Cassação de Moro já é dada como certa e extrema direita quer Michelle Bolsonaro no seu lugar no Senado - Joaquim de Carvalho
Tony fez do ex-juiz cadáver político, e já estão avançadas as articulações para a eleição suplementar, que poderá ficar polarizada entre Gleisi e Michelle
Depois da petição protocolada por Tony Garcia no STF, em que ele apresenta provas contra Sergio Moro, ganharam força nos bastidores da política em Brasília e no Paraná as discussões sobre as candidaturas ao Senado para preencher a vaga que será aberta com a já dada como certa cassação do ex-juiz. E um nome surgiu entre os pré-candidatos: Michelle Bolsonaro.
Com isso, a eleição suplementar no Paraná poderia ficar polarizada entre a deputada federal Gleisi Hoffmann, presidente do PT, e Michelle Bolsonaro. A eleição poderia ter também as candidaturas de Roberto Requião, caso ele deixe o PT e vá para o Solidariedade, e Álvaro Dias, do Podemos.
Já os demais pré-candidatos identificados com o bolsonarismo, Paulo Martins (PL) e Ricardo Barros (PP), deixariam a disputa por não terem chances contra MIchelle, sobretudo porque a articulação em torno do nome dela teria o apoio do governador Ratinho Júnior, do PSD.
Como na política as discussões começam muito antes do que o eleitor imagina, ao abraçar a candidatura de Michelle, Ratinho Júnior espera abrir uma porta com Bolsonaro, para que seja o candidato a presidente da direita e extrema direita em 2026.
A pelo menos dois interlocutores, Ricardo Barros confirmou que há tratativas para que Michelle Bolsonaro transfira o domicílio eleitoral para o Paraná e fique em condições de disputar as eleições para o Senado, que poderá ser realizada simultaneamente à de prefeitos e vereadores, no ano que vem.
Publicamente, Ricardo Barros não confirma. "Nao tenho essa informação. Mas (ela) poderia (ser candidata) no Paraná, Santa Catarina e Rondônia, onde devem ser cassados senadores. Eu disputarei para o Senado no Paraná, o candidato do PL aqui é Paulo Martins", disse ao 247.
Ricardo Barros, que foi líder do governo Bolsonaro na Câmara dos Deputados entre 2020 e 2022, atualmente é secretário da Indústria, Comércio e Serviços do governo de Ratinho Júnior. Ele não quis responder se manteria a candidatura ao Senado na hipótese de Michelle se candidatar.
Mas deu uma pista de que as conversas estão ocorrendo. Na semana que vem, ele terá uma reunião com Jair Bolsonaro, e não quis dizer qual será a pauta do encontro.
Moro já é um cadáver político, e sua presença no Senado exala mau cheiro. Com fama de traíra, nenhuma liderança política relevante se apresentou para defendê-lo, e agora até os cúmplices de 2018, como os Bolsonaros, têm pressa na remoção da carniça.
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Abaixo a mais recente entrevista de Tony Garcia ao 247: