Não sou, por princípio, inimigo de privatizações, mas se a venda ou concessão de uma empresa pública não garante que ela ofereça um serviço muito melhor em sua versão privada, então para que vender?

 leosakamoto


Meu apartamento ficou sem luz de quarta (10) até domingo (15). Nesses cinco dias, pude refletir bastante sobre a razão de privatizar uma empresa de serviços essenciais, sobre a quem servem as agências reguladoras (empresas ou o consumidor) e sobre a relação entre a responsabilidade dos políticos e o já canônico meme do Homem-Aranha.
Ao menos, a minha luz voltou. Mas há milhares de paulistas ainda refletindo o escuro.

Não sou, por princípio, inimigo de privatizações, mas se a venda ou concessão de uma empresa pública não garante que ela ofereça um serviço muito melhor em sua versão privada, então para que vender? Por ideologia? Para fazer caixa 2 nas eleições? O que vários países estão descobrindo, depois de passar por largos processos de privatização, é que efetivar o direito à luz ou à água passa por investimentos constantes ou mesmo a fundo perdido. O que significa que podem não gerar retornos atraentes.

Concessionárias de energia, como a Enel, foram entregues à iniciativa privada, mas isso não melhorou o serviço. Ao mesmo tempo, a agência reguladora do setor, a Aneel, não cobra avanços concretos. Aliás, não fiscaliza nem a insuficiente manutenção preventiva aplicada pela Enel na rede existente, que dirá ir além. E não só ela. No Brasil, agências reguladoras que deveriam servir para proteger os consumidores das empresas, protegem as empresas dos consumidores. 

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