Em defesa da "inclusão agrícola"

Junji cobra urgente retomada dos programas de orientação técnica no campo para socorrer o segmento mais necessitado de ajuda – micro, pequenos e médios produtores



Junji: “Precisamos levar aos agricultores inovações, melhores metodologias de cultivo, manejo de pragas e doenças, cuidados com o solo, enfim, ajudá-los a aumentar a produção, com maior qualidade e menores custos”
 
O deputado federal Junji Abe (DEM-SP) cobra do governo federal a urgente retomada dos programas de assistência técnica e extensão rural para tirar da orfandade o segmento mais prejudicado pela ausência de orientação no campo – o de micro, pequenos e médios produtores rurais. “Precisamos promover o que seria a inclusão agrícola. Ou seja, levar a todos os agricultores a bagagem de conhecimento sobre inovações, melhores metodologias de cultivo, manejo de pragas e doenças, cuidados com o solo, enfim, ajudá-los a aumentar a produção, com maior qualidade e menores custos”, sintetizou.

Membro efetivo da Frente Parlamentar da Assistência Técnica e Extensão Rural, Junji defende a concentração de esforços dos congressistas no sentido de viabilizar junto ao governo a implantação de políticas ativas de difusão de conhecimentos e orientação aos produtores. Ele lembrou que os programas eram desenvolvidos pela Emater – Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural, extinta anos atrás.

Se ainda existisse, pontuou Junji, a Emater seria o braço forte da “imprescindível” Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária no campo. “Além de repassar aos agricultores tudo o que a área de pesquisa cria, melhora e inova, os profissionais cuidavam até de aspectos sociais e familiares dos produtores”.

O deputado frisou que o gradativo sucateamento do serviço prestado por agrônomos e técnicos extensionistas do governo golpeou de forma brutal os pequenos, porque os grandes produtores possuem estruturas próprias de assistência técnica e extensão rural, amparadas na grande escala de produção com mercado baseado em preços internacionais.

Como exemplo dos estragos que a desinformação causa ao campo, Junji citou que mais de 30% dos fertilizantes aplicados para produção agrícola são desperdiçados no Brasil. Em dinheiro, equivalem a mais de R$ 6 bilhões por ano. Motivo: excesso de acidez do solo. A cura existe e é simples: calcário agrícola. De acordo com o deputado, “enquanto o governo não investir em assistência técnica e extensão rural, haverá agricultor sem conhecimento de ações simples que garantem menores custos e maior produtividade”.

O presidente da Frente, deputado Zé Silva (PDT-MG), é engenheiro agrônomo e fez parte da Emater “Foi extensionista e conhece com profundidade o leque de benefícios proporcionado ao setor pela atividade”, destacou Junji, ao participar do lançamento do grupo na útima terça-feira (05/07/2011). Paulista de Mogi das Cruzes, o parlamentar relatou que se tornou líder rural graças ao trabalho de assistência técnica e extensão rural iniciado naquela Região nos anos 60.

“Devemos muito ao saudoso Edison Consolmagno, engenheiro agrônomo da Cati-SP (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral). Ele moldou nossos métodos de cultivo, revelando e aprimorando nossa vocação adormecida. Assim, a Cidade tornou-se líder regional e, posteriormente, estadual na produção de verduras e legumes, sendo ainda hoje o referencial brasileiro em tecnologia na horticultura”, assinalou Junji.

Como presidente da recém-lançada Frente Parlamentar Mista em Defesa do Segmento de Hortifrutiflorigranjeiros, a Pró-Horti, Junji conclamou os deputados dos grupos relacionados ao setor agrícola a trabalharem unidos pelo avanço das cadeias produtivas em todos os sentidos, visando atender o mercado, cada vez mais exigente, com produtos de qualidade, preços acessíveis e retorno financeiro compatível aos atores de todas as atividades rurais “para honrar nossa missão de servir ao País e à população brasileira”.

Também participaram do lançamento da nova Frente o coordenador geral da Fazer - Federação Nacional dos Trabalhadores da Assistência Técnica e do Setor Público Agrícola do Brasil, Álvaro Simon, o diretor do Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Argileu Martins, além do presidente do grupo, Zé Silva e do deputado Celso Maldaner (PMDB-SC), entre outras autoridades e lideranças.
Mais informações:

Mel Tominaga

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