Mogi das Cruzes - Igreja cobra postura do Estado



Na apresentação de posse do quinto bispo da Diocese de Mogi das Cruzes, dom Pedro Luiz Stringhini, realizada ontem (leia mais na matéria abaixo), os religiosos presentes, comentaram sobre a recente onda de violência que vem ocorrendo no País. O arcebispo de São Paulo, cardeal dom Odilo Pedro Scherer, acredita que essa explosão da violência é sinal de problemas antigos que não foram resolvidos, fazendo assim com que organizações criminosas ganhassem força. "Por conta desse problema mal resolvido, explode a violência por todo o lado. Confrontos entre facções do crime organizado com a policia, só resultam em chacinas e atos de violência, que nós da igreja condenamos e lamentamos", explica.
Segundo o cardeal, o papel da igreja não é o papel do Estado. "A igreja não tem a força policial, a força econômica, e a força do controle de segurança pública para resolver os problemas que estão na base do poder público".
Ainda de acordo com o religioso, cabe a igreja fazer apelos para aqueles que estão cometendo os crimes. "A igreja está presente nas comunidades, onde existem vítimas e culpados. Queremos que cada um assuma a sua responsabilidade, pois a violência não se justifica. Isso é absolutamente antidemocrático, é a subversão da ordem pública, e precisa de uma reflexão profunda de atitudes muito firme do Estado ", comenta.
Para o cardeal, o Estado tem que ir até a raiz da violência, onde estão os problemas da educação, moradia. "A presença do Estado é para levar melhorias à população das periferias urbanas que muitas vezes sentem a ausência do poder público. Isso só vai resolver mediante uma forte e eficaz presença do Estado, não só repressiva, mas sim pró-ativa".
Por fim, dom Odilo ressalta que a igreja entra nessa questão da violência com a evangelização, propondo os valores da família.
"Temos que levar valores para quem acredita na violência, para quem não acredita mais na família, no ser humano, e no fazer o bem. Temos conclamado a população a não se intimidar, não se deixar subjugar pelo medo, e por outro lado convidamos a todos a rezar pela paz e pela reconciliação. A oração e consciência de cada um são importantes neste momento", finaliza.

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