Serra diz não acreditar que Dilma vai terminar o segundo mandato Senador do PSDB participa de seminário em Lisboa nesta quinta (31). Ele afirmou que 2013 foi o ano da virada do país, com protestos.

 

Juliana Prata 
Do G1, em Portugal

O senador José Serra (PSDB-SP) afirmou nesta quinta-feira (31), em Lisboa, que nunca acreditou que a presidente Dilma Rousseff conseguisse completar o seu segundo mandato. 

Serra participa do IV Seminário Luso-Brasileiro de Direito na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Outras autoridades e políticos brasileiros também são esperados no evento.

“Eu nunca acreditei que a presidente Dilma conseguisse completar o seu segundo mandato", disse o senador.

 "Eu acredito que ela não se manterá”. Serra ainda falou que 2013 foi o ano da virada do Brasil, em que as manifestações de descontentamento começaram.

Ainda sobre a crise política, Serra afirmou que defende uma mudança do sistema político do Brasil para o parlamentarismo.

 “No presidencialismo, mudança de governo é crise; no parlamentarismo, é solução”, enfatizou.

 O senador afirmou que não concorda que não se deva fazer mudança em tempos de crise. 

Segundo ele, as mudanças são necessárias justamente nestes períodos.

Setor militar
Serra abriu os debates sobre o tema “Os sistemas políticos em avaliação em tempo de crise” dizendo que uma singularidade da história do Brasil nos últimos 30 anos é a ausência do setor militar na política do país.


 “O setor militar esteve ausente e, se Deus quiser, vai continuar ausente da política brasileira”, salientou.

O senador afirmou ainda, que o aniversário do Golpe Militar de 1964 é no dia 1º de abril e não 31 de março, mas como o dia 1º de abril é conectado com o dia da mentira, optou-se por alterar a data para o dia anterior.

 “Eu vivi o golpe de 1964 e o golpe do Chile de 1973, e fui exilado nos dois”, completou.

No entanto, Serra afirmou também que o Brasil se desindrustrializou nesses último 30 anos. 

“Eu era governador do estado de São Paulo na época do presidente Lula, e a minha luta com ele foi sempre devido à falta de incentivo industrial no país”, disse.

 Para Serra, o governo do ex-presidente Lula investiu muito no consumo, em se “torrar” o dinheiro, e essa foi a herança que deixou para a presidente Dilma. 

“A pior herança que um governo pode deixa para o outro é uma moeda sobrevalorizada”, completou.

Crise política
 
Carlos Blanco de Morais, Vice-Presidente do Instituto de Ciências Jurídico-Políticas (ICJP) e Presidente da Comissão Coordenadora Científica do Centro de Investigação em Direito Público (CIDP) também participou neste painel, onde afirmou que,


 “para mudar o sistema político de um país, é necessário uma crise política que o Estado não seja capaz de digerir”.

“Como seria um sistema semipresidencialista no Brasil, por exemplo, com a Presidente Dilma, mas tendo como Primeiro-Ministro o Senador José Serra? Mesmo que o Brasil possa aproximar-se de uma variante qualquer do semipresidencialismo, essa mudança será suficiente para resolver a crise no país?”, disse. 

Blanco lembrou ainda que o sistema parlamentarista exige estabilidade, e que por isso passar do presidencialismo para o parlamentarismo hoje no Brasil seria passar do “8 para o 80”.

Protesto e vídeo de Temer
 
Na terça (29), o primeiro dia do seminário, Serra chegou ao evento acompanhado do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF).


 Os dois foram recebidos com protestos por cerca de 50 manifestantes, que levantavam cartazes com dizeres contrários ao impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Já o vice-presidente Michel Temer, que faria a abertura do evento, enviou um vídeo para a ser apresentado no início do seminário. Ele optou por não viajar a Lisboa para ir a evento do PMDB nesta terça, em Brasília, no qual o partido decidiu deixar o governo Dilma.

No vídeo, Temer exaltou os direitos conquistados no Brasil com a Constituição de 1988, como o direito à liberdade de expressão e à informação. 

Ele mencionou que o povo brasileiro hoje quer “pão na mesa”, numa referência ao direito à democracia social. Para ele, esse processo vem se intensificando nos últimos anos, com a população superando a linha da pobreza.

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