Calor intenso será mais frequente na primavera e acende alerta para riscos de derrame e infarto

Altas temperaturas, que marcaram o fim do inverno em 2023, serão mais comuns durante a primavera, que terá mais 'cara' de verão. Reportagem do 'Fantástico' mostra como esse calorão afeta a rotina e a saúde da população, e mostra saídas para lidar com essa nova realidade.

Por Fantástico

24/09/2023 

Nesta semana, 11 estados brasileiros e o Distrito Federal emitiram alerta para calor de intensidade excepcional, com risco à vida humana, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET).

"Morrer de calor", um termo muito popular, não é apenas um desabafo. Dias extremamente quentes podem gerar derrame, crise renal e infarto.

Mais quente que o normal este ano, o inverno já se foi, mas a primavera entra com mais cara de verão. O Fantástico deste domingo (24) mostrou a forte onda de calor pelo Brasil nos últimos dias, os efeitos para a saúde e as alternativas para conviver com essa nova realidade.

Evento extremo

Entre os anos 2000 e 2008, mais de 2 mil pessoas morreram soterradas com as chuvas fortes. Por outro lado, as altas temperaturas tiraram a vida de 48 mil pessoas nas principais regiões metropolitanas do país.

O Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federa do Rio de Janeiro (UFRJ) explica que o forno das cidades se soma ao efeito El Niño, que "bagunça" o vento e a chuva. Mas o lançamento excessivo de gases piora o efeito estufa e contribui para esse calorão.

"Tudo isso vai fazer com que esses eventos [de muito calor] passe a ser mais frequente", explica Renata Libonati, coordenadora do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da UFRJ.

Na última segunda-feira, a temperatura em Irajá, no Rio de Janeiro, estava mais alta que o local mais quente do mundo: o Vale da Morte, na California (EUA).

Em São Paulo, o asfalto acima de 60°C já é suficiente para causar queimadura de segundo grau..

"A gente procura parar a moto debaixo da sombra, quando tem semáforo, assim, que tem uma árvore, nós procuramos nos esconder debaixo das árvores até abrir o semáforo. E assim vai, né?", diz o motoboy Joaquim Camargo.

Em 1848, o naturalista inglês Henry Bates disse que o clima de Belém "nunca se mostra seco demais, pois jamais decorrem três semanas consecutivas sem algumas pancadas de chuva".

Mas, nos últimos anos, a cidade do Norte perdeu o verde para o cinza. Agora, uma ONG estrangeira previu que Belém vai quadruplicar dias de calor extremo.

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