A Petrobras anunciou também um plano de desinvestimento que chega a US$ 15,1 bilhões até 2016. Em 2015, o montante levantado com vendas de ativos somou US$ 700 milhões. 

Entre as negociações em andamento, está a venda de campos terrestres e de fatia na Ppetrobras Argentina.

Em janeiro, a empresa anunciou um corte de pelo menos 30% do número de funções gerenciais em áreas não operacionais.

Em 2015, a estatal atingiu uma produção média de petróleo de 2,128 milhões de bpd no país, novo recorde histórico.

 Os cortes no orçamento, entretanto, levaram a Petrobras a reduzir sua projeção de produção para 2016 de 2,185 milhões de barris por dia para 2,145 milhões de bpd. Para 2020, a estimativa caiu de 2,8 milhões de bpd para 2,7 milhões de bpd.

Sob e desce das ações
As ações preferenciais da Petrobras acumularam queda de 33% no ano passado, e as ordinárias, de 10,64%. Em valor de mercado na Bovespa, a companhia encolheu R$ 26,1 bilhões, para R$ 101,3 bilhões, segundo a Economatica.


Em 2016, entretanto, os papéis da Petrobras passaram a subir forte em fevereiro e março, e acumulavam até a última sexta-feira (18) alta de mais de 21% no ano, elevando o valor de mercado para R$ 122 bilhões – ainda que bem abaixo da máxima histórica registrada em maio de 2008, quando a estatal chegou a valer na bolsa R$ 510,3 bilhões.

Perdas com corrupção
A Petrobras está no centro das investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Em abril de 2014, a companhia calculou em R$ 6,194 bilhões as perdas por corrupção e reduziu o valor de seus ativos em R$ 44,3 bilhões.


O prejuízo causado pelas irregularidades descobertas pela Lava Jato, no entanto, pode chegar à R$ 42,8 bilhões, segundo laudo de perícia anexado pela Polícia Federal (PF) em um dos processos da Lava Jato.

A estatal enfrenta um série de processos nos exterior em razão de perdas bilionárias decorrentes das investigações sobre suborno e propina envolvendo a companhia. Em fevereiro, um juiz dos Estados Unidos abriu caminho para que investidores processem a Petrobras em grupo.

No final de julho, a Petrobras conseguiu recuperar, após determinação da Justiça Federal, R$ 139 milhões desviados pelo ex-gerente da estatal Pedro José Barusco Filho e pelo ex-diretor de abastecimento Paulo Roberto Costa. Somados aos R$ 157 milhões devolvidos em maio, a petroleira já recuperou R$ 296 milhões.

Desde a primeira das 25 fases já deflagradas pela Lava Jato, já foram recuperados R$ 2,9 bilhões para os cofres públicos, segundo a força-tarefa da investigação.

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