Atentado no Japão leva a reflexões sobre intoxicação da política no Brasil


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Josias de Souza

Colunista do UOL

08/07/2022 09h23

O atentado que feriu de morte o ex-premiê japonês Shinzo Abe num ato eleitoral no interior do Japão deveria inspirar a reflexão dos brasileiros. 

Abe discursava num evento do Partido Liberal Democrata, em apoio a um candidato a deputado nas eleições que ocorrerão no domingo no Japão. Levou tiros pelas costas. 

Segundo a TV estatal japonesa, a arma foi apreendida e o assassino está preso.

 Seria um ex-integrante da Marinha. 

O atual premiê japonês, Fumio Kishida, que é do mesmo partido conservador de Shinzo Abe, formou um "gabinete de crise" para apurar o atentado.

Atentados políticos são raros no Japão. 

A democracia japonesa é muito estável e cultiva um rigoroso no controle de armas de fogo. 

O episódio precisa mexer com a sensibilidade dos brasileiros porque a campanha eleitoral de 2022 exala um incômodo cheiro de enxofre. Episódios desagradáveis se repetem.

Vestido com um colete a prova de balas, Lula participou de comício na noite desta quinta-feira na Cinelândia, no centro do Rio. 

Um artefato caseiro, feito com um pavio ligado a uma garrafa cheia de fezes foi detonado do lado de fora dos tapumes que cercavam a área destinada ao público espalhando excrementos.

Horas antes, o juiz federal Renato Borelli, que emitiu a ordem de prisão contra o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, foi alvo em Brasília de um ataque com fezes e ovos enquanto dirigia seu carro.

Dias atrás, durante evento político que reuniu Lula e o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil, um drone lançou esgoto sobre militantes petistas. No mês passado, bolsonaristas tentaram cercar o carro de Lula em Campinas. 

Outro grupo hostilizou Ciro Gomes numa feira agropecuária.

Se os japoneses, famosos pelo temperamento glacial, estão sujeitos a atentados fatais contra políticos, imagine-se o que pode acontecer no Brasil se a atmosfera eleitoral não for desintoxicada.

O pior ainda pode ser evitado

Mas é preciso que os líderes políticos ajudem. 

O primeiro passo é a recuperação do bom senso.

 Um presidente que foi esfaqueado na campanha passada talvez devesse levar a língua na coleira e receitar suco de maracujá aos seus apoiadores.

Até outro dia, a insensatez vadiava pelas redes sociais.

 Agora, circula pelas ruas à procura de encrenca. 

O cadáver japonês informa que convém deter a falta de juízo enquanto é tempo.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL 

https://noticias.uol.com.br/colunas/josias-de-souza/2022/07/08/atentado-no-japao-leva-a-reflexoes-sobre-intoxicacao-da-politica-no-brasil.htm 



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