Dólar sobe com desemprego e risco fiscal no radar; Ibovespa mantém 110 mil pontos - Investidores mantém apreensão com alta de 14,6% no número de desocupados no trimestre encerrado em setembro e risco de dispara do gastos públicos com avanço da Covid-19
Por Jovem Pan 27/11/2020
O dólar opera em alta nesta sexta-feira, 27, com o aumento recorde do desemprego e apreensão com o risco do descontrole dos gastos públicos no radar dos investidores.
Às 12h, a moeda norte-americana registrava alta de 0,20%, cotada a R$ 5,345.
A divisa chegou a bater mínima de R$ 5,324, enquanto na máxima não passou dos R$ 5,379.
Na véspera, o dólar fechou com avanço de 0,28%, a R$ 5,335.
Apesar do cenário doméstico preocupante, a Bolsa de Valores brasileira mantém o viés de alta registrado ao longo dos últimos dias.
No último pregão da semana, o Ibovespa registra avanço de 0,60%, aos 110.893 mil pontos.
O bom humor é influenciado pelo cenário internacional, a despeito do avanço dos casos do novo coronavírus em regiões dos Estados Unidos e Europa.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na manhã desta sexta-feira que a taxa de desemprego chegou a 14,6% no trimestre de julho a setembro, a mais alta desde o início da série histórica, em 2012.
No total, são 14,1 milhões de brasileiros na fila do emprego, aumento de 1,3 milhão na comparação ao segundo trimestre do ano.
A taxa de desocupação subiu em dez estados e ficou estável nos demais.
Bahia teve a maior taxa (20,7%) e Santa Catarina, a menor (6,6%).
Na região nordeste, o desemprego chegou a 17,9%.
A taxa da população ocupada também bateu recorde e caiu 1,1% em relação ao trimestre anterior.
O contingente de ocupados reduziu para 82,5 milhões de pessoas.
O número de pessoas com carteira assinada diminuiu para 29,4 milhões.
Uma queda de 2,6%, o equivalente a 788 mil pessoas, comparado ao segundo trimestre.
Investidores também estão atentos nas movimentações em Brasília para a aprovação dos pacotes de reformas estruturais encaminhadas pelo Ministério da Economia ao Congresso Nacional.
O mercado enxerga risco na disparada das contas públicas do governo federal em meio ao aumento do registro de infecções da Covid-19 em diversos Estados brasileiros.
O ministro Paulo Guedes buscou passar tranquilidade aos investires ao longos dos últimos dias afirmando que o governo não conta com uma segunda onda da pandemia e que o auxílio emergência será encerrado em 31 de dezembro deste ano, sem possibilidade de nova prorrogação.
O benefício que transfere renda para a população mais vulnerável é a principal fonte de gastos do governo federal para mitigar os efeitos do novo coronavírus.
Segundo cálculos da equipe econômica, serão gastos R$ 322 bilhões com o programa até o fim do ano.
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