Lula descarta embate com Campos Neto e já pensa em novos nomes para o BC

 Presidente deve escolher dois nomes para a diretoria do Banco Central em 2023; para ele, fim da autonomia da instituição não é "questão de princípio"

Presidente Lula da Silva, durante cerimônia para marcar o Dia Internacional da Mulher no Palácio do Planalto em Brasília
Presidente Lula da Silva, durante cerimônia para marcar o Dia Internacional da Mulher no Palácio do Planalto em Brasília Reuters/Adriano Machado

Lucas Mendes Letícia Naome da CNN*

em São Paulo


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em conversa com jornalistas nesta quinta-feira (6), disse que irá indicar o presidente e diretores do Banco Central conforme os “interesses do governo”.

Ele afirma que não vai “ficar brigando com o presidente do Banco Central, porque ele tem 2 anos de mandato” e logo mais se discutirá um novo nome para ocupar o cargo.

Os indicados, segundo ele, serão pessoas da mais alta responsabilidade, porque “nós não vamos brincar com a economia.”

“A história de vários países do mundo mostra que, quando você tenta brincar com a economia, e a brincadeira não dá certo, o resultado é desastroso para todo mundo. E sou muito cauteloso, sou muito meticuloso para tratar da questão econômica.”

O presidente da República fala também em dois nomes para cargos de direção da instituição este ano, e mais outros dois para o próximo. “Então, eu vou dizer que vamos escolher as pessoas corretas, para o lugar certo. Temos duas pessoas esse ano. Ano que vem temos mais duas pessoas. E quem sabe nos dois anos, eu vou discutir no governo a mudança do presidente do BC, que vai passar pelo Senado.”

Sobre a autonomia ou não do BC, o chefe do executivo diz que nunca transformou o assunto em uma questão de princípio. “Ninguém vai ter mais autonomia do que o Meirelles teve. Tínhamos um jogo muito acertado.”

As falas de Lula ocorrem em meio a um desentendimento entre o líder do executivo e o presidente do Banco Central, Campos Neto, sobre as altas taxas de juros, que estão no patamar de 13,75%. Em outro momento da conversa, Lula classificou a atual taxa como “incompreensível”.

*Sob supervisão de Fábio Nascimento

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