Bolsonaro facilitou a vida de milícias digitais, diz Barroso a jornal

 Presidente do TSE defende que, se não se submeter às leis brasileiras, Telegram seja suspenso no país



Por Valor, Valor — Brasíl

13/02/2022 13h12 Atualizado há 4 horas 

Prestes a deixar a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Luís Roberto Barroso afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) "facilitou a vida das milícias digitais" ao postar em rede social inquérito sigiloso da Polícia Federal com informações sensíveis sobre a arquitetura interna do tribunal. 


Além disso, o ministro defendeu a suspensão do aplicativo de mensagens Telegram, caso não se submeta às regras brasileiras. "Nenhum ator relevante no processo eleitoral pode atuar no país sem que esteja sujeito à legislação e a determinações da Justiça brasileira. Isso vale para qualquer plataforma", disse o ministro em entrevista ao jornal O Globo publicada neste domingo (13).

"O Brasil não é casa da sogra para ter aplicativos que façam apologia ao nazismo, ao terrorismo, que vendam armas ou que sejam sede de ataques à democracia que a nossa geração lutou tanto para construir. Como já se fez em outras partes do mundo, eu penso que uma plataforma, qualquer que seja, que não queira se submeter às leis brasileiras deva ser simplesmente suspensa", continuou. 

Para Barroso, a decisão de suspender ou não o aplicativo deve partir do Congresso e não fere a liberdade de expressão. "Conversei pessoalmente com o deputado Orlando Silva [PCdoB-SP], relator do projeto [das fake news], e enfatizei a importância de que qualquer plataforma que opere no Brasil tenha representação aqui", afirmou.

Sobre as novas críticas de Bolsonaro às urnas eletrônicas e ao processo eleitoral brasileiro, ele considera "uma retórica repetida". "É apenas um discurso vazio."

Barroso esclareceu ainda que há um representante das Forças Armadas na Comissão de Transparência das Eleições que teria apresentado, em dezembro, uma série de perguntas para entender como funciona o sistema, mas que não questionou supostas vulnerabilidades, como teria apontado Bolsonaro.

"Quando o presidente diz que encontraram vulnerabilidades antes mesmo de receber as respostas às indagações, ele está adiantando, desavisadamente, a estratégia que ele pretende adotar. Para falar a verdade, ele queimou a largada. Ele lança mão dos questionamentos feitos pelo representante das Forças Armadas, quando, na verdade, tudo o que foi feito foram algumas perguntas e, antes de ter recebido as respostas, já disse que tem vulnerabilidades", destacou.

O ministro disse ainda que não vê risco à democracia com a polarização das eleições deste ano, "apesar de termos tido alguns maus momentos recentes [de ameaça à democracia]". 

Barroso citou "comício do presidente na porta do quartel-general do Exército, tanques na Praça dos Três Poderes, a minguada manifestação do 7 de setembro com discursos golpistas de desrespeito a decisões judiciais e ataques a ministros".

"Tudo isso eu acho que mais revela limitações cognitivas e baixa civilidade do que propriamente um risco real", concluiu. 

https://www.google.com/amp/s/valor.globo.com/google/amp/politica/noticia/2022/02/13/bolsonaro-facilitou-a-vida-de-milcias-digitais-diz-barroso-a-jornal.ghtml

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