Suzano - Rodoanel Leste - Mais casas são demolidas no Monte Cristo para o Rodoanel

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Algumas famílias já notificadas pela Justiça ainda têm dúvidas quanto à saída dos imóveis e às indenizações
Delcimar Ferreira
De Suzano
Erick Paiatto
Demolições são feitas conforme a Justiça vai expedindo a ordem e depositando os valores das indenizações
A concessionária SPMar, responsável pelas obras do Trecho Leste do Rodoanel Mário Covas, deu continuidade ontem a demolições de mais imóveis no Jardim Monte Cristo, em Suzano, para que os serviços de engenharia possam prosseguir. No entanto, algumas famílias que já foram notificadas e que ainda permanecem no local têm dúvidas quanto ao prazo para saída, bem como em relação às indenizações.

Na rua da Prata restam apenas três residências, cujos proprietários ainda não receberam a intimação para deixarem o local. Ontem pela manhã, uma creche que havia no bairro foi demolida. O que chama a atenção é que as demolições não são feitas de uma só vez, mas conforme a Justiça vai expedindo a ordem e autorizando o depósito das indenizações. Com isso, o cenário é de que algumas casas permanecem intactas em meio aos escombros.

A última moradora desta via, a balconista Marcelina Sueli Difanti de Melo, de 56 anos, sabe que sua saída é iminente. No entanto, ela gostaria de um prazo maior para poder retirar os móveis. "O prazo é muito pouco. Queria que me dessem mais 15 dias. Em dez dias não aprovam nem o seguro-fiança", disse a mulher, que mora na casa do cunhado. Ela já foi notificada pela SPMar e falta o oficial de Justiça intimar. Com relação à indenização, o valor já foi depositado em juízo e a família aguarda a publicação dos editais.

Mas nem todos estão seguros de que vão receber. É o caso do motorista João Milton Coelho, 49, que vive em uma casa na rua Diamante. Na primeira avaliação pericial, o imóvel foi cotado em R$ 126 mil e a SPMar ainda teria oferecido mais 15% desse total, mas isso foi no início do ano passado. Agora, eles aguardam um novo perito fazer a avaliação final.
"O que a gente tem visto é que quando eles dão o valor que é mais próximo do preço justo, eles recorrem", afirma Coelho. Algumas residências dessa rua também já foram demolidas e a concessionária, inclusive, interditou o quarteirão para instalar um novo canteiro de obras.


Outro lado
A SPMar informou, por meio de sua assessoria de Imprensa, que em relação ao processo de desapropriação judicial a empresa cumpre o que prevê a lei, que determina que a imissão na posse só seja liberada pela Justiça após o depósito, em juízo, pela concessionária, do valor da indenização do imóvel. Valor este determinado pelo juiz após avaliação pericial.
A SPMar disse ainda que não existe imissão na posse sem que o valor da indenização já esteja à disposição do morador e, após o depósito, em juízo, do valor determinado no processo, a concessionária não tem mais qualquer gestão sobre o valor depositado. Por fim, a empresa declara que no caso da desapropriação judicial, cabe ao proprietário ou possuidor do imóvel constituir um advogado para solicitar à Justiça o que lhe for de direito.

Questionado sobre o total de desapropriações já realizadas e a serem feitas, bem como o quanto já foi pago de indenizações na região do Jardim Monte Cristo, a responsável pelas obras não respondeu as perguntas.

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