Junji destaca ações em prol do agronegócio

Na posse da nova diretoria do Sindicato Rural, deputado fala sobre a Pró-Horti, avanços do Código Florestal, reforma tributária, ferrovias e outros temas de interesse dos produtores



Junji: “Falar da importância do sindicalismo rural é falar da grandiosidade deste País que tem na agropecuária o maior instrumento de justiça social”
 
“Falar da importância do sindicalismo rural é falar da grandiosidade deste País que tem na agropecuária o maior instrumento de justiça social”. Com esta frase, o deputado federal Junji Abe (DEM-SP) abriu sua palestra às lideranças rurais, comunitárias, autoridades e produtores que participaram da posse da nova diretoria do Sindicato Rural de Registro, no Vale do Ribeira. Na solenidade, conduzida pelo secretário Rubens Shimizu, o presidente José de Paula Teixeira, o Batico, transmitiu o cargo ao novo comandante da entidade, Jefferson Magário.

Como Registro e os demais municípios têm no setor agrícola a base da sua economia, os participantes quiseram saber tudo sobre a recém-lançada Frente Parlamentar Mista em Defesa do Segmento de Hortifrutiflorigranjeiros, a Pró-Horti. Idealizador do grupo que reúne mais de 200 congressistas, Junji explicou que a meta número 1 é batalhar pela implantação de políticas públicas específicas para as cadeias produtivas de verduras, legumes, tubérculos, bulbos, frutas, champignon, mel e derivados, aves e ovos, pecuária de leite de pequeno porte, flores e outros itens destinados ao abastecimento do mercado interno.

A Pró-Horti, pioneira no Congresso Nacional, trabalhará pela adoção de dispositivos que beneficiem não apenas os produtores, mas toda cadeia produtiva de cada elo do segmento de hortifrutiflorigranjeiros, como esclareceu o deputado. Desde a área de pesquisa, desenvolvimento de variedades e extensão rural, passando pela fabricação e venda de insumos – sementes, fertilizantes, defensivos, máquinas, equipamentos, embalagens e outros –, produção agrícola, centrais de higienização e processamento, canais de comercialização, cooperativas, organizações associativas e transporte até a mesa do consumidor “que também ganhará em preço e qualidade”.

Um dos desafios a serem vencidos é a escassez de informações sobre o segmento. Daí, observou Junji, a importância da sistematização dos dados “para apurar um diagnóstico preciso e, então, trabalhar nas soluções”. Ele também assinalou ser imprescindível promover a maior sinergia entre os diversos atores das cadeias produtivas.

Embora seja do conhecimento geral que olerícolas e frutas são indispensável à saúde e tem papel decisivo na prevenção de doenças, Junji apontou que o consumo destes produtos no Brasil ainda é muito modesto. Por ano, brasileiro consome apenas 1/5 do total de hortaliças ingeridas pelo americano, um volume cinco vezes menor que o italiano e menos de 40% do consumo do israelense, segundo Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008/2009 do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Mesmo assim, completou o deputado, o cultivo de hortícolas ocupa 700 mil hectares (7 bilhões de metros quadrados) do território nacional, que garantem produção anual de 25 milhões de toneladas, injetam no R$ 70,2 bilhões PIB – Produto Interno Bruto e geram 2,4 milhões de empregos diretos, além de outros 3,2 milhões de indiretos, totalizando 6,7 milhões, segundo dados da ABCSem – Associação Brasileira do Comércio de Sementes e Mudas.

De acordo com Junji, a manipulação de flores e plantas ornamentais garante ao mercado de trabalho 740 mil empregos, sendo 194 mil diretos e um faturamento de R$ 4,4 bilhões por ano, com o cultivo numa área total de 9.000 hectares (90 milhões de metros quadrados). “Ainda há muito a crescer em todas as áreas de hortifrutiflorigranjeiros”, assegurou, acrescentando que o brasileiro gasta, por ano, módicos R$ 14,00 com flores e plantas.

A forte representação classista de entidades como o Sindicato Rural de Registro é, segundo o deputado, fundamental para apoiar as ações parlamentares em defesa do agronegócio. “Por isto, parabenizo e agradeço imensamente a dedicação e o idealismo do Batico, do Shimizu e outros grandes líderes, todos dedicados, sérios e legitimamente integrados nas lutas em favor do sindicalismo, cooperativismo e associativismo”, enalteceu Junji, pedindo a continuidade dos esforços para sensibilizar “os produtores a votarem sempre, nas eleições em todos os níveis, em políticos com verdadeira ligação umbilical com a atividade produtiva rural”.

A emocionante solenidade, neste final de semana (01/07/2011), mostrou a força do Sindicato Rural de Registro que recebeu dezenas de lideranças rurais de municípios vizinhos, que representam produtores de atividades específicas como bananicultura, apicultura, floricultura, fruticultura, palmito pupunha e pecuária de búfalos, entre outras.

O deputado observou que a atuação em sintonia demonstrada pelo Vale do Ribeira serve de exemplo para todo o País. Batico comandou a entidade durante nove anos e, nas palavras de Junji, “é uma dessas raras personalidades que, quanto mais a gente conhece, mais admira”. Não por menos, o perfil de homem humilde, discreto e extremamente solidário com todos, desperta simpatia geral e justificou a grande homenagem prestada a ele, incluindo uma placa de “Honra ao Mérito”.

O novo presidente, Jefferson Magário, é um jovem produtor e empresário que, na avaliação de Junji, “tem tudo para manter a força e poder de aglutinação do Sindicato Rural de Registro”. Foi eleito consensualmente, porque não houve adversários na disputa pelo comando da entidade. Ele é sobrinho do maior atacadista de bananas da Ceagesp, companheiro de Junji desde os anos 80. Para completar, comentou o deputado, o recém-empossado comandante continuará contando com a experiência e conhecimentos do ex-presidente e eterno secretário Rubens Shimizu.

Preocupação
Quanto ao Código Florestal – alvo de grande apreensão por parte do público presente, haja vista as severas restrições ambientais existentes no Vale do Ribeira –, Junji argumentou que a segurança jurídica imprescindível à agropecuária depende da manutenção, pelo Senado, do texto aprovado pela Câmara Federal. Ele fez a ressalva de que um ponto carece de revisão pelo Senado: a questão da anistia total para aqueles que praticaram desmatamentos além do permitido pela legislação.

“Entendo que houve um exagero ao anistiar de forma genérica quem desmatou. Principalmente, nas Regiões Centro-Oeste e Norte onde a maioria é de madeireiros travestidos de produtores rurais. Ao contrário da anistia, eles devem ser severamente punidos nos termos da Lei”, analisou, frisando que os agricultores, ao contrário, sempre zelaram pela preservação do meio ambiente, cientes de que os recursos naturais são a base da sobrevivência da atividade agrícola.

Junji também falou das ações para ampliar e recuperar o transporte ferroviário, quatro vezes mais barato que o rodoviário. “É inadmissível que os deslocamentos de cargas estejam concentrados sobre rodas. Usando as ferrovias, os custos de produção serão barateados e os consumidores também pagarão bem menos pelos produtos”, justificou, recebendo sonoros aplausos da plateia.

A urgência das reformas tributária, político-eleitoral e previdenciária foi outro ponto focado por Junji na palestra. “São importantíssimas porque tem correlação com o setor produtivo rural, com as pessoas e com o País. Todos nós dependemos delas para avançar na direção do desenvolvimento sustentável, com justiça social”. O deputado advertiu que a classe de produtores precisa estar preparada para, ao lado dos demais segmentos da sociedade civil organizada, engrossar o coro em defesa das reformulações, amparando a ação de parlamentares como ele no Congresso Nacional.

A gigantesca receptividade do público à palestra de Junji fez com que as explanações fossem além das questões agrícolas. Quando o microfone foi aberto para perguntas dos convidados, surgiram interesses sobre a visão do parlamentar em relação a temas variados, como o combate às drogas e a escalada da violência. Ele pregou a necessidade da unidade familiar e a importância da religiosidade, independente da crença.

O deputado focou ainda uma de suas principais bandeiras, a implantação do período integral nas escolas como meio de elevar a qualidade do ensino, conciliando o conteúdo curricular com atividades esportivas, culturais e lições de ética e cidadania. Além disso, completou ele, ao permanecer no ambiente escolar, crianças e adolescentes deixam de ter o tempo ocioso que vira convite ao mundo das drogas e da violência.

Reconhecido líder rural com uma bagagem de mais de 35 anos no comando de entidades agrícolas, Junji já foi vereador, deputado estadual por três legislaturas e duas vezes prefeito de Mogi das Cruzes. Sua trajetória na vida pública inspirou questões sobre as dificuldades de administrar uma cidade com 400 mil habitantes e orçamento de R$ 800 milhões. No Vale do Ribeira, Registro é o Município de maior expressão, com 55 mi habitantes e orçamento da ordem de R$ 80 milhões. Os participantes elogiaram o desempenho do parlamentar que deixou o comando do Executivo mogiano com 86% de aprovação popular.

Também participaram do evento a prefeita de Registro Sandra Kennedy Viana (PT), o diretor da CATI – Coordenadoria de Assistência Técnica Integral, Luiz Penteado; os presidentes do Sindicato Rual de Juquiá, Koji Kayajima, da Associação Cultural Nipo-Brasileira de Registro, Kuniei Kaneko, da União Cultural e Esportiva Sudoeste e da Federação das Entidades Nikkeis do Vale do Ribeira, Toshiaki Yamamura; e de dirigentes da Associação dos Bananicultores do Vale do Ribeira, entre outros.
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